6 - Beijo

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Callie POV

Eu simplesmente não conseguia acreditar que Mark teve a cara de pau de vir aqui depois da conversa no celular que teve com Louis. Meu filho chorou por horas com medo de que o pai o abandonasse e esquecesse dele.

Meu ex-marido se aproxima e me abraça, não correspondo. Ele se afasta de mim e tenta me beijar na bochecha mas me esquivo.

-O que você está fazendo aqui? - pergunto já irritada.

-Vim acompanhar meu filho nesse período. O que foi Callie? - sorri de lado. -Não está feliz em me ver?

-Não.

-Bom, mas agora eu estou aqui e pelo Louis, e você não pode me impedir de ver o menino. - Mark se aproximou da cama do meu filho e lhe deu um beijo na testa. -Como foi as primeiras? Ele chorou? - pergunta baixo pra não acordar Louis.

-Não, mas está muito sonolento e desanimado ultimamente. A médica disse que é pelos remédios. - olho ao redor procurando Arizona, ela não estava lá. Depois a procurarei pelo hospital.

Mark sussurra algo que não consegui ouvir no ouvido do meu filho e deita com cuidado ao lado dele. Apesar de ser insuportável, Mark é um bom pai quando está presente, e Louis adora ele.

-E aquela loira que estava aqui? - me olha malicioso, ele viu! -As coisas estavam quentes por aqui quando cheguei... - ri.

-Não é da sua conta Mark! - tento esconder o sorriso.

-Quem diria né? Callie cola velcro... - olha pro teto pensativo.

Reviro os olhos e saio com a desculpa de ir tomar café, e realmente fui. Nas últimas semanas tenho tomado mais café que o normal e mesmo com as insistências de Cauã pra me alimentar não consigo. Eu sinto fome mas não consigo comer por preocupação e ansiedade.

Tomo meu café na companhia da minha amiga Carina, ela contava sobre sua vida desde quando "nos separamos", me falava da sua filha Emma e de sua esposa. Eu ria das brincadeiras que a menina já fez que ela me contava.

-Depois daquele dia nunca mais deixamos as maquiagens espalhadas no quarto. - Carina ria das suas próprias palavras. -Mas me diz Callie... como está Louis?

-Do mesmo jeito... dormindo o dia inteiro e quando acorda fica muito cansado. - suspiro. -Eu não sei o que fazer pra ajudar Carina, me sinto...

-Impotente? - assinto. -Pois não se sinta, você está ao lado dele sempre o apoiando, isso já é mais do que a maioria consegue. Aos poucos ele vai melhorando e quando você menos esperar ele estará te acordando pulando na sua cama e gritando. - sorri pra mim segurando minha mão por cima da mesa.

-Obrigada Carina. Você é a única que eu sempre vou confiar mesmo se passando anos sem te ver. - sorrimos. -Ah, antes de esquecer, você não sabe quem apareceu hoje. Mark Sloan, vulgo pai do meu filho e meu ex-marido.

Sua boca se abriu incrédula e seus olhos se arregalaram.

-Mas ele não disse que só viria na próxima semana? - pergunta confusa e dou de ombros.

-Mark é imprevisível Carina, sempre foi. Sem contar que não dá pra confiar nele.

Conversamos até ela ser chamada e eu ter que voltar pro quarto, mas quando eu passava pelo corredor sou puxada pra dentro de um cômodo, tento me soltar dos braços e gritar mas a mão na minha boca me impedia.

Paro os movimentos quando vejo que é Arizona que me segurava, ela me solta vendo que me acalmei e balança a mão que estava na minha boca, eu mordi um pouco forte.

-Meu deus Callie, pra que isso tudo? - me olha levemente assustada.

-Você que me agarrou, pensei o pior no momento. Você teve sorte que eu não coloquei em prática os golpes que meu pai me ensinou. - chego perto dela e pego sua mão, analiso a marca que deixei. -Não tá tão ruim. - dou de ombros e ela ri.

Trocamos olhares intensos e duradouros, desvio meu olhar pra sua boca naturalmente rosada e mordo o lábio inferior, estava doida pra provar daqueles lábios carnudos.

Odeio ela!

Arizona se aproxima prendendo meu corpo na porta, aproxima sua boca do meu ouvido sussurrando.

-Sabe senhorita Torres, uma vez te disse que quando começo uma coisa, termino. - chupa o lóbulo da minha orelha. -E eu não estava brincando.

Me puxa pela cintura colando nossos corpos e me beija. Seus lábios se movem numa perfeita dança com os meus, ela me pede passagem com a língua e eu aceito, sua língua quente entra em contato comigo me arrancando um suspiro. A dança perfeita das nossas línguas onde nenhuma buscava dominação, estava bom, muito bom, mas acaba quando o ar falta e nos separamos, ofegantes e com o coração acelerado.

Antes que eu diga algo ela sorri pra mim e sai do quarto me deixando sozinha. Encosto meus dedos nos meus lábios sentindo vontade de ter seus lábios junto aos meus novamente.

Odeio ela!





Arizona POV

De onde eu tirei coragem pra beijar Calliope Torres? Bom, essa é uma pergunta muito fácil de responder.

Cristina Yang, a mulher que por acaso passou do meu lado quando eu conversava com Maya sobre meu quase beijo com a Torres e me deu um conselho magnífico.

Vá logo beijar essa mulher, Robbins! E para de resmungar dela pelos cantos do hospital que todo mundo aqui já sabe que tudo isso é tesão incubado.

Eu amo Cristina Yang e seus conselhos super amorosos, ela é um verdadeiro exemplo de paciência e gentileza, sua bondade exala por onde passa e seu amor ao próximos me cativa e emociona.

Tomei coragem e o fiz, e não me arrependo! O beijo daquela mulher é de tirar o fôlego e quase fico de barraca armada, por isso saí do quarto rápido.

Peguei minhas coisas e fui pra casa, meu plantão já tinha acabado e não tinha mais condições de estar no mesmo prédio que o que Calliope Torres está sem querer beijá-la.



[...]


Cheguei no hospital já estava no fim da tarde, meu plantão duraria 36hrs direto. Cumprimentei todos por onde passava até o meu andar. Visitei os bebês checando seus prontuários e tudo estava em sua perfeita ordem. As crianças também.

Visitei Sofia por uns minutos até ser chamada pra uma cirurgia de emergência que durou 5hrs. Cheguei na cafeteria do hospital e encontrei Lauren Jauregui.

-Oi Lauren, tem um tempo que não te vejo, está tudo bem? - ela sumiu nas últimas semanas e não a vi pelo hospital.

-Tá sim, só minhas férias loirinha. - pegamos os cafés. -Mas e você? Fiquei sabendo do beijo com a Torres. - sussurrou e arregalei os olhos.

-Como soube? - se essa história vazar Callie me mata.

- Maya que contou pro Jack e Jack você já sabe né... é um fofoqueiro! - rimos. -Mas fica tranquila que só os mais próximos que sabem. - me tranquilizei, confio no pessoal do hospital e sei que nunca espalhariam nada sem minha permissão. Andamos pelo corredor da emergência e pegamos as roupas e luvas pois duas ambulâncias chegavam. -O que acha de tomarmos uma hoje à noite? No bar do Joe? - a porta traseira da ambulância se abriu e verificamos os ferimentos do adolescente de 14 anos. -Preparem uma sala de cirurgia! Robbins, você entra comigo!

-Meu plantão termina 6 horas da manhã de amanhã, então não vai dar. Mas quem sabe no fim de semana? - nos vestimos com a roupas adequadas e fomos nos lavar. Entramos na sala de cirurgia e já operávamos o garoto com a ajuda de Bowsell.

-E aí Robbins? Não tem nada pra contar? - Lauren perguntou mexendo as sobrancelhas. Fofoqueira!

-Não que eu me lembre Bowsell. - me fiz a sonsa.

-Pode falar Arizona, o que você falar aqui não sai daqui! - reviro os olhos pras palavras de Lauren.

-Claro que não, um passarinho que vai contar pro hospital inteiro.

-Está insinuando alguma coisa doutora Robbins? - Lauren franze o cenho com uma expressão brincalhona.

-Nunca doutora Bowsell!

Mudamos de assunto e logo terminamos mais uma cirurgia com sucesso. Damos as notícias para a família que nos abraçaram de felicidade, com certeza essa é uma das melhores partes dessa profissão, ver os olhares dos familiares e amigos mudarem de preocupação para felicidade em segundos após uma boa notícia.

Quando Te Encontrei (versão Calzona)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon