capítulo 07

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Capítulo por Ayana

📍Rio de janeiro, Lagoa.  2022
🗓️ Segunda-feira

Quando saí do mercado, fiz a alegria da criança e busquei a Maya na escola. Quando finalmente cheguei em casa, fui logo fazendo o brownie e, depois de pronto, comecei a picar tudo o que precisava para fazer a janta.

No momento, já havia feito metade das coisas que eu precisava na cozinha, então comecei a lavar as vasilhas enquanto brigava com a Maya por ter discutido de novo com a colega de classe.

- Eu te falei para não render assunto - falei.

- Essa menina fica jogando indiretas no ar toda hora e eu não sou de indireta, chego na lata e falo mesmo.

- Nossa, puta que pariu, gente, muito difícil! Bruna fala alguma coisa, caralho! - Passei o b.o para a Bruna.

- Amiga, você sabe que a Maya estava no direito dela, independente se você concorda ou não.

- Eu sei, mas eu já falei mil vezes que o que ela quer é que você caia na pilha dela e ela está conseguindo, Maya. Se você chegar em casa com a última notificação da escola antes de tomar uma suspensão, eu vou te tirar da aula de dança, está ouvindo? Porque agora não é nem advertência, agora é suspensão - falei extremamente nervosa.

- Cara, você é muito babaca - maya rebateu

O adolescente tem uma mania de achar que sempre está certo e eu não julgo, porque eu era pior. Só que é aquilo, faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço. Tem certos momentos que a gente tem que ter pulso firme.

- Maya, sobe para o seu quarto agora - falei com firmeza. Maya subiu faltando quebrar a escada. - Aproveitei o momento e acendi um baseado antes de começar a lavar louça

Eu tenho uma mania de começar a lavar a vasilha e depois sento um pouco e fico enrolando. Aí, quando volto a fazer o que eu tinha que fazer, acabo me distraindo de novo.

-Amiga, e o Pedro? - perguntou Bruna, curiosa sobre um cara com quem eu estava ficando.

-Ah, eu e ele estamos bem. Você sabe que é só atração carnal e umas conchinhas, e nada além disso. Deus me livre de algo além.

- Você tem que parar de fugir -  disse Bruna.

- Fugir do que, Bruna? Não vem com esse papo uma hora dessas - dei uma risadinha, sentindo meu corpo relaxar e a onda chegando.

- Amar é tão gostosinho, ter uma pessoa ali que soma contigo - comentou Bruna.

- Ai, você está falando de coisas raras, né, baby? No começo é tudo maravilhoso, aí depois começa o inferno - respondi

- Eu só acho que você deveria se abrir mais, sabe? Quando você fica com alguém, qualquer resquício de que você está se interessando além do sexo, você some e joga a pessoa para escanteio - disse Bruna.

- Amiga?? Tudo é uma troca de interesse, caramba, e eu não sou assim. Eu até durmo abraçada com ficante - falei, me defendendo.

- Você é bem irresponsável com os sentimentos dos outros, amiga - respondeu Bruna.

- Bruna, ninguém pensa no assunto de me machucar, mas eu tenho que ser responsável por outra pessoa ser iludida? Sempre aviso que não quero namorar. Se continua sabendo que pode se apaixonar, é porque quer.

- Não vou mais estender esse assunto porque você é insuportável e sempre vai dizer que está certa - Bruna se rendeu.

- Obrigada, Bê. Que milagre é esse que vai dar 18h e o Diego até agora não chegou?

- Ele deve estar vindo. Liga para ele e manda ele trazer sorvete - Bruna disse, indo em direção à geladeira.

- Pode parando que o brownie é para amanhã, tá sua gulosa do caralho - Bruna deu língua para mim enquanto eu pegava o celular para ligar para o Diego.

CAPÍTULO POR LENNON

Estava conversando com o Diego enquanto o trânsito ia andando, até que o telefone que estava conectado no bluetooth do carro tocou.

- Oh, ela aí - atendeu o telefone - Alô, eu não tenho dinheiro para fazer doação, moça. Desculpa.

Ouvi uma voz feminina que, com certeza, era ela.

- Vai tomar no cu, Diego. Já tá chegando?

dei um sorriso largo quando ouvi ela. E tem uma coisa que eu percebi: o Diego não pode ver ninguém em paz que ele quer atormentar.

- Iiiih, ala - ele olhou para a minha cara e começou a rir.

- Larga de ser esquizofrênico, cara. Tá rindo de quê?

Olhei para ele e fiz sinal para ele não falar nada.

- A velha que caiu ali na rua...- Não aguentei com ele falando isso e caí na risada.

- Tá trazendo alguém?

- É... Tinha esquecido de comentar contigo que antes de eu ir pra sua casa, eu ia levar um conhecido meu que mora perto daí na casa dele, pô.

- Beleza, então vou colocar o frango de uma vez no forno. Tchau!

- Tchau!

- Pô, tu brinca muito, cara. - Neguei com a cabeça.

- Foi a única coisa que veio na cabeça, ué, mas já estamos chegando.

Depois disso, ele virou algumas ruas e estacionou ali mesmo. Entramos no jardim que dava de frente para a porta e esperei ele fechar o portão.

Assim que entrei na sala, comecei a sentir o coração pulsando e logo senti minhas mãos geladas. Essa sensação de saber que em alguns instantes eu veria a mulher que, sem dúvidas, fez a minha infância muito especial e que, durante muito tempo, fez meu coração sentir saudades e se questionar sobre como Ayana estava.

Passando pelo corredor que dava para a cozinha, ouvi uma voz feminina conversando com outra pessoa.

Assim que entrei na cozinha, Aya estava de costas lavando vasilha e uma mulher sentada na mesa olhou para mim automaticamente com cara de tédio, mas sua expressão sumiu de tédio para, eu diria, assustada e surpresa. Seus olhos arregalados não mentiam. Se eu não estivesse nervoso e ansioso, com certeza eu iria rir bastante da sua cara.

- QUE PORRA O L7 TÁ FAZENDO AQUI??????" - A mulher berrou.

Aya girou o pescoço em minha direção tão rápido que achei que ela fosse reproduzir a cena do pescoço em 360° do Exorcista.

Nossos olhos se encontraram e ali não pude conter o sorriso genuíno e espontâneo que apareceu em meu rosto. E ali eu percebi... Era impossível esquecer o brilho e a verdade que aqueles olhos transmitiam.

 Era impossível esquecer o brilho e a verdade que aqueles olhos transmitiam

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