Capítulo 18

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SEBASTIAN WERDEN

— Tentaram invadir outro dos nossos cassinos. — Luke coloca as mãos nos bolsos da calça e suspira de frente para a janela. — Algum filho da puta acha que pode invadir nossas propriedades dessa forma. Eu não sei o que caralho está acontecendo, mas alguém está com um fodido desejo suicida.

— Conseguiram capturar algum invasor?

— Não. — Fecha os olhos e aperta a ponte de seu nariz com as pontas dos dedos. — Todos mortos, nenhuma identificação ou sinal que pudesse ser rastreável.

— Mercenários?

— De péssima qualidade, sim. Alguém quer nos roubar e tem muitos recursos para financiar essa brincadeira patética.

— O senhor tem um nome em mente para que eu possa caçar?

— Ainda não. — Caminha de volta para a sua mesa. — Eu estou me irritando, Werden. Uma tentativa é ridículo, uma segunda é burrice e se forem estúpidos o suficientes para tentar uma terceira? Como posso saber em qual dos mil e seiscentos cassinos atacarão?

— Seja quem for, está se concentrando na Alemanha, o que nos ajuda a restringir o reforço.

— O primeiro ataque foi em Mainz e o segundo em Estugarda. — Luke faz tantas caretas em sequência que não sou capaz de ler suas emoções. Ele está a ponto de atirar em alguém e não é para menos. — Se não estou ficando louco, parecem se mover em direção a Munique.

— Se o intervalo de tempo for mantido, temos menos de duas semanas até atacarem outra vez.

— O que farei? O que farei? — Dedilha na mesa de madeira, questionando-se mais a si mesmo do que falando comigo. — Preciso que minha esposa e minha filha estejam seguras.

— E a senhora Verena?

Humpf. Minha mãe não se manteria isolada nem se o próprio Deus a pedisse. Avisá-la é o suficiente.

— Conversarei com o Hertel para organizamos um esquema de segurança fortificado.

— Não haverá mais voltas para casa, Werden. — Seus olhos me encaram com seriedade quando ele fala. — Eu preciso de um assassino experiente protegendo a minha filha em tempo integral.

— Não seria melhor trazê-la para cá? É mais fácil montar uma segurança eficiente quando todos estão juntos.

— Lara pode ser uma pessoa amável, mas herdou a teimosia da avó. Minha filha é muito apegada a zona de conforto e se recusaria a deixar nossa casa. Não te coloquei responsável por ela sem razão, Werden.

— Compreendo, senhor.

— Ainda que Lara tenha treinamento e haja um batalhão de seguranças, nenhum deles é você. — Se inclina sobre a mesa e semicerra os olhos para mim. — Ninguém seria mais rápido em cravar uma maldita faca no pescoço de um invasor que você.

— Senhor, eu...

— Eu sei, eu sei, não são suas atribuições normais. — Outra sequência de caretas se segue antes que ele continue a falar. — Nunca me perdoaria se algo acontecesse com a minha filha, entende?

— Eu não tenho família, senhor. — O lembro.

— Basta pensar que sua missão do momento é manter a minha filha segura.

— Entendido.

— Ótimo! Não sabemos se os ataques se manterão focados nos cassinos ou se esses filhos da puta farão investidas pessoais. Todo o cuidado é necessário.

— Além do esquema de segurança, posso aumentar a carga de treinos e autodefesa com a senhorita Brachmann. No pior dos cenários, a segurança falhará em algum ponto e ela precisará agir em defesa própria. Muito difícil de acontecer, mas devemos estar preparados para tudo.

— Isso é ótimo! Aumentarei os treinos com a minha esposa também. Parte da equipe de segurança está investigando os poucos indícios que temos. Precisamos descobrir qual será o próximo alvo o quanto antes.

— Sim, senhor.

Não que eu faça parte desse tipo de investigação, mas a melhor saída quando o Brachmann está irritado como agora, é concordar com tudo o que ele disser e fazer o seu trabalho. Apesar da segurança, eu tinha um acordo com Fagner Hertel para que eu tivesse três ou quatros horas livres durante do dia. Ele assume a segurança de Lara enquanto eu posso ir para casa e dormir um pouco. Quando estou na casa dos Brachmann, faço rondas frequentes para garantir que não haja problemas, invasores ou qualquer risco para a segurança.

Com a mudança de ordens, preciso passar em casa e montar uma pequena mala com tudo o que eu posso precisar enquanto estiver em tempo integral na casa. Não é como se houvesse lutas marcadas para mim pelas próximas semanas, de qualquer forma.

Não me ajuda também que eu esteja me envolvendo com a filha do chefe ao invés de protegê-la. Sem dúvida este é um péssimo momento para lembrar de como seus olhos brilhavam como pedras preciosas enquanto ela me levava em sua boca.

Inferno, eu sou não um adolescente. Posso me manter sob controle.

Então controle-se, caralho!

— Precisamos de outro plano de segurança também. — Luke retoma a minha atenção. — Um que envolva transporte. Receberemos convidados para jantar na próxima semana e se minha filha continuar em nossa casa, o que eu acho que ela fará, a ida e a volta devem ser serguras.

Claro, o jantar com os fodidos Becker. Por alguns dias eu tive o privilégio de esquecer essa merda. Eu não estou em posição de falar algo. Lara é a sobrinha do Chefe, filha do Subchefe, é esperado que ela tenha uma fila de pretendentes e uma pilha de pedidos de casamento.

Nosso envolvimento é passageiro, é claro. Ela encontrará um bom riquinho poderoso que se encaixe nos moldes esperados e seguirá sua vida. Eu poderei retornar às minhas lutas sem me preocupar que uma ruiva com laço apareça na plateia. Eu só não esperava a acidez em minha boca quando o respondi.

— Sim, senhor.

— Isso é tudo, Werden. — Me dispensa.

— Com licença, senhor. — Me viro e saio da biblioteca.

Quando eu era mais novo costumava me perguntar como a minha vida estaria se eu não tivesse matado meu pai. Provavelmente meu inferno pessoal não teria mudado muito e como nunca fiz questão de assumir como um Koordinator, acho que a minha vida atual é o melhor dos cenários. Mesmo que no fundo eu saiba que estou me fodendo por me envolver com a filha do meu superior.

A Artista - Série Mafiosos 0.5Où les histoires vivent. Découvrez maintenant