(2) Lar doce lar ou não

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Mabelle 🌙

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Mabelle 🌙

Depois de um primeiro dia uma tanto peculiar, eu cheguei em casa pronta para contar tudo aos meus pais. Em como foi horrível sofrer preconceito por ser quem eu sou, simplesmente uma garota preta e lésbica. E contar que mesmo com esses pesares que provavelmente vou enfrentar muito na vida, infelizmente, foi bom conhecer garotas tão diferentes de mim e  tão acolhedora, que hoje não posso chamar de amigas, mas quem sabe futuramente.

O único problema é o que eu tinha para contar, a minha mãe dormia pesadamente em seu quarto, provavelmente tomou algum remédio para suas dores intermináveis na coluna. Enquanto o meu pai deve ter pego mais alguma hora extra no seu trabalho, tudo isso para que eu, meu irmão mais velho e a minha mãe não precisem trabalhar.

Apesar que Matteo faz faculdade na capital do país, e trabalha meio período lá. Mesmo assim meu pai manda dinheiro para que ele não passe por tantas dificuldades.

Ponho as minhas coisas em meu pequeno quarto, o qual tenho orgulho de ter decorado da minha forma com coisas particularmente recicladas. A madeira que sustenta o colchão vem de sextas da feira onde o meu avô trabalha, luzinhas natalinas que não ficam no modo pisca-pisca por ter sua fonte quebrada, então a antiga dona me deu, eu restaurei ela e a coloquei na cabeceira da minha cama, alguns quadros de moldura antiga, mas com imagens que eu mesma mandei imprimir da Internet, um espelho redondo com moldura de madeira e o tapete onde Lupito gosta de dormir, completam a decoração do cômodo de paredes brancas.

Vou para a cozinha para ver o que tem para comer de almoço, e enquanto procuro o que tem  na geladeira, ponho ração para meu gato que estranhamente não está perambulando entre as minhas pernas.

Vou atrás dele pelos cômodos da casa pequena, mas que é o lugar mais  aconchegante do mundo, onde a maioria dos móveis foram feitas pelo talento excepcional do meu pai em transformar tralhas em coisas completamente úteis.

Encontro Lupito no quartinho de ferramentas do meu pai, dormindo de barriga para cima sobre uma das caixas que tem ali, sorrio vendo as patinhas com manchinhas pretas mexerem no ar, enquanto seu corpinho branco e preto permanece imóvel no sono profundo. O deixo descansar enquanto volto para a cozinha e então finalmente vou almoçar.

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Aimée ☀️

Eu quase não almoçava por conta de tudo que escutei na escola, mas ao ver a Pop almoçando sozinha após ter uma manhã pior que o minha na escola que ela estuda me faz sentar ao seu lado e não me conter em me alimentar bem.

Ainda bem que a minha mãe não estava em casa, pois cada garfada dada por mim seria muito bem julgada por ela.

Digamos que o sonho de ser bailarina não era só meu até certo ponto da minha infância, mamãe matou o mesmo dentro dela depois que fomos a centenas de nutricionistas e a maioria deles lhe falou que eu deveria perder uma quantidade mínima de peso, pois a maioria da minha massa corporal não era ruim pra mim, pois tinha relação com a minha estrutura corporal, e emagrecer de mais não iria me fazer bem tanto fisicamente como esteticamente.

Quatro Amigas E Um DiLEMAWhere stories live. Discover now