Traitor

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Catherine Bonanno Prescott Point of View

Nova York | Manhattan

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Passaram-se 109 dias desde que cheguei a merda congelada da Rússia.

Não tenho certeza se a neve caindo durante todo o tempo se tornou o meu único lapse mas o tempo pareceu passar insuportavelmente lento enquanto estive lá.

Quando cheguei à procura do Don Colombo em Cali, as coisas não estavam tão ruins quanto eu pensei que estariam. Adora explodiu meu telefone de mensagens 24 horas por dia, 7 dias por semana, nossas conversas geralmente duravam uma madrugada inteira e consistia em ela dizendo que me amava e que estava com saudades.

Eu a fiz cancelar 73 vôos para a Colômbia para que ela não se machucasse e no final ela simplesmente cedia ao meu pedido, mas ela nunca desistiu da ideia de fato.

Bem, pelo menos era o que eu pensava até ver essa desgraçada NOIVA.

Eu quero enfiar uma maldita faca no meio de seu peito e girar como se minha vida dependesse disso, mas nem em mil anos deixarei ela saber que estou prestes a esmagar seu crânio com o poder da minha mente e pela raiva emanando em minhas veias.

Como eu imaginava, toda ação tem uma reação. Ela pode ser igual ou oposta e pelo que sei, alguns dias foram menos desejáveis que outros. As ligações se tornaram monótonas, Adora sempre parecia estar sufocada enquanto conversava comigo e nunca passava mais de uma hora nas ligações. A distância criou uma barreira entre nós.

Quando fugi para Rússia, o fuso horário estava à frente de Nova York por 8 horas. Eu nem mesmo poderia trocar mensagens já que Scorpia deixou um aviso sobre isso. Então antes que Adora desaparecesse completamente do mapa, nós enviávamos cartas todos os dias uma para a outra.

Adora mandou um bombardeio de cartas para o hotel depois que meu telefone foi destruído no meio de uma missão. Haviam onze delas todas de uma vez, todas elas perguntavam repetidamente se eu ainda estava viva.

Eu mantive todas elas seguras e as lia todas as noites antes de dormir - ou quando tentava dormir - eu não conseguia parar de pensar na maldita responsabilidade que eu estava carregando e quanto tempo isso iria me custar longe da minha namorada.

Ela fez um esforço extra e me mandou presentes enquanto eu estava em Cali antes de toda coisa virar uma bagunça. ganhei alguma de suas blusas, ela sempre soube o quanto eu amo dormir com elas. No dia dos namorados ela me enviou um gatinho. Ele é lindo com seus olhos azuis escuros e pelos cinzentos com preto, o batizei de Melog e ele parece ter gostado bastante do nome.

Mas então eu decidi fugir. Sem esperar ordens ou qualquer outra coisa, meu pai e Rocco eram os únicos que sabiam meu paradeiro, mas Adora também deveria eventualmente.

Eu mandei mais de 100 cartas, às vezes seis no mesmo dia, pois apenas uma não era o suficiente para as palavras que eu precisava dizer à ela. Eu estava com medo, sozinha e sem chances de recuar. Adora nunca as respondeu de volta, nada chegou ao meu novo endereço e provavelmente nem ao endereço antigo. Agora eu já sei porque.

Apesar das dificuldades de mapeamento no território inimigo, eu não desisti e quando finalmente localizei o maldito Don ele fugiu de novo. Em todos meus relatórios sempre deixei claro o quanto ele acabou ficando sempre a um passo à frente de nossas famílias de maneira estratégica e impressionante. Há alguns meses atrás roubamos cargas milionárias e agora nem sequer consigo chegar perto dele, é ridículo.

Três meses e cinco semanas e nem mesmo a mulher que eu amo estava torcendo por mim de alguma forma. Eu achei que ela estava simplesmente cansada de mim, entretanto ela estava ocupada ficando noiva da vadia que sou obrigada a aceitar como irmã.

Criminal Desire - Catradora G!PWhere stories live. Discover now