Red Right Hand

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Bora para mais um?

Esse capítulo é uma ponte - muito importante - para a história.

Música do capítulo: Red Right Hand - Nick Cave & The Bad Seeds / Disponível no Spotify e Youtube.

Obs1: Lembrando que cada capítulo leva o nome de uma música, que pode ser como inspiração e até mesmo dar dicas na letra sobre a história.

Obs2: Nesse cenário, Lauren herdou o nome Jauregui de sua mãe e Morgado de seu pai.

Obs3: Plata o Pomo também está sendo postada no Spirit, para quem preferir ler por lá. :)

***

POV LAUREN

O caminho até o apartamento das meninas e o hotel foi um borrão, seria como se tivesse desligado meu botão de humanidade e esgotado minha cota de sensações, o que foi ótimo, não aguentava mais essa situação. Era aliviador saber que a espera havia acabado e que agora iríamos direto ao assunto.

Eu não queria encarar essas pessoas e não só porque era um alvo para elas, mas sim devido ao tanto de dor que já infligiram em mim e em quem amo.

Não sentia medo, não, isso nunca!

O que me movia era apenas a obrigação de continuar protegendo quem eu amo e não fazer toda a dor e perda serem em vão. Eu não sabia o que me aguardava, mas como já esperava o pior, se viesse menos que isso estaria ótimo. Até porque eu não me daria por vencida, nunca. Se me encontrasse sem saída e fossem me matar ou torturar teriam um pouco de trabalho, não porque eu tenho essa vontade insana de viver, mas sim por existirem muitos assuntos não resolvidos entre mim e a Cosa Nostra.

E eu não pretendo deixar esse planeta sem causar a eles um nível de dor semelhante ao que senti.

Estacionei meu carro no estacionamento e de longe vi o carro de Sebastian disfarçado na penumbra daquela noite entre tantos outros estacionados. Eu havia mandado para ele uma mensagem pedindo que ficasse disfarçado, seria mais útil uma ajuda vinda de onde eles não esperam do que tê-lo ao meu lado a vista deles.

Olhei para o segundo andar onde era o meu quarto desde que cheguei em L.A. e onde agora havia dois homens de blazer preto, um fumando encostado na parede ao lado da porta e o outro andando para lá e para cá. Mas não era um movimento ansioso, parecia apenas... Entediado.

E sua expressão não mudou quando notou meu carro adentrando o estacionamento.

Nunca soube se era por não saber que era eu, ou por saber.

Conferi a munição em minha arma, eu devo ter toc em fazer isso, porque nunca deixo verificar antes de sair.

Saí do carro, comecei a subir as escadas e ao chegar no corredor onde estavam, o rapaz do cigarro continuou a fumar tranquilamente, enquanto o que andava parou seus movimentos e observou minha aproximação, colocando as mãos no bolso da calça.

Tive vontade de rir quando cheguei perto deles, finalmente cara a cara.

Antes imaginei que aquilo era coisa da minha cabeça, mas eu posso garantir: eles deviam ser os gêmeos mais idênticos do mundo. Ambos de cabelo preto em um topete ridículo, sem barba, rosto pontudo, olhos castanhos, algumas cicatrizes de espinhas pelo rosto... Até mesmo a roupa era igual!

- Em vez de um, decidiram mandar dois e iguais ainda... Que gracinha, foi o professor das Meninas Super Poderosas que criou vocês? – Falei dando um sorriso sem dentes e jogando minha cabeça para o lado, enquanto colocava as mãos no bolso da jaqueta.

Plata o Plomo (Camren)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon