capítulo 21

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- Deixa de ser fofoqueira, garota - ele me cutucou.

- Se manca, coisa feia -  retruquei.

- Pega a visão, sabe a mulher que a Patrícia indicou? - balancei a cabeça em concordância.

- O que você tá achando dela? - perguntou.

- Estou achando normal. Por quê? Geralmente é você quem fica de olho nos funcionários.

- Ontem eu fui no estoque dar uma olhadinha e quando eu entrei, ela tomou um susto -  desviou o olhar do trânsito e me encarou.

- Tá, e o que tem? - perguntei.

- Foi muito estranho a forma como ela se assustou, porra. A mina ficou pálida, e sem contar que a função dela não exige nada do estoque - explicou.

- Doidera, hein... - comentei - Mas você acha que já pode dispensar?

- Claro que não, pô. Mas é bom ficar de olho, né - concluiu.

Entrei no WhatsApp para perguntar se a Maya já tinha começado a se arrumar e vi que o Victor havia respondido a minha mensagem.

Ele me convidou para jantar, mas eu perguntei se poderíamos fazer algo mais tranquilo. Então, convidei-o para ir lá em casa e, graças a Deus, ele concordou.

- Vai tirar as teias de aranha da xereca hoje e tá rindo à toa - brincou.

Olhei para ele incrédula e gargalhei.

- Cara, eu te odeio. Quem te disse que eu vou dar?

- Aham, e eu sou o Batman, pô - ele brincou, parando na rua em frente ao meu portão - A corrida deu 45 reais, moça - estendeu a mão.

- Bota na conta - respondi, dando um beijo em sua bochecha e saindo do carro.

- Seja consciente e use camisinha, viu - disse rapidamente antes de sair acelerando com o carro, sem nem me dar tempo para xingá-lo.

Entrei em casa e subi até o quarto da Maya. Parei na porta pronta para entrar, mas ouvi ela conversando com alguém no telefone. Então parei para escutar.

Minha curiosidade foi maior quando ouvi ela se despedindo carinhosamente de alguém, chamando de "amor". Fiquei alguns segundos parada na porta, pensando em como eu perguntaria para ela. Torcendo para que ela falasse que era alguma amiga, bati duas vezes na porta e perguntei se podia entrar.

- Nossa, nem ouvi barulho do carro - comentou quando eu entrei.

- O carro está na garagem. Diego que me trouxe - Maya respondeu um "ata". - Tava conversando com quem? - perguntei, tentando soar casual.

- Ninguém, ué - respondeu.

- Pelo que eu saiba, você não é esquizofrênica e muito menos médium para conversar com espíritos. Antes de eu entrar, eu ouvi, ou melhor, escutei você cochichando.

- Eu tava em ligação - respondeu.

- Com quem?

- Que foi, Aya, virou intimação agora? - riu, cruzando os braços.

- Só quero saber, ué. Não posso? - dei de ombros.

- Tava conversando com uma amiga.

- E você chama suas amigas de amor?

- Tu chama o Lennon de preto amor, chama a Bruna de vida e vice versa com o Diego - debochou.

- Vc é bem engraçadinha né? - ri sem humor. - Não tava parecendo amizade não.

- Tá insinuando o quê? - já tava ficando estressada. A Maya consegue ser sonsa em um nível impressionante.

- Ai, Maya, para de se fazer. Você tá namorando? No telefone, não parecia que era só amizade não.

- Vc tava ouvindo minha conversa atrás da porta? Isso aí é vacilação.

- Eu não tava ouvindo nada. Eu só ouvi você se despedindo de alguém. Qual o problema de você falar comigo que tá conhecendo alguém? - Maya ficou em silêncio e eu levantei, saindo do quarto. E ouvi ela rir.

- Calma, cara. Entra - me empurrou de volta para dentro do quarto. - É só um garoto da aula de inglês. A gente tá se conhecendo.

Se eu pudesse me enterrar na areia e fingir que eu não ouvi isso, eu faria, mas o que eu poderia fazer?

- Vcs já ficaram? - arregalei os olhos.

- Não.

- graças a deus - relaxei os ombros.

- AINDA.

- Ainda? Onde ele mora?

- Aya, você acha que eu tenho quantos anos? 10?

- Quase 16, e sinceramente, eu acho que não tá na hora de ficar se envolvendo com garotos.

- Com garotas pode? - sorriu maliciosa.

- Com garotas pode? - sorriu maliciosa

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