44- pov: Liz Carter.

91 11 0
                                    

— Está liberada pra voltar pra casa. — a frase Amélia me fez suspirar de alívio.

A noite foi um porre, não dormi nada e a madrugada foi agitada no hospital.
Era quase 11 da manhã quando ela me liberou.

— Minhas orientações finais são que você descanse pelo menos 15 dias, sem esforços, sem trabalho. Acredito que a polícia solicite e disponibilize terapia, então aconselho que você siga certinho.

— Obrigada, doutora. — Falei desanimada quando ouvi a frase sem trabalho.

— Pode se trocar, e descansar em casa. Se cuide, quando precisar pode me procurar. — Ela sorriu e me deixou ali.

Me troquei com a roupa que Melissa trouxe. Papai voltou até a casa deles para buscar roupas, já que eles insistiram em cancelar todos os compromissos pra ficar algumas semanas comigo.

Finalmente vi a luz do dia quando saímos, evitei qualquer coisa que tivesse reflexo pois pelas olhadas que as pessoas me deram eu sabia que não estava muito "bonita".

O caminho até meu apartamento foi tranquilo, Roger logo me cumprimentou quando cheguei. Mamãe subiu comigo.

Abri a porta e meus olhos encontraram várias flores na mesa. Os cheiros delas já se misturavam e exalavam na casa.

Vi todos vasos de diferentes tipos e olhei cada um dos cartões. Cada um com uma pequena mensagem de boa recuperação, te amamos e palavras animadoras.

Camila Stark, Sarah e Bernard Lyra, Mary e Joseph Collins, Jennifer e Jacob foram alguns nomes dos cartões.

— Toma um banho. Eu cuido das flores e faço algo pra gente comer. — Mamãe se aproximou de mim e me abraçou de lado.

Apenas concordei com ela e segui até o final do corredor em direção ao meu quarto.
Caminhei até o banheiro, respirando fundo tirei todos os panos que cobriam meu corpo. Pouco a pouco as marcas foram aparecendo e eu sentia a dor daqueles momentos terríveis.
Parei em frente ao grande espelho, vi o meu rosto que tanto evitei olhar... olho roxo e arranhões.
Meu coração apertou e eu não consegui segurar as lágrimas.
Chorei de dor, chorei de raiva, chorei de tristeza, eu quis gritar, quis quebrar tudo que estava naquele cômodo. Tentei respirar fundo, não queria que mamãe me ouvisse ou me visse naquele estado.

Não me importei com o frio que fazia lá fora e entrei no chuveiro gelado. Entrei de cabeça no chuveiro, a água escorria pelo meu corpo igual as lágrimas caiam na minhas bochechas.

Esfreguei com força a esponja de banho sob minha pele o que só pirou os ferimentos. Eu só queria me limpar, esquecer que mais uma vez aquele desgraçado encostou em mim.

Joguei a esponja no chão e encostei o a testa na parede. E eu chorei. Chorei até faltar o ar.

Me deixei sentir todos os sentimentos que estavam engasgados na minha garganta. Demorei mais de uma hora presa no quarto, assim que sequei meu cabelo e me troquei, sai indo em direção a cozinha que já cheirava a comida e a flores.

Quando voltei as flores já estavam separadas em vários cantinhos abrilhantando e perfumando diferentes lugares da casa. A mesa principal já estava posta com a comida que minha mãe preparou.

— Olívia ligou disse que vem até aqui mais tarde, seu pai deve chegar antes do anoitecer e a Sofia avisou que hoje deixaria você descansar e que amanhã viria com o Chris. — Foi a frase dita pela minha mãe assim que apareci.

— Tá bem. — Sorri pra ela e me direcionei à mesa.

Depois de se servir, Mel sentou e comemos em silêncio. O prato feito por ela foi arroz, batatas, frango e salada.

Entre o distintivo e o coração.Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin