Capítulo 8

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Pablo

Eu vendo aquela confusão toda, não sabia nem o que fazia.
Estava acudindo a minha mãe.

Ela descobriu agora que meu pai tem outra família.
Eu não fiquei surpreso, pois já imaginava. Ele está a muito tempo agindo estranho e somente ela não percebeu.

Não tinha como eu chegar e falar que suspeitava o que estava acontecendo, pois a minha mãe hoje em dia, vive pelo meu pai.
Parou até de trabalhar pra cuidar dele, isso destruiria ela. Assim como está acontecendo agora.

Hipócrita! Sujo! - Ester gritou - Olha o que tu fez com a minha mãe. - empurrou ele - Você não merece um pingo do que tem, nojento!

Coloca a mão em mim de novo e eu faço você parar no hospital. - pegou o maxilar dela e apertou a mesma ficou vermelha

Chega! - gritei - Respeitem a minha mãe! - me levantei - Pai, solta ela. Agora! - gritei mais uma vez e ele soltou o rosto dela - Ester, pega as suas coisas e vai embora, por favor! - implorei

Eu vou, mas é por respeito a minha mãe, não por esse lixo. - saiu de perto dele - Mãe...me desculpa por tudo isso, eu não queria que você soubesse assim.

Ester...vá embora. - disse baixo e chorando - Já causou confusão de mais

Ester assentiu e foi embora.

Quero saber que autorizou essa nojenta a entrar na minha casa? - disse alto - Eu já falei que não quero essa imunda aqui dentro. - chutou a marmita que estava no chão - Da próxima vez os três vai apanhar. Três safados. - gritou subindo para o quarto

Mãe, eu não aguento mais esse inferno não. - falei sério - Vamos embora?

Não, Pablo. - se levantou - Eu vou dar um jeito em tudo. - enxugou as lágrimas e subiu as escadas

Me sentei no sofá tentando raciocinar tudo o que acabou de acontecer.
Ouvi uma gritaria no quarto e nem dei importância.

Eles sempre estão em pé de guerra.

_

Ester

Estava esperando o ônibus, no ponto próximo da casa da minha mãe e meu celular começou a vibrar.

Vi que era o Pablo e logo em seguida atendi.

Oi? Aconteceu alguma coisa? - perguntei desconfiada

Ester você está aonde? - perguntou desesperado - Tá muito longe?

Não, Pablo. O que aconteceu? - fiquei desesperada e fui correndo até o prédio - Pablo?

Vem aqui, por favor...- disse chorando - Ele bateu na mamãe. -desliguei a chamada

Falei com o porteiro e o mesmo autorizou a subir.
Fui correndo até o elevador e peguei o mesmo.

Quando estamos com pressa parece que tudo ao nosso redor demora uma vida.
Elevador abriu e eu sai correndo em direção do apartamento.

Abri a porta com tudo e ouvi a gritaria.
Subi as escadas correndo e cheguei no quarto.

Tinha bastante sangue no chão, meu pai estava indo pra cima do meu irmão, minha mãe sentada no canto da parede cheia de sangue e chorando muito.

Mãe...-fui até ela e me agachei - Meu Deus, quanto sangue. - falei quando ela levantou o rosto pra me olhar

Você é um lixo de ser humano, desprezível. Eu tenho nojo de você e vergonha de dizer que tu é meu pai! - Pablo gritou e empurrou ele com força, o mesmo caiu de costas no chão

Pablo, chega. - entrei na frente dele - Vamos levar a mamãe para o hospital. - puxei ele

Nos aproximamos da minha mãe, eu peguei e um braço e ele no outro.
Levantamos ela, ajeitamos os braços em volta do nosso pescoço e começamos a descer com ela.

Eu não quero ver nenhum dos três, nem pintados de ouro! - gritou na porta do quarto - Seus lixos.

Seguimos até a porta do apartamento. pedimos o elevador e ficamos esperando o mesmo chegar.

...

Estamos no quarto do hospital, acompanhando a minha mãe.
A mesma vai ficar em observação hoje, pois aquele lixo bateu a cabeça dela na parede diversas vezes.

Sem contar todos os hematomas que ela está pelo corpo.
Está toda marcada.

Filha, pode ir embora. - disse bem baixinho - Daqui a pouco tu tem que estar de pé pra ir trabalhar. - neguei - O Pablo fica aqui comigo.

Não, mãe. - me levantei da poltrona - Vou ficar aqui até você receber alta. O que importa pra mim é ver a minha família bem e com saúde. Eu jamais te abandonaria em qualquer situação, jamais faria o que tu fez comigo no passado, mesmo se fosse uma filha minha. - falei e ela respirou fundo

Me perdoa por isso, eu fui na influencia do seu pai. Eu jamais faria isso por conta própria. - eu assenti e me aproximei dela - Eu te amo, filha. Me perdoa por isso, eu nunca mais vou te deixar, eu prometo. - me sentei na ponta da cama e passei a mão de leve no rosto dela

Eu sei, Mãe. Fica tranquila. - dei um beijo no rosto dela - Eu conheço o seu coração e te perdoo por tudo o que aconteceu lá atrás. - uma lágrima escorreu e eu rapidamente limpei - Eu só não quero que tu volte com ele.

Mas eu não tenho aonde cair morta, minha filha. -suspirou com os olhos cheios de lágrimas

A gente arruma um jeito. Eu não vou deixar você voltar. - Pablo se pronunciou

Vocês podem ficar lá em casa, eu não ligo. - Pablo assentiu de leve - Eu fico muito sozinha mesmo, ter vocês vai ser uma maravilha. - sorri de lado

Seu marido não vai ligar? - Neguei - Tem certeza?

Tenho mãe, a casa é minha. E outra ele jamais negaria abrigo pra quem está precisando - ela me olhou meia desconfiada - Ele não é quem vocês pensam, só porque faz algumas coisas erradas, ele tem um bom coração e por isso me apaixonei por ele. - sorri de lado, com os olhos lacrimejando- Sou completamente apaixonada pelo coração e pelas atitudes dele. - ela sorriu - Vocês vão conhecer essa pessoa maravilhosa que eu estou falando.

Coração bandidoWhere stories live. Discover now