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Catra Prescott Point of View

Nova York

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Adora estava testando minha maldita paciência e ainda nem são sete da manhã.

Quero dizer, essa idiota não passa de uma adulta com síndrome de adolescente irritável.

— Apague esse cigarro - Foi um pedido, eu senti que ia sufocar com aquele cheiro horrível se impregnando no teto de seu carro

— Você não me dá ordens e fumar um cigarro não é crime nos Estados Unidos, Agente Prescott

— Não, não é um crime fumar um cigarro. Entretanto, vai ser um crime se você me asfixiar com essa maldita fumaça - Retirei a fivela de meu cinto enquanto passávamos em uma avenida, logo tivemos que parar para aguardar um sinal vermelho

Adora freou bruscamente já que provavelmente se lembrou que eu estava junto com ela em seu automóvel, aproveitando para jogar o cigarro pela janela.

— O que está fazendo? - Sua sobrancelha direita se ergueu, ela estava me observando de canto

Não dei muita importância e retirei meu colete, em seguida minha blusa e eu pude sentir um solavanco repentino do lado do motorista. Virei meu rosto, observando a loira segurando o volante e retraída perto de sua porta

— O quê? - Fiz uma careta para ela

— Você tem que parar de ficar nua desse jeito

— Eu não estou nua, babaca. - Apontei para além do vidro em direção ao sinal — Está verde.

— Cale a boca, eu já sabia - Adora bufou, mudando a marcha e acelerando o veículo novamente — Sabe, o quarto não é grande o suficiente para que você possa fazer isso lá?

— Você me apressou. Eu não sabia que estaria indo para a faculdade. Por Deus, eu nem sabia que você fazia realmente uma faculdade de verdade - Resmunguei pegando minha mochila e colocando meu coldre axilar.

— Com licença? Nós temos 24 anos, eu posso fazer uma faculdade se eu quiser

— Você tem 24. E sim, você pode fazer uma faculdade, mas o que eu quis dizer é que você não parece fazer uma.

— Uau, eu pareço tão adulta e bem sucedida assim? - Adora estufou o peito e sorriu para mim presunçosamente

Eu ri 

— Não, na verdade você parece uma adolescente que ficou presa ao último ano do ensino médio e que ainda é sustentada pelo papai. Oh, espere, essa é você - Zombei

A loira me olhou verdadeiramente enfurecida.

— Você sabe que eu posso entregá-la ao meu pai e chamá-la de incompetente, certo? E além disso, você está me insultando.

— Você quem pediu por isso, não tente me assustar. Seu pai está achando isso bastante divertido.

— Você pode vestir uma maldita camisa agora?

— Primeiro, por que está resmungando? Segundo, por que continua olhando para mim enquanto você sabe que estou de sutiã?

— Estamos na porra do mesmo carro, você sabe o que é decência, Prescott?

— Oh, nós vamos falar de decência? Não foi você que estava recebendo um oral pela manhã de uma de suas cozinheiras? Você é tão patética, eu não sei como aquelas mulheres conseguem conviver com você em sã consciência

— O que você está insinuando?

— Que ninguém deveria ficar perto de você de propósito.

— Cuidado, Catra. Você não deveria brincar comigo.

— Não me ameace, eu literalmente sei como capotar um carro e você já tem um câncer de pulmão ao seu favor, não adicione um acidente a sua lista.

— Seu objetivo é me manter segura-

— Ter formas de como matar você é um adicional, tenho que ter estratégias antes que você me deixe louca

Finalmente puxei a minha jaqueta verde escura da mochila e a vesti, abotoando os botões de baixo para esconder melhor o coldre abaixo de meus braços.

— Está com medo que eu te deixe louca? - Adora perguntou, provocativamente

— Você não faz meu tipo, não comece

— O que- Como assim eu não faço seu tipo?

— Delinquentes universitários não fazem meu tipo. Tenho 23 anos e não preciso de um drama colegial para lidar e muito menos de babacas como... você.

— A sua ousadia è inacreditável

— Inacreditável é você achando que tem algum poder aqui - Revirei os olhos verificando a hora — Já estamos chegando?

— São vinte e um minutos pelo GPS até chegar lá, você vai passar o dia inteiro na minha cola, anjo. Não se apresse 

— Não me chame de anjo e não me lembre do meu próprio trabalho. Sua voz é irritante o suficiente, eu já sei com o que estou lidando

Adora riu, segurando o volante com as duas mãos e batendo seus dedos sobre a superfície de couro

— Então, qual o plano? Você é uma estudante de arquitetura e vai ficar na mesma sala que eu?

— Infelizmente - Respondi de maneira simples olhando novamente para ela — Você fez isso?

— Não, foi você quem fez - Ela sabia que eu estava me referindo ao ferimento

— Este curativo esta ridículo, foi você quem recortou esses esparadrapos?

— Eu não precisaria recortar esparadrapos de maneira horrível se você não estivesse tentando me matar ontem a noite. Sério, minhas costas doem e isso arde

— Não precisaria ter as costas doloridas e nem este ferimento se não tivesse me insultado - Dei de ombros e me virei para olhar pela janela

— Catherine, qual é? Já faz dez anos

— Não significa que eu esqueci. Não inicie um discurso idiota dizendo que podemos superar isso - Olhei mais uma vez para seu rosto

— Eu não ia começar um discurso

— É o que você sempre diz, isso também não mudou.

— Estou apenas tentando manter um tratado de paz aqui, você não me suporta e passaremos um tempo juntas. Vai me dizer que não está cogitando uma trégua?!

— Não estou. Honestamente, eu quero que você se foda. Mas como agente, eu quero que você se mantenha em silêncio

— Mas-

— E não fale comigo até chegarmos na faculdade - A vista passando diante de meus olhos se tornou mais interessante em apenas alguns segundos

Adora não insistiu em continuar conversando, o que foi algo excelente. Eu sabia onde isso iria acabar, ela estava com a consciência pesada, eu não consigo explicar se ela realmente tem essa capacidade mas há algo incomodando seu cérebro de ervilha.

E eu não quero chegar na parte das desculpas, porque normalmente quase sempre elas são tão falsas quanto a pessoa que as profere.

Criminal Desire - Catradora G!PTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang