22- pov: Liz Carter.

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Chegou o dia da prova. Acordei às 4:00h, na verdade quase não dormi de ansiedade. Levantei sem fazer muito barulho, fiz minhas higienes e fui até meu escritório. Continuei resolvendo os assuntos do trabalho no meu computador.
Vi o lindo nascer do sol pela grande janela que ali havia. Fui até a cozinha, preparei um café forte.

— Não te vi sair da cama. — A voz do Matt ecoou na cozinha, me assustando. — Bom dia amor. — Ele sorriu.

— Quase não dormi — Sorri de lado — Bom dia, amor.— Ele me beijou leve. — Tenho um longo dia hoje.

Nos organizamos pra sair juntos, antes de ir pra prova, passaria no hospital pra ver Jacob. Uma enfermeira liberou minha visita. Entrei no quarto, vendo o Sr. Harris adormecido na cadeira. Ele acordou assim que eu fechei a porta.

— Me desculpe. — Sorri de lado, vendo Jacob abrir os olhos também

— Carter. — Ele falou com a voz suave.

— Oi parceiro, como você está? — Cheguei mais perto dele, cumprimentando também seu pai que depois se levantou e saiu dali.

— Você não deveria estar na prova? — Ele se sentou na cama, e grunhiu de dor.

— Passei aqui antes para saber sobre você.

— Eu estou bem, não foi nada muito profundo, vou ficar de repouso por um dias.

— Que pena que não vamos poder correr juntos  esses dias. — Rimos juntos.

— Se prepara que quando eu puder, vou te vencer. — Ele piscou — Você não está tentando fugir do teste, está?

— O que? Claro que não. — Cocei a garganta.

— Você parece nervosa. — Ele cerrou os olhos me olhando sério.

— Não estou nervosa. — Passei a mão no meu cabelo, que estava preso.

— Você não engana ninguém, Carter. Você vai se sair bem, e em breve será minha chefe.
Ri dele — Você vai trabalhar dobrado, meu amigo.

Me despedi dele, certificando que ele realmente estava bem. Segui até o One Plaza Police, local da prova. Entrei confiante, indo até o elevador. Fui até a sala, me apresentando. Preenchi tudo que foi necessário no documento que foi entregue antes de entrar.
Respirei fundo.
A prova durou cerca de 4 horas e meia.

Andei um pouco pelo Central Park, observando cada detalhe dali. As folhas laranjas caiam, o vento leve balançava meu cabelo preso. Sentei em um banco, sozinha, respirei fundo, e agradeci por tudo, minha vida, minha carreira, minha família, meus amigos.
Alguns sentimentos confusos invadiam meu coração nesses últimos dias. Estou feliz com o rumo que a minha vida está tomando, mas... sinto que há coisas que não é o que eu quero pra mim, que não é o suficiente. Me pego pensando, diversas vezes, se eu quero viver pra sempre com raiva da minha mãe. Se eu quero estar em um relacionamento que não evolui...

Balancei minha cabeça, tentando esquecer aqueles pensamentos e voltar pra realidade.

Sorri ao ver um casal passando com um bebê no carrinho, do outro lado do parque, uma garotinha correndo atrás do seu cachorro. No banco a minha frente, um casal de namorados, eram jovens, ele sorria largamente enquanto ela contava uma história.

— Lili? — Ouvi uma voz atrás de mim, rapidamente olhei, vendo Oliver se aproximar.

— Oli!! — Levantei e o abracei forte. Suspirando de alívio ao ver ele. Sua gravata azul claro realçava seus olhos e dava um contraste com seu terno escuro. Seus cabelos loiros estavam bagunçados, provavelmente pelo vento.

— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou enquanto sentávamos.

— Tirando um tempo da vida louca. E você?

— Sai pra comprar café para o meu chefe. — Ele tirou dois copos da sacola e me entregou um dos cafés — Relaxa, ele nem vai se lembrar que me pediu isso.

— Obrigada. — Sorri de lado dando um gole do café.

— Lembra quando era a gente? — Ele apontou pra duas crianças, correndo juntos e rindo.

— Como esquecer? A primeira vez que sua mãe nos trouxe aqui, você caiu feio no chão.

— Você nem pra me ajudar — Ele fez careta.

— Foi uma época muito boa. — Sorri lembrando daquele exato dia. Era inverno, estava perto do natal. Foi o último com a minha mãe. Camila tinha nos levado à Manhattan para fazermos compras.

— Se pudéssemos voltar no tempo... — Oliver coçou a garganta.

Nessa hora estávamos lado a lado, ele com sua mão por cima do meu ombro, me aconcheguei mais perto dele — Lili, você não é de "tirar um tempo", o que realmente te trouxe a ficar sozinha aqui.

— Fiz o exame para Sargento hoje. Não me julgue, eu não quis contar a ninguém, pra não criarem expectativas. Sai do prédio, e resolvi tirar um tempo mesmo.

— Uau, Lili. Quer dizer que em breve você vai receber os resultados? Isso é incrível. Você será a melhor! — Ele me olhou com um sorriso largo.

— Por favor, não conta pra ninguém. Eu não sei como vou me sair, e se der errado, que eu fique frustrada sozinha.

— Por que daria errado? Você é a melhor policial que Nova York já viu e vai ser a melhor Sargento. Promete que vai me ligar quando souber o resultado?
Sorri de lado, vendo sua animação. — Eu prometo. E quanto ao seu trabalho?

— Estou na linha para assumir a empresa. O meu chefe vai se aposentar.

— O que? E você não me conta isso?

— Você também não me contou sobre o exame. — Ele sorriu sarcástico e eu dei um soco de leve em seu ombro. — Já faz um tempo que não conversamos sozinhos sem nenhum problema ao redor, não é?

— Você tem razão... — Tentei lembrar da última vez que estávamos juntos, além das vezes que ele me consolou.

— Lili... eu queria te dizer uma coisa. Eu não quero ser egoísta, porque você já tem alguém, e não quero que você ache que estou brincando com você. Mas já tem um tempo que eu me sinto assim, muito tempo na verdade. — Ele segurou minhas mãos.

— Pode falar, Oli. — O olhei, confusa.

— Eu estou... eu sou... — Ele gaguejou e antes que pudesse terminar a frase, meu celular tocou fazendo um grande alarde.

— Droga, desculpa. — Vi o nome na tela, era da delegacia.

— Atende, pode ser importante. — Oliver falou e engoliu seco.

— Carter. — Respondi atendendo a ligação e levantando.— Hum, ok. Eu já estou indo. — Desliguei, guardando meu celular no bolso do casaco. — Desculpa, Oli. O que você quer me dizer? — Me sentei novamente ao seu lado.

— Não é nada demais, você precisa ir?

— Sim, precisam que eu vá lá e relate os acontecimentos de ontem. A gente se vê mais tarde?

— Hurrum — Oli murmurou e levantou, ele me abraçou forte, depois deixando um beijo em minha testa e seguiu o caminho contrário que eu fui.

Caminhei até a delegacia, observando o pôr do sol, tentando decifrar o que Oliver queria me dizer...

pov narradora on:

Atrás de alguns arbustos, onde Liz não podia ver, um homem a observava...
Ele decidiu não se aproximar, mas seguiu ela desde sua saída do prédio da Polícia.
Bufou ao ver o homem loiro ficar conversando com a Liz durante bastante tempo.

pov narradora off.

Entre o distintivo e o coração.Where stories live. Discover now