Capítulo 32

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Fernandez

Tô mo felizão, cara. - Vitin sorriu olhando para o celular - Porra. - olhou pra mim 

Tá feliz assim porque? Ta milionário? - ele negou - E tá feliz? - ele riu 

To, cara...to feliz pra porra. - suspirou ainda com cara de besta - Eu e a Maya estamos dando certo, depois de tanto tempo eu tentando algo. 

Oh paizão. - fiz toque com ele - Fico feliz por você. - sorri 

Estamos em frente a boca, fazendo nosso plantão. 

E tu e a Ester? Nada ainda? - neguei - Pô, cara...tenta mais uma vez, vocês se amam. 

Já tentei, Vitin...tentei várias vezes e não tem nada que mude a cabeça dessa mulher. - sorri de lado - Já até desisti de nois dois, ainda mais pela conversa que tivemos ontem. 

O que ela falou pra tu? - perguntou olhando o movimento da rua 

Resumindo ela disse que já era. - ele me olhou - É isso, paizão...ralei da vida dela. - ri 

O fim é triste, pai. - concordei 

Avistei ela passar, a mesma olhou e sorriu acenando. 
Acenei de volta e ela continuou descendo.

Minha vida está resumida em tentar voltar com a minha ex. 

Fernandez. - olhei pra trás e vi o Morales me chamar  - Brota aqui, irmão. - dei dois tapinhas nas costas do Vitin e entrei pra boca - Precisamos resolver esse bagulho da carga, irmão. 

Entrei na minha sala e ele entrou em seguida.
Me sentei na cadeira e ele se sentou na outra, de frente pra minha mesa. 

Tu tem que mandar alguém pra esse corre, irmão. - me encostei na cadeira - Resolver essa parada logo, porque o bagulho ta doido. 

Tá foda mermo, tenho que mandar alguém de confiança...- falei e abri a gaveta, peguei um cigarro e ascendi 

Melhor tu ir pessoalmente lá pegar. - assenti pensando - Aproveitar que o cara não tão mais na tua bora, compra um rg falso e vai. 

Papo reto, acho que vou fazer isso mermo. - ele assentiu me olhando - Se eu aparecer com outro rg lá na fronteira, não da nada - ele assentiu de novo 

Mandou o papo, irmão. - se levantou - Então fechou? - concordei e ele foi saindo 

Morales. - chamei antes dele fechar a porta - Quer saber...não vou nesse corre não, tenho outras paradas aí pra resolver. - ele assentiu e entrou de novo - Vai tu, só confio em ti. 

Aí não né pai. - fechou a porta - Eu não, tá maluco? - se aproximou - To procurado 

Eu também to, até iria, mas tenho que resolver outros bagulho. - dei mais uma trago 

Que bagulho? - cruzou os braços 

Bagulho que não é da tua conta, parceiro. - ele concordou bravo - Tá na tua responsa essa, se não chegar aqui, quem tá no b.o é tu 

Manda o Vitin então. - neguei 

To mandando tu no corre, não se garante não?- ele assentiu - Então demoro, trás pra mim essa parada! 

Ele saiu bravo da sala e bateu a porta 

Vai bater a porta na casa do caralho! - gritei 

Morales tá querendo me tirar do poder e isso não é de hoje. 
Ele viu que mesmo de longe, quem manda aqui sou eu e isso é um grande problema. 

Pois só a morte me tira do poder de tudo e ele jamais vai sujar as mãos, até porque ele é meu irmão de sangue. 

Ele tá tramando alguma pra que eu vá nesse corre. 
Mandei ele e quem vai se foder, vai ser ele! 

Sou bom, mas não sou burro. 
Pra me apunhalar pelas costas, tem que ser no mínimo dez vezes mais espertos que eu.
E ele é burro! 

Mas vou acabar com tudo, tirar tudo o que ele tem e acabar com a vida dele.
Mas com o mesmo plano, sem sujar as minhas mãos e meu nome. 

Terminei de fumar o meu cigarro e sai da sala. 
Ele estava reclamando alguma coisa com o Vitin e parou quando me viu. 

O Morales falou que eu vou nesse corre com ele. - vitin falou - É isso mesmo, paizão? 

Só quem vai é tu. - apontei para o Morales - Mais ninguém. 

Como assim, Fernandez? Nesse corre sempre vai dois ou mais. - falou alto 

Abaixa o tom de voz! - falei sério - Vai só tu mermo, dois é muito arriscado. - ele negou - Eu to mandando, Morales! 

Tá armando o que pra mim? 

Armando pra tu? Ta maluco, pô? - me aproximei dele - Tu é meu sangue, Maycon...Jamais faria qualquer coisa pra te prejudicar, presta atenção nos bagulho que tu fala. - bati no ombro dele - Tu vai só, porque é arriscado, quase berro para a minha mulher e o Vitor. - ele virou a cara - Vai dar tudo certo, irmão. Não se preocupa. 

Fé aí pra tu.- ele falou e saiu da boca 

Tu só confia nele pra fazer esse corre? - assenti - Não confia mais em mim porque? Qual foi? - sai da boca e o Vitin veio atrás de mim - Porra, paizão. Manda o papo reto logo, o que eu te fiz? - parou na minha frente - Faço os corre tudo certinho...tua mulher até me ensinou espanhol, mais ou menos. - riu - Deixa eu ir com ele? 

Tu não foi convocado, Vitin. - ele fechou a cara - Deixa o Fernandez fazer...assim vai ser melhor pra todos nós 

Demoro. - saiu andando na frente 

Vitor acha que o problema é com ele. 

Fui andando até a casa que eu estou morando. 
Na verdade eu apenas durmo aqui, não tenho nada além da cama. 

Assim evita bagunça também. 

Coração bandidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora