Capítulo 46

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Fernandez

Ester encerrou a ligação e eu joguei o celular na mesa. 

Estou com a cabeça a milhão, não posso perder mais soldados. 
O fato da Ester está por aqui, não tá me deixando dormir. 

Fico na boca até uma da manhã, Escolta pesada em frente a minha casa, quando eu vou embora, fico observando ela dormir até clarear. 

Quando da seis da manhã eu me troco e desço pra boca. 

Estou sendo um marido ausente, reconheço, mas o bem estar dela é prioridade pra mim, mais que qualquer coisa! 

Vitor está se recuperando da perna, isso quer dizer que estou sem o meu braço direito. 

Bateram na porta e eu mandei entrar. 

McLaren disse que vai mandar reforço. - Alemão falou na porta - Duzentos caras. - assenti passando a mão no rosto - Com tudo isso dá pra gente reagir. - se sentou na cadeira em frente a minha mesa  

Matar aquele filha da puta tudin! - ele assentiu - Um mês depois os cara quer me dar apoio, se tivesse dando quando eu pedi, a maioria não estava morto. 

Papo reto, patrão. - falou me olhando - Infelizmente perdemos um monte, mas o que importa é que agora vamos acabar com essa guerra e vencendo! 

Não canta vitória antes, Alemão...mas temos mais chances agora. - ele assentiu coçando a barba 

Era só isso mermo que eu tinha que falar contigo. - se levantou - Ester tá sendo vigiada por três, a distancia como ela pediu. - assenti e voltei a atenção para o celular 

Um mês depois os caras querem mandar reforço, poderia ter mandado quando eu pedi, lá no começo. 

Isso ia evitar tanto soldado cair. 
Mas eles são os chefes né, mandam e temos que obedecer!  

...

Ouvi o barulho dos fogos e me levantei rapidamente. 
Peguei o meu colete, vesti, peguei o meu fuzil que estava encostado no canto da parede e coloquei atravessado. 

Peguei uma blusa preta e coloquei no meu rosto. 

Peguei munição, coloquei no colete, peguei uma pistola e coloquei na cintura. 

Peguei o radinho e sai da sala correndo. 

Qual a rua? - perguntei para um dos envolvidos que estava em frente a boca 

Por enquanto estão no beco um, estão subindo tudo junto, pelo que parece. - assenti 

Fui indo atrás dele, cortando pelos becos. 

Fernandez, a gente não vai aguentar mais essa guerra não. - olhou pra mim 

Temos que segurar, até chegar o reforço do McLaren. - falei passando na frente dele 

Peguei meu celular rápido e mandei uma mensagem para o McLaren, pedindo o reforço mais rápido possível, o mesmo visualizou e não respondeu. 

Guardei o celular e segui com o fuzil nas mãos. 
O menor veio atrás de mim.

Cortamos por outro beco e ouvi o barulho de desparro. me joguei no chão e o menor foi atingido bem na testa. 

Me rastejei para o outro beco, arrumei meu fuzil, apoiando o mesmo no chão e atirei contra os dois caras. 

Me levantei rapidamente, olhei para o Menor e sem chances, já estava morto. 

Agora é eu e Deus. 
Que eu seja protegido a cada passo que eu der. 

Corri para a outra rua, me pendurei na janela de algum morador e subi na laje. 
Fui pulando de casa em casa. 

Meu pé ainda não estava muito bom. 
Cada vez eu pulava doía um pouco mais. 

Cheguei na rua que tinha um monte de inimigo, me deitei no chão e posicionei o fuzil, comecei atirar 

Recebi uma mensagem do McLaren  "Já estão chegando, aguenta firme!" 

Derrubei uns nove. 
Me acharam e começaram a atirar na minha direção, me rastejei mais para trás e fiquei um tempo deitado. 

Os tiros em minha direção pararam, me levantei de vagar e corri para a outra laje, os caras voltaram a atirar. 

Me afastei da beirada um pouco, corri e pulei, parei bem na beirada da laje, meu pé torceu e eu me desequilibrei. 

Cai de costas. 
Vi tudo girar e a dor tomar conta do meu corpo. 
Ouvi os barulhos de tiros e senti o meu peito queimar. 

O desespero bateu e eu comecei a me sufocar com o sangue saindo pela minha boca. 
Minha vista foi escurecendo aos poucos, eu sentia tudo girar.

....

Ester 

Senti um aperto forte no peito e fiz careta. 

O que foi amiga? - Maya perguntou preocupada 

Ela já tinha se acalmado.  

Senti uma pontada no peito muito forte. - fiz careta - Ainda está doendo. - passei a mão - Aí que sensação horrível, meu Dues. - meus olhos se encheram de lágrimas 

Amiga, se acalma. - puxou a cadeira e se sentou ao meu lado 

Amiga...aconteceu alguma coisa com o Pedro. - olhei pra ela desesperada - Eu tenho certeza! - comecei a chorar 

Ela me abraçou e ficou acariciando o meu braço.
Deitei a cabeça no ombro dela. 

Meu Deus, Maya...- suspirei ainda com a mão no peito - Essa dor eu não vou aguentar, ele não pode morrer agora...depois de tudo, de tudo o que passamos. - falei desesperada 

Ester, pode parar! - falou sério e rígida - Você nem sabe se aconteceu...para de ficar sofrendo antecipadamente, cara. - olhei pra ela e limpei as lágrimas 

É porque eu to sentindo, amiga. - bufei - Que agonia! 

Tá sentindo o que? Tu nem sabe como tá lá fora! - assenti passando a mão no rosto - Se acalma, que logo logo isso acaba e a gente vê o que realmente aconteceu. 

Respirei fundo e tomei mais um gole da minha água com açúcar. 
A sensação continuava, firmei meu pensando em coisas boas e tentei me acalmar. 

Coração bandidoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt