Parte 5

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Não faço ideia quantas horas haviam se passado quando finalmente pulo de volta para dentro da propriedade do instituto. Provavelmente haviam sido horas, já que o céu já estava escuro e todas as luzes do instituto estavam ligadas.

Sentia-me ainda mais casada do que a noite que havia chegado ao instituto. Minha loba estava mais do que feliz por ter saído para correr e soltar meus demônios enquanto caçava, mas agora eu me sentia cansada além do físico. Ainda tinha muito o que conversar com Samanta, mas antes disso precisaria descansar.

Caminho devagar até a porta do castelo, minhas roupas não estavam no lugar onde as havia deixado horas atrás. Sem opção me transformo e entro no instituto. Alguns anos atrás eu jamais estaria nua perto de qualquer pessoa, mas assim que descobri que era uma lobo e descobri sobre a matilha de minha cidade, percebi que era totalmente normal para os lobos a nudez, isso fazia parte de quem éramos, e não havia vergonha nenhuma nisso. Ainda não me sentia a vontade em estar nua na frente de pessoas que eu não conhecia nem confiava, mas de qualquer modo não ficaria o suficiente para que acostumasse com elas.

Assim que passo pela porta Matt e Trent surgem ao meu lado, seus corpos tampando os olhares que vinham da cozinha. Os dois chegam muito perto de mim, mais do que me deixava confortável estando nua, pelo simples fato de que sua aproximação fazia todos os pelos de meu corpo se arrepiarem em consciência.

-Está bem? –Matt se aproxima mais, passando os braços em volta de mim, como se fosse a coisa mais normal do mundo que o fizesse, e por incrível que pareça, se sentia assim. Suspiro seu cheiro e encaixo meu rosto em seu pescoço antes que perceba o que estou fazendo.

-Aqui. –Trent tira sua blusa xadrez ficando apenas com uma regata cinza. Pego a blusa me afastando de Matt e a coloco. –Porque não vem comer algo com a gente querida.

-Já disse que meu nome não é querida. –Retruco, ele sorri de forma provocante e segue para a cozinha. Matt mantem uma mão em minhas costas conforme seguimos para sala de jantar. Claramente Samanta se coloca no nosso caminho interrompendo nosso progresso.

-Pensei que não voltaria.

-Não tire conclusões precipitadas Samanta, porque eu voltei, não quer dizer que eu pretenda ficar. –Minhas palavras são frias como gelo e eu sabia que tinha atingido Samanta pelo olhar de dor em seus bonitos olhos verdes.

-Eu sou sua mãe...

-Não, você é a mulher que meu a luz, são coisas diferentes. –Digo a cortando com um aceno. Ciente dos olhares de todos os outros, resolvo que esse não era o melhor lugar nem o melhor momento para ter essa conversa com Samanta. –Não vamos continuar essa conversa nem aqui, nem agora, preciso descansar. Quando estiver pronta vou atrás de você para terminarmos nossa conversa.

-Prometa que não vai embora antes de terminarmos nossa conversa, ainda há muitas coisas que preciso lhe contar. –Pede Samanta.

-Você não tem o direito de me pedir uma única merda sequer. –Rosnei. –Mas não vou embora, você ainda tem muitas explicações para dar. –Passando por ela sigo meu caminho com Matt. Vamos para a cozinha onde Trent já tem algumas coisas no fogão. Sento-me ao lado de Matt.

-Espero que goste de espaguete querida. –Trent sorri de modo a aliviar o clima.

-Sabe que não precisa cozinhar para mim, certo?

-Eu quero. –Isso arranca um pequeno sorriso de mim, mesma contra minha vontade.

-Precisamos conversar. –Eu sabia que cedo ou tarde teria que lidar com a ligação existente entre nós três. Minha loba havia lhes marcado sem o consentimento de qualquer um deles. Tínhamos que resolver isso logo, assim eu saberia o que fazer em relação a eles quando resolvesse que era hora de ir embora, o que provavelmente não iria demorar muito.

-Não hoje, você já teve sua cota de conversas estressantes por hoje, isso pode esperar até que esteja pronta. –Diz Matt. Estava claro que nenhum dos dois conseguia manter as mãos longe de mim. Matt repousava uma de suas mãos grandes em minha coxa, seus polegares fazendo carinhos aleatórios para cima e para baixo.

-Ele tem razão querida. Temos tempo para essa conversa. Agora apenas gostaríamos de saber se gostaria de ficar conosco em nosso chalé?

-Não sei se é uma boa ideia. –Uma risada sai dos lábios bonitos de Trent, franzo a testa para seu humor fora de hora.

-Relaxa baby, prometemos que não vamos tocar em você ao menos que peça. –Matt massageia minha perna o que me faz olhar para baixo e em seguida levantar o rosto, levantando uma sobrancelha. –Desculpe. –Ele rapidamente retira a mão. Eu duvidava que eles fossem manter suas mãos longe de mim tanto quanto eu duvidava de que eu seria capaz de manter minhas mãos longe deles.

-Cameron. –Trent chama minha atenção, me fazendo encarar seus olhos azuis acinzentados. –Não vamos tocar em você enquanto não estiver preparada para isso. Temos três quartos na casa, pode ficar com o de hospedes. Apenas imaginamos que talvez você fosse se sentir mais a vontade conosco do que aqui devido à situação complicada. –Dando-me por vencida aceno minha concordância. Eu sabia que eles iriam respeitar sua promessa, eu só esperava ter força de vontade o suficiente para conter a mim mesma. 

Instituição Wolf Kimberley (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora