VINTE TRÊS

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Gatilho⚠️ : Violência sexual, tentativa de estupro, linguagem inapropriada e insinuação de tortura

•Olívia Shelby•

Noite anterior

O que estava acontecendo?! Meus dedos doíam pela força que eu utilizava para tentar me libertar daquele aperto, daquele sufoco desesperador.

Eu estava sozinha. Longe demais de casa e longe demais de qualquer estabelecimento conhecido, longe demais da vista de qualquer peaky blinder. As ruas continuavam silenciosas, senão fossem pelos meus ruídos e gritos abafados. Havia uma mão sobre a minha boca e o braço estava sobre minha barriga, me erguendo do chão. Eu chutava e esperneava, na esperança de conseguir me salvar.

Sem meu pai, sem olhos me observando, sem algum tipo de arma e já sem forças. Fui levada a um beco e prensada contra uma parede, erguida por alguns segundo do chão, pelo pescoço. Minhas curtas unhas arranhavam a mão do meu agressor até então desconhecido.

Por que ele estava fazendo aquilo? Com qual propósito?

— Por favor. — Sussurrei sem fôlego algum, o oxigênio se esvaindo aos poucos.

Ele sorriu. O reconheci na hora. William Jonhson, trabalhador da fábrica da rua principal. Ele me conhecia, conhecia minha família e a violenta história que nos rondava, então por que?

Meus pés foram para o chão e tentei correr, mas ele me segurou.

— Socorro! — Gritei por ajuda. - Socorro! Alguém me ajude!

Ele estapeou meu rosto uma vez e perdi o fôlego novamente. A ardência pelo tapa transferido se fez presente na hora, muito provável que a coloração vermelha na área tenha surgido também.

— Socorro! Por favor! — Não me importei com a dor, a adrenalina me fez mais resistente que a  dor nesse momento.

— Cale a boca, você quer acabar com a diversão?! — Segurou minhas bochechas, me impedindo de falar. — Sempre tive a curiosidade de saber como era provar a garota Shelby. Nunca tive coragem para admitir, mas agora parece a oportunidade perfeita.

Era possível sentir o odor de álcool em cada palavra proferida.

— Eu não tô nem aí para o que você quer provar, ou não. — Sibilei com ódio. — Vai morrer por isso.

— É? Muito provável que eu morra. — Dedilhou pelo meu corpo, ainda com o tecido das minhas roupas sobre ele. — Essa é a única certeza que temos na vida, não é?

— Eu vou quebrar cada dedo das mãos que estão ousando me tocar. Vou arrancar cada dente dessa sua boca nojenta e horrorosa. — Sorri enquanto o ameaçava, minha pupilas estavam dilatadas.

— Gosto de uma garota difícil. — Fechou a palma em cima do meu seio esquerdo, mas não apalpou, só deixou a mão ali para impor algum tipo de superioridade, lembrando que ele poderia apalpar a qualquer momento, e não só aquela parte do meu corpo. Filho da puta.

— Eu não sei se você sabe. — Comecei a falar, uma camada de suor aparecendo na minha testa. — Mas os peaky blinders carregam navalhas em suas boinas, existe uma história muito engraçada de como essa ideia surgiu, mas isso não importa. Eu já vi meu falecido tio John cegar homens com aquela navalha.

Gêmeos Shelby | Peaky BlindersKde žijí příběhy. Začni objevovat