53- pov: Liz Carter.

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Natal. Final de ano. Época de festas e comemorações.

Eu particularmente gosto, mas esse ano as lembranças dos natais quando eu era criança vieram como se fosse um filme que assisti ontem.
Lembrei minha mã.. da Katherine me dando o presente que tanto pedi...
Lembro claramente da minha vó cozinhando e me dando cookies escondida.
Meu avô sempre estava trabalhando nas épocas de festa, mas eu o esperava ansiosa, mesmo de madrugada. O Comissário de Polícia Anthony Carter, sempre que chegava da delegacia, me contava como tinha sido o dia, e me dava doces.
Eu o ouvia atentamente, foi aí que começou a minha paixão pela profissão. Eu não tinha medo, e ele me contava tudo. Minha vó reclamava, mas a gente não ligava.
Eu quase desisti quando ele morreu e não me viu entrar pro cargo que ele tanto zelou.
Claro que na época outros motivos quase me fizeram desistir também.

Não sei se posso considerar o último ano como péssimo.
Virei sargento, estou com alguém que amo, dois pontos positivos.
Fui sequestrada, vi minha mãe, dois pontos negativos.

Talvez seja melhor deixar essas lembranças pra lá, e focar no que vai vir.

Acordei e vi que Oliver ainda estava dormindo. Passamos a noite jogando conversa fora e rindo dos natais que passávamos juntos.
Levantei devagar, dei um beijinho no ombro dele e sai de fininho do quarto dele, torcendo pra ninguém sair.
Vi no celular que ainda era 6:43 da manhã. Tomei um banho e me troquei.

Camila sempre faz uma festa na noite do dia 24, na manhã do dia 25 ela entrega nossos presentes e a gente come biscoitos, parecendo crianças mesmo.

Abri a porta do quarto e segui no corredor, vi meu pai encostado no guarda corpo da escada, ele mexia no celular.

— Já está acordado? — Perguntei chegando perto dele. O abracei.

— Oi, Li. O mini fuso mexeu comigo. Não dormi direito. — Ele guardou o celular no bolso.

— Aconteceu comigo também. — Respondi.

— Você parece estar bem. — Ele me abraçou de lado.

— Eu estou. E você? — Levantei o olhar pra ele.

— Também, filha.  Só cansado. — Papai respondeu mexendo no meu cabelo.

—Mas agora você pode tirar um tempo pra descansar. — Sorrio de leve. — Sabe o que eu lembrei hoje?

— Do que? — Papai questionou.

— Da vovó e do vovô. — Eu disse sorrindo e olhando pra baixo.

— As manhãs de Natal da sua vó cozinhando, preocupada com papai que sempre estava trabalhando. — Ele respondeu.

— Exatamente. — Sorrio. — Que saudade deles.

— Eles estão orgulhosos da mulher que você se tornou. Igual eu estou. — Ele sorriu.

— Para, não quero chorar essa hora. — Respondi tentando segurar as lágrimas.

— Tem uma reunião e não me chamaram? — A voz feminina no corredor, nos viramos vendo Mel vindo ao nosso encontro. Ela me deu um beijo na testa e foi pro lado do meu pai se inclinando também no parapeito.

— Bom dia, amor. Também não consegue dormir? — Ele perguntou.

— Na verdade eu dormi muito bem, deve ter efeito do vinho. — Mel deu um sorriso sarcástico— Quer dizer, sempre acordo cedo. Mas e vocês? — Ela questionou.

— Não dormi muito, mas é o local, o fuso.— Papai fez careta.

— Que pena, meu amor. Mas logo você acostuma. — Ela deitou a cabeça no ombro dele que abraçou nos duas ao mesmo tempo.

Entre o distintivo e o coração.Where stories live. Discover now