A Artista - Série Mafiosos 0.5

Capítulo 31

SEBASTIAN WERDEN

Corro para o utilitário que fazia a segurança de Lara e abro o porta malas para ter acesso ao armamento. Escolho uma submetralhadora automática e corro na direção da minha moto enquanto visto a alça. Preciso que a arma esteja bem presa a mim.

Uma vez montado em minha moto, acelero o máximo que posso para sair dali. O embate já foi controlado pelos membros de nossa equipe e sei que eles podem cuidar dos danos. Toda a minha energia e foco estão na van preta que se afasta rapidamente para a avenida principal.

Não há como perder uma merda dessa.

Ninguém toca no que é meu e esses malditos passaram a linha. Estou convicto de que trarei Lara de volta para casa em segurança, nem que isso me custe tudo. Eu não menti para o senhor Brachmann sobre estar disposto a dar minha vida.

Ignoro todas as leis de trânsito e manobro habilmente entre os veículos tentando alcançar a fodida van. Eles podem ter algum tempo de vantagem, mas eu tenho o meio de transporte mais rápido e com melhor espaço para fugas.

Eles devem ter pensado o mesmo já que viram à esquerda e deixam a via principal. Sou rápido em segui-los pelo caminho e quase agradeço aos céus quando noto que entramos em uma longa e deserta.

Uma mulher de cabelos platinados aparece em uma das janelas e começa a disparar em minha direção. Me inclino sobre a minha moto e mantenho a velocidade para não me aproximar muito. Eu preciso de uma saída inteligente para não correr o risco de ferir minha mulher.

Movo minha moto para a esquerda e para direita, impossibilitando a atiradora de ter uma mira precisa. A pistola apontada para mim não parece ser uma de carregamento automático e é possível notar que seu carregador não é estendido. Suas balas estão acabando e logo ela precisará repor ou empunhar outra arma.

É a minha chance de aproximação.

Poucos mais de 300 metros depois, a mulher some da janela e aproveito o tempo para acelerar minha moto e cercear o veículo. Destravo a metralhadora - que tem um carregador estendido - e aponto para os pneus traseiros, para que percam velocidade. Se eu acertar os pneus dianteiros, com a velocidade em que estamos, a van perderia o controle e não quero correr o risco de que Lara se acidente.

Começo a atirar contra o pneus, usando somente minha mão direita para controlar a arma enquanto a esquerda permanece firme no guião impedindo a minha queda. A loira retorna para a janela com sua pistola em punhos e eu só preciso apontar minha arma em sua direção para que ela seja alvejada por alguns tiros. Seu corpo tomba na janela, sua arma cai de sua mão e cai no asfalto.

Minha perseguição continua enquanto espero os pneus esvaziarem e a van perder velocidade. Pude ver apenas dois na parte traseira da van, a morta e um homem, futuro morto. Além deles, suponho que haja apenas o motorista e que o restante da equipe foi designada para o controle com os nossos seguranças.

Quando a van está quase parando, a contorno pela direita e acelero, freando bruscamente e estacionando lateralmente quando posso assegurar que tenho uma boa distância do veículo. Desmonto e puxo a minha pistola, mirando no lado do motorista e disparando quantas vezes meus cartuchos permitirem.

Guardo a pistola e puxo outra do coldre à medida que marcho na direção da fodida van. Se minha conta está correta, há pelo menos um bastardo restante. Ele está armado, nervoso e tem Lara sob seu poder.

Opto pelo jogo psicológico, não importam quantos sejam, eles sabem que estou me aproximando e que quero suas cabeças. Sou muito bom nisso, é o torna meu negócio tão bem sucedido. Deixo que ouçam minhas passadas pesadas por conta do coturno, puxo a maçaneta, ouço o barulho de destrave e empurro a porta pesada com força, usando-a como aparo para me esconder dos ocupantes.

Como esperado, uma rajada de disparos começa e, pela frequência, os tiros são provenientes de uma única arma. Há apenas um ocupante atirando. Ele está sozinho ou tem um parceiro vigiando a princesa. Me abaixo e uso meu carregador vazio para bater na lataria, o barulho alto ressoa e mais tiros são disparados de ponta a ponta com intervalos entre eles, o que sugere que o atirador está sem balas.

Alguém, que suponho ser o homem que agarrava Lara, grita algo em russo e me permito olhar para dentro. É um movimento rápido para que eu não seja atingido por algum disparo surpresa, mas eficiente para conferir o cenário interno da van. O homem está sozinho e sentado no chão com Lara desacordada entre suas pernas, o filho da puta tem a ponta da arma pressionada contra os cabelos ruivos.

Outra fala em seu idioma e me coloco em seu campo de visão com a minha pistola em punhos. Quando ele me olha, agita a pistola nervosamente contra a cabeça de Lara e grita comigo. Uso de sua exasperação como uma oportunidade para mirar em sua cabeça e atirar. Seu braço cai, a arma frouxa em sua mão, sua cabeça tombada para o lado e os olhos saltados. Um filete de sangue escorre pelo buraco em sua testa.

Entro da van para conferir Lara. Tiro o cabelo ruivo da frente de seu rosto, seu pulso está normal apesar de ela estar desacordada. Pego meu telefone e ligo para Fagner, aliviando quando ele atende no segundo toque.

— Me dê alguma atualização.

— Eu tenho a senhorita Brachmann, ela está desacordada e preciso de apoio. — Digo a localização de onde estamos e repito mais uma vez para garantir que Hertel anotou corretamente. 

— A caminho. — Informa. — Qual a situação?

— Eles estavam em uma van preta. — Fico de pé e caminho até a frente da van. O motorista está caído para o lado e a mulher ainda está pendurada na janela. — Eram três, dois homens e uma mulher.

— Consegue algum sinal de identificação?

Faço uma última resvita visual pela van.

— Parecem mercenários baratos. Espere! — Me inclino e agarro o braço do motorista, que veste apenas uma camiseta preta e tem seu antebraço exposto. — O motorista tem a estrela da Bratva tatuada no antebraço.

— Não é o local de marcação deles.

— Mas a estrela é a mesma. — Respondo enquanto retorno para Lara. A tiro dali o mais rápido possível e a seguro sentada em minha moto até que o reforço chegue.