Parte 7

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Sento na cama em um pulo. Suor forma uma camada fina de suor em minha pele dourada, meu coração corria como louco em meu peito e minha respiração saia em arfadas. Olho para baixo vendo minhas garras presas ao colchão agora furado dos dois lados de meu corpo. Tiro as garras e observo enquanto elas diminuem até voltar ao tamanho normal. Levo as mãos para meu rosto e o esfrego algumas vezes para me ter totalmente na realidade de novo.

Quando meu coração e respiração voltam ao normal resolvo levantar e vou direto para o chuveiro, deixando a água fria levar todo o pesadelo embora. Esses pesadelos me atormentavam por anos, sempre presentes, por não ter dormido direito em tanto tempo tive a chance de ficar longe deles, mas sabia que uma hora eles iriam voltar.

Assim que estou vestida vejo que é de noite, meu relógio interno me dizia que eu tinha dormido dois dias diretos, tirando o pesadelo eu me sentia novinha em folha e sem qualquer sinal de cansaço. Meu estomago resmunga, estava morrendo de fome, mas antes de descer eu precisava pensar em algumas coisas antes.

O ultimo dia em que encontrei Samanta volta a minha mente. Eu tinha perdido o controle, o que era imperdoável, havia trabalhado muito para ter certeza de que tinha total controle sobre meu lado animal, a sensação de saber que não o tinha controlado tanto assim era muito desagradável e eu teria que trabalhar mais para que isso não voltasse a se repetir. Se perdesse o controle em um momento errado, muitas pessoas poderiam se machucar, uma coisa que eu definitivamente não queria que acontecesse.

Também havia o modo com que meu lado animal tinha reagido com Matt e Trent. Nunca tinha feito isso com ninguém, nem mesmo com James. Não era normal e eu sabia disso. Meu lado animal sabia o que estava fazendo e não pensou duas vezes antes de fazê-lo, mas eu não sabia o que tinha sido aquilo.

Saio da cama indo em direção á varanda que dava visão para o penhasco. Observo o mar quebrar logo em baixo. O azul escuro e o branco das bolhas onde as ondas quebram sobre a rocha. Sua força era impressionante e poderosa. A natureza era mais poderosa do que qualquer pessoa poderia imaginar, os humanos á subestimavam, mas mal sabiam que ela poderia acabar com eles em um piscar de olhos se desejasse. Não sei exatamente porque não o fazia, a maioria das pessoas não merecia viver naquele planeta. Agora os humanos acreditavam que estavam no alto da cadeia alimentar, achando que podiam controlar tudo. Eles estavam errados. Havia todo uma cadeia na terra que eles não entendiam.

Algo acende em meu cérebro e imediatamente uma lembrança vem a minha mente. Logo que descobri que era um lobo tinha pesquisado tudo o que poderia descobrir sobre eles. Foi quando conheci Alan o alfa da matilha que comandava a cidade onde meus pais adotivos moravam. Ele tinha me ensinado tudo o que sabia sobre lobos e matilha, me ajudou á controlar minha loba, e me deixou ficar na cidade mesmo não fazendo parte de sua matilha. Eu o tinha em alto conceito e lembro-me bem quando ele tinha me apresentado seus betas Yan e Tiron. Os lobos se dividiam em três gêneros, alfas, betas e ômegas. Alfas eram raros e só vinham de laços de sangue em que toda sua linhagem fossem alfas. Betas eram os mais comuns em meio aos lobos. E ômegas eram ainda mais raros do que alfas. Cerca de 70% da população de lobos eram beta, enquanto 20% era alfa e os outros 10% era Omega.

Todo alfa tinha dois betas que eram seus braços esquerdo e direito na hora de comandar sua matilha. Eram o segundo e terceiro no comando da matilha e seguiam seu alfa com lealdade e até á morte, era algo que estava no sangue e nunca um beta poderia trair ou prejudicar seu alfa depois de ser marcado. Eu tinha perguntado a Alan como ele descobrira que os dois eram seus betas e ele me dissera que apenas sabia, seu lobo sabia e marcou os dois com seu cheiro assim que os encontrou, assim qualquer outro lobo saberia que os dois lhe pertenciam de corpo e alma. Ele também havia dito que era muito parecido com o laço de companheiros de alma, não tinha volta e era tão forte e elementar quanto.

Instituição Wolf Kimberley (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora