Old Man of Storr.

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— Essa rocha é mágica o suficiente?

Estou de pé no topo de uma enorme colina esverdeada, olhando para uma rocha pontuda erguendo-se em direção aos céus. O vento está açoitando meus cabelos sob o gorro e minhas bochechas doem. Começou a chover mais ou menos quinze minutos depois de começarmos a caminhada e parou ainda agora, então estou levemente úmida e fria.

Também estou encantada. Quando Freen me contou no café da manhã que havia algo que ela queria me mostrar, eu não imaginei que fosse nada assim.

— A mais mágica de todas — confirmo, observando a Old Man of Storr.

Freen não tinha mentido sobre essa parte de Skye ser bela de doer e também cheia de rochas. Parece que estou em outro planeta, ou quase, todo descampado e montanhoso, e pedrinhas soltas sob meus pés. Até os outros turistas corajosos o suficiente para encarar essa subida numa manhã úmida e com ventos fortes não diminuem a beleza do lugar ou a sensação de que estou num lugar completamente diferente e desconhecido.

Sorrindo, Freen se abaixa para pegar um seixo solto, jogando-o para o alto com a mão. Ela está vestindo uma jaqueta vermelha e calça preta, o cabelo enfiado sob um boné da Celine. Seu nariz também está vermelho e ainda assim ela parece quase pronta para uma foto de revista.

É o jeito de Freen, eu acho.

Então ela aponta para a rocha e diz com a voz alta suficiente para encobrir o ruído do vento:

— Então me fala sobre ela!

Fecho o rosto numa expressão confusa, tentando tirar o cabelo dos olhos.

— Do que, da rocha?

— Sim, Armstrong, a grande rocha mágica. Fale pra mim tudo o que você sabe sobre rochas, tudo que está nesse seu cérebro enorme.

Constrangida, apoio as mãos no bolso de trás da calça, olhando para a pedra.

— Bom, ela é feita de dois tipos de rochas — começo, e Freen senta no chão, dobra os joelhos contra o peito e abraça-os.

É uma pose muito distante do jeito usual de Freen e eu quase solto uma risadinha ao vê-la assim, sentada como uma estudante ansiosa e deslumbrada.

— Mais alto! — ela grita, e reviro os olhos.

— Dois tipos de rochas! — repito. — Em camadas, está vendo? Aponto e Freen acena com a cabeça.

— Então isso significa que a rocha é bem frágil e suscetível às intempéries, e foi isso que aconteceu aqui. Todo esse vento e a chuva por anos meio que... a talhou assim. Nessa grande rocha.

Freen espreme os olhos enquanto observa aquela pedra gigante e pontuda, e então diz:

— Diz a lenda que tem um gigante enterrado nesse morro e que esse é o polegar dele, saindo do solo.

— Bom, essa história é muito melhor do que "rocha gigante que ficou menos gigante por erosão" — admito, e Freen ri, se levantando.

— Eu acho que prefiro a sua versão mais científica, pra ser sincera.

Nós ficamos ali por um segundo, sorrindo uma para a outra, e de repente a memória da noite passada na estufa volta com força. O modo como eu me senti ao dançar com ela. Como o ar ao nosso redor pareceu diferente, cheio de tensão.

E até mesmo no topo de uma montanha ao norte da Escócia em outubro, minha pele de repente se aquece.

O sentimento apenas se intensifica quando Freen entrelaça nossos braços e bate de leve com o quadril no meu, dizendo:

SUA ALTEZA REAL - FreenbeckyWo Geschichten leben. Entdecke jetzt