capítulo 02

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Capítulo por lennon

📍Rio de janeiro, 2022

Sendo bem sincero, eu amo minha vida e agradeço todos os dias por ter chegado onde cheguei. Mas como tudo na vida tem seus prós e contras, a fama carrega um peso enorme na minha vida. Tanto negativo quanto positivo, mas de fato, um dos piores é não ser tão presente na vida da minha família. E eu tento o máximo que posso ser presente.

Nesse momento, estou na casa dos meus pais, no finalzinho de domingo, jogando conversa fora depois de um almoço. E te falar, na moral, não tem satisfação melhor do que ter esses momentos com quem a gente ama, papo reto.

- Aí, família, queria poder ficar mais tempo, só que já tá tarde e o homem tem que descansar - falei, me despedindo de todo mundo.

- Vai com Deus, meu filho. Sabe que a mãe te ama, né? E, falando em amor... - disse com um sorriso travesso

-Lennin, se eu te contar o que eu achei, você não vai acreditar- disse minha avó Dona Marlene, sorrindo igual ao Coringa.

- Ih, lá vem. O que a senhora achou?

Marlene pegou uma caixa que estava em cima da mesa e me entregou.

- Abre quando você chegar em casa. Tenho certeza que você vai ficar feliz com isso

Fiquei curioso pra caramba, mas nem questionei muito e fui embora. Chegando em casa, fui direto tomar um banho rápido e, ansioso, fui até a sala para saber o que, de fato, tinha dentro daquela caixa.

Peguei a caixa e logo em cima da tampa estava uma data: 1998 e 2006. Curioso, abri e, logo de cara, bati o olho em uma foto e não acreditei no que vi.

Tinha uma foto minha e da menina que fez a minha infância ser especial, Ayana... Na foto, Ayana estava em cima das minhas costas com um sorriso que, de longe, era a coisa mais linda que eu achava nela.

Sabe aquele amigo, primo ou alguma pessoa que cresceu contigo e vocês viviam juntos na escola, na vida, nas brincadeiras, nos almoços da família... Vocês eram inseparáveis, mas chega um certo momento da vida que vocês já não se veem tanto, as brincadeiras já não são tão frequentes por causa de alguma mudança ou simplesmente vão se afastando sem nenhum motivo tão importante. Quando você para pra pensar, já faz semanas que vocês não trocam ideia ou se veem

E de repente são anos que você não sabe como anda aquela pessoa, se ela está bem ou se ela conseguiu realizar aqueles sonhos de infância.

E de vez em quando você para pra pensar, ela passa na sua cabeça ou você passa na sua antiga rua e lembra dela, ou em um simples gesto vem aquela pessoa na cabeça. Bate uma saudade que chega a doer.

Peguei as várias fotos nossas que tinha dentro da caixa, vi os desenhos que fazíamos juntos, o pião desenhado que ela me deu no último aniversário que ela passou comigo, de 12 anos.

Fiquei ali rindo e lembrando dela e da nossa infância. E sinceramente, desejo muito que algum dia eu possa reencontrar a minha menina.

 E sinceramente, desejo muito que algum dia eu possa reencontrar a minha menina

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Velha infância | L7NNON Where stories live. Discover now