Capítulo 52

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Ester 

Acordei de madrugada ouvindo um barulho, me sentei na cama meia desnorteada. 
Dormi agarradinha com ele hoje. 

Ouvi mais alguns barulhos, mas era lá fora, nem me abalei. 
Olhei pra ele e vi que o mesmo estava acordado, sorri. 

Volta a dormir, amor. - dei um beijo no rosto dele - Ainda é de madrugada e só as oito vão tirar isso de você. - ele assentiu bem de leve e eu sorri novamente 

Cada coisa que eu descubro referente a melhora dele, eu fico bestinha.
Me deitei novamente ao lado dele e abracei o mesmo. 

Senti um aperto no coração e já não consegui mais dormir. 
As paranoias tomaram conta de mim. 

Esperei ele voltar a dormir e me sentei na cama. 
Respirei fundo tentando controlar os meus pensamentos. 

Porra de pesadelo, fica rodeando a minha mente o tempo todo! 

Me levantei e fui até o armarinho que tinha no quarto, abri o mesmo e peguei a pistola. 
Voltei e me sentei na beirada da cama olhando para a porta. 

Ouvi mais barulhos lá fora, mas deixei pra lá. 
Coloquei a arma na mesinha ao lado da cama e me deitei olhando para o teto. 

Eu não vejo a hora dessa turbulência passar e tudo voltar ao normal. 

Ouvi a porta se abrindo devagar, estiquei meu braço com cuidado e peguei a arma, olhei na direção da porta e vi um cara de costas, tentando encostar a mesma sem fazer barulho. 

Fechou, se virou e eu apontei a arma me sentando na cama. 
Ele se assustou e deixou a arma cair. 

O quarto estava bem escuro e não dava para identificar quem era. 

Quem é você? - perguntei séria 

Estava com sangue nos olhos e dessa vez eu tive certeza que o meu sonho foi um aviso. 

Ele foi se aproximar da arma e eu pulei da cama e chutei a mesma para o lado. 

Abaixa essa arma! - falou com a voz grave e rouca- Se tu não abaixar eu mato você e ele!  - disse apontando o dedo e eu neguei séria 

Eu não vou abaixar porra nenhum! - falei alto - Quem é você? 

Ele se aproximou e eu apertei o gatilho, dei dois tiros no peito dele e o mesmo caiu. 
Ouvi o barulho dos aparelhos apitando alto. 

Me aproximei do corpo e vi ele se engasgando com o sangue. 
Eu não reconheci o rosto dele. 

Dei mais um tiro, mas no meio da testa. 

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o Vitor. 
"Acabei de matar um cara, não sei quem é. Vem aqui."

A porta se abriu e entrou duas enfermeiras. 
Elas me olharam e eu coloquei a arma na mesinha. 

Legitima defesa! - falei sério e as duas não expressaram nenhuma reação 

Eu...eu...vou chamar os meninos. - ela saiu do quarto e puxou a outra 

Olhei para o Pedro e o mesmo estava respirando rapidamente e com os olhos arregalados. 

Amor. - passei a mão pelo cabelo dele - Tá tudo bem...eu to bem, não me machuquei...apenas re protegi e eu faria de tudo por você! - falei olhando nos olhos dele - Se acalma, não se preocupa, ele já está morto e não vai me machucar! - ele foi se acalmando aos poucos 

A porta se abriu de novo e entrou o Vitor entrou, com mais dois envolvidos e dois enfermeiros. 

É o Pivetin. - disse olhando para o caro - Tua mulher acabou com a guerra, Fernandez! - falou olhando para o Pedro - Levem ele. - os caras pegaram ele e levaram 

É o filha da puta? - Vitor assentiu - Nunca fiquei tão feliz por matar alguém e eu nunca matei. - sorri - Filha da puta, merecia ser torturado até a morte! 

Mas já adiantou o nosso lado. - falou pegando o celular 

Os enfermeiros foram checar se estava tudo certo com o Pedro. 
Vitor saiu do quarto e eu fui atrás. 

Ouvi ele falando no telefone e me sentei no banco em frente ao quarto. 
Ele me viu, conversou mais um pouco, mas logo desligou. 

Ele veio até mim e se sentou ao meu lado. 

Tá bem mesmo? - assenti e deitei a cabeça no ombro dele - Que bom, porque o McLaren quer falar contigo. - olhei pra ele e fiz careta - Matou o maior rival do teu marido, deu nem graça. - riu 

Deu nem graça, nessa brincadeira eu quase perdi ele! - falei séria e ele parou de rir - Ele quer falar o que comigo? 

Procedimento da facção. - assenti 

O pessoal da limpeza entrou no quarto e começaram a limpar a poça de sangue. 

Tu acha que eu vou ser cobrada? - olhei pra ele 

McLaren é meio doido, de verdade eu não sei se ele vai querer te cobrar, mas se quiser, eu não vou deixar! - bagunçou o meu cabelo - Minha pirralha. - revirei os olhos e o mesmo riu - Tu não sabe a felicidade que eu estou de ver o meu irmão melhorando...já basta perder o Morales, eu não ia aceitar perder outro. 

Acredito que o Vitor não sabe quem mandou matar o Morales, porque ele fala tão "natural", sofrido mesmo, da pra ver que não é uma coisa forçada. 

Eu também estou feliz pra caramba. - sorri afastando os pensamentos - Tirou um peso das minhas costas enorme quando a Maya me ligou. 

Falando na Maya...-deu uma pausa - Tu acha que tem chances da gente um dia voltar? - respirei fundo 

Eu sinceramente não sei, Vitor. - ele assentiu e virou o rosto -Tu foi muito vacilão, de verdade! 

Eu sei...mo arrependimento da porra. - passou a mão no rosto - Mas é isso, o corre não pode parar. - se levantou - Só mais uma que passou pela minha vida e não vai ficar. 

Porque tu é vacilão e ao invés de querer ficar com uma mina firmeza, prefere a vagabunda da tua ex. - me levantei e entrei no quarto 

Pedro estava olhando para o teto. 

Ele deve estar agoniado com esse aparelho. 

Coração bandidoWhere stories live. Discover now