Coração bandido

Capítulo 53

Ester

Os enfermeiros entraram no quarto e pedir para que eu aguardasse lá fora, me levantei e sai. 
Fui até a padaria em frente ao UPA, me sentei em uma mesinha e uma menina veio me entregar o cardápio. 

Abri o mesmo e fiz o meu pedido. 
Fiquei aguardando e mexendo no celular. 

Depois de alguns minutos o meu pedido chegou e eu comecei comer. 

Meu celular vibrou, vi nas notificações que era mensagem do Vitor. 

WhatsApp 

Vitor: Bom dia, irmãzinha - 08:40 }
McLaren chega daqui a pouco e quer trocar um papo contigo - 08:40
Desce na boa e pede pra Maya ficar aí com o Pedro. - 08:41

Bom dia, meu amor. - 08:41
Estão removendo os aparelhos do Pedro agora - 08:42
Não vou descer pra boca hoje, se o Pedro estiver bem, ele sobe aqui - 08:42
Quero que ele esteja presente nisso! - 08:43

McLaren não vai gostar muito, mas eu vou falar com ele. - 08:44
Qualquer coisa me liga, amo vcs - 08:44

Ele não tem que gostar, Vitor. - 08:44
São as condições no momento, infelizmente meu marido tá internado e ele terá que participar dessa "reunião", espero que ele compreenda a situação! - 08:45

-

Vitor apenas visualizou e não respondeu. 
Nunca fui muito com acara do McLaren e principalmente do Abravanel. 

O Abravanel tem uma cara de sujo, que faz de tudo pra se manter no poder. 
Acredito que por isso ele está a doze anos. 

Terminei de comer, fui até o balcão e paguei. 
Sai da padaria e voltei para o UPA. 

Bati na porta do quarto de leve e entrei. 
Pedro estava sentado com ajuda da cama, sem aparelhos, somente com o acesso no braço. 

Sorri e entrei no quarto. 

Oi...amor. - falou baixinho 

Não força, amor. - me aproximei dele - Está sentindo dor? - ele assentiu - Então não força, tá bom? - ele assentiu mais uma vez 

Passei a mão no rosto dele e o mesmo ficou me encarando. 
A minha felicidade é inexplicável. 

Meu milagre. 
Um mês nessa luta e se eu tivesse desistido teria perdido o amor da minha vida! 

O médico entrou na sala com a prancheta. 

Bom dia. - falou olhando em seu relógio no pulso - Fizemos alguns exames necessários e os resultados já saíram. - assenti me arrumando na cama  - Bom...inexplicável como ele teve ssa recuperação tão rápido, na verdade não era nem pra ele estar vivo. 

Meu milagre, doutor. - segurei a mão dele e fiz carinho - Eu falei pra tu que ele é forte, que ele oa aguentar! 

Realmente foi um milagre...na medicina não podemos explicar as coisas assim, mas é algo que na ciência não tem explicação, pelo menos no momento não. - olhou para a prancheta - Ele não teve nenhuma sequela ou terá alguma dificuldade, os exames estão todos normais, isso quer dizer que se cuidar direitinho, não terá problemas. - assenti com um sorriso estampado no rosto - A única coisa que pode acontecer, são dores crônicas no peito, sensção de sentir queimando ou perfurando, mas isso é normal, por causa do trauma. 

Somente isso mesmo, doutor? - ele assentiu - Quando ele recebe alta? 

A alta dele está entre amanhã e quinta-feira. - concordei animada - Qualquer coisa é só me chamar 

Tá bom, Doutor. Muito obrigada! - sorri e ele saiu do quarto - Amor eu estou muito feliz pela sua melhor, tu não tem noção. 

Eu também estou...-fez careta- Estou feliz por te ver aqui, amor! - dei um beijo na cabeça dele - Te amo, minha loira. 

Eu também tem amo, preto. - ele apertou a minha mão e sorriu 

Ficamos conversando, na verdade eu que fiquei falando no ouvido dele. 
Ele ficou me ouvindo e me olhando com brilho nos olhos. 

...

Bateram na porta e eu mandei entrar. 
Vitor, McLaren e o Abravanel entraram. 

Respirei fundo e me arrumei na cama. 

Eae, irmão. - Vitor falou e se aproximou, fez toque com o Pedro 

Fala irmão. - Pedro sorriu - Tá de boa? 

Eu que te pergunto se tu tá de boa? - Pedro assentiu 

Tá de boa mesmo, Fernandez? - McLaren perguntou 

Tranquilo, pô. Quase fui de arrasta pra cima, mas eu sou vaso ruim, quebro nunca. - riu 

Abravanel apenas sorriu. 

Viemos aqui para saber o que aconteceu com o Pivetin, na verdade como aconteceu né. - McLaren falou me olhando - Eu ia trocar ideia com ela lá na tua sala, mas ela disse que falaria somente contigo. - olhou para o Pedro 

Tá certa, eu que instrui. Até por que, eu que sou do corre, não ela! - Pedro falou - Conta como aconteceu, amor. - olhei pra ele e concordei 

Estávamos aqui deitados e ouvimos um barulho lá fora, ficamos atentos por um tempo e logo o Pedro voltou a dormir, mas eu fiquei ligada porque sabia que tinha algo errado. - Abravanel cruzou os braços me olhando - Resumindo, ele entrou no quarto e eu estava com a pistola próxima, antes de atirar eu perguntei quem era e não respondeu, ele foi pra pegar a arma dele que estava no chão e eu atirei antes. 

Não sabia nem quem era? - Abravanel perguntou e eu neguei - E como tu atira assim? 

Antes ele do que eu ou o meu marido! - falei 

E se fosse da mesma facção? - Abravanel perguntou e cruzou os braços - Tu teria matado um dos nossos! 

Respirei fundo e olhei para o Pedro, o mesmo assentiu me dando aval para responder da minha forma. 

Primeiramente que se fosse da mesma facção estaria de pilantragem, porque era de madrugada e entrou armado! - fiquei em pé - Nada justifica e se fosse qualquer um de vocês estariam mortos e sem dó. Por que, além de qualquer coisa, vem a minha família! 

É perguntar antes de atirar. - mais uma vez o Abravanel falou e se aproximou 

Eu perguntei ou você não ouviu? - dei dois passos para frente - O quarto estava escuro, não enxerguei o rosto dele e outra, mesmo se tivesse enxergado e soubesse quem era, teria matado da mesma forma, quase acabou com a vida do meu marido! 

Não vejo que ela está errada nessa história, apenas legitima defesa! - Pedro falou - Não tem nada o que ser cobrado!

É isso mermo, não vejo necessidade. Eu só queria mesmo saber como correu. - McLaren falou - Bora meter o pé, Abravanel. Temos coisas mais importantes para resolver. - falou e saiu do quarto e o Abravanel saiu em seguida

Eu odeio o McLaren, mas nada se compara no tanto que eu odeio esse Abravanel. 

Cara sujo, certeza que está envolvido na morte de muita gente. 

Tenho nojo!