— Entendo sua preocupação — assenti.

Kai olhou por cima do ombro, sorrindo.

— Estamos concordando em alguma coisa?

Dei de ombros, contendo um sorriso.

— Não se acostume com isso.

— Jamais — ele disse, parando ao pé da escada e estendeu a mão de forma carvalheira — Primeiro as damas.

— Você já assistiu um filme chamado Esparta? — falei, descendo apenas um degrau.

Kai franziu o cenho.

— Não. Por que?

— Que bom — suspirei, descendo as escadas.

— Espera, Bonnie  — chamou, me seguindo  — Eu não entendi…

Atravessamos o imenso jardim decorado. E me perguntei como aquelas flores e plantas resistiam tanto em um local fechado como aqueles, mas bastou olhar para o teto esburacado e caindo aos pedaços para entender que elas recebiam luz o suficiente. Kai havia pensado em tudo.

Paramos em frente às portas de metal entreabertas e vimos um Lamborghini preto caríssimo estacionado em frente a fábrica. E o dono dele logo surgiu em nosso campo de visão.

Damon caminhava graciosamente pelo descampado, vestindo suas casuais roupas escuras. Stefan caminhava ao seu lado, igualmente belo e bem vestido.

Os dois pararam em frente a entrada. Damon tirou os óculos escuros e olhou em volta.

— Não acredito que vocês estão vivendo nisso aqui? — ele fez uma careta — É desumano.

— Damon — seu irmão mais novo avisou.

— Sua casa também é velha e feia e ninguém fala nada — Kai resmungou, de braços cruzados e fazendo um beicinho.

Damon colocou os olhos azuis como gelo sobre ele.

— Pelo menos ela tem um teto e não chove dentro — disse, apontando para a luz do sol que invadia as frestas logo acima de nossas cabeças — Como pode manter minha sobrinha num lugar como esse?

— Meu Deus do céu — resmunguei, interrompendo seja lá o que Kai fosse dizer e sorri para o Salvatore mais novo — Oi, Stefan. É bom ver você.

Ele também sorriu de maneira gentil.

— Olá, Bonnie, eu esperava não termos que nos encontrar em uma situação como essa.

— Pois é — suspirei e logo em seguida os convidei para entrar, mas Kai os barrou na mesma hora.

— O que foi? — estranhei.

— Eu preciso ter certeza se nenhum deles foi enfeitiçado — explicou e estendeu as mãos para fora da barreira com as palmas viradas para cima — Mãozinhas aqui, por favor.

A contragosto, os Salvatore seguiram seu pedido. No mesmo segundo, os dois se contraíram e soltaram palavrões.

— Barra limpa  — Kai sorriu — Eu autorizo a entrada de vocês.

Ainda sacudindo a mão para afastar o ardor de ter sido sugado por um sifão de magia, Damon foi o primeiro a transpor a barreira. Stefan veio em seguida.

— Ora, ora — Damon cantarolou olhando em volta — Estamos na Terra do Nunca? Que jardim fofinho.

O encarei de braços cruzados.

— Foi ideia da Amy.

— E eu disse que é fofinho — se defendeu.

— Damon — disse Stefan sacudindo a cabeça — Cala a boca.

LAÇOS MORTAIS | Bonkai |Where stories live. Discover now