Sail

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Vamos para o capítulo 2? :)

Lembrando que cada capítulo é inspirado em uma música, podendo ser: a representação da situação, citada pelos personagens (como um verso) ou sentimentos/pensamentos não ditos.

Música do capítulo:

• Sail - Awolnation / Disponível no Youtube e Spotify.

Pessoal, dois lembretes:

• Essa história aborda cenas explícitas de sexo, violência e uso de substâncias ilícitas. Leia apenas se se sentir confortável!

• Peço que comentem o que estão achando, para eu saber se vale a pena continuar postando essa história! :)

Beijos e se divirtam!

POV LAUREN

   Eu estava deitada na banheira do típico hotel barato de beira de estrada em que havia me hospedado, nas proximidades de Los Angeles.

  Depois daquele fatídico encontro com uma peça do meu passado, Normani, eu saí em busca de um veículo que pudesse me servir naquela cidade. Comprei um Mustang azul escuro 1967 de uma garagem qualquer, não é como se eu ligasse para documentação. O vendedor da garagem também não ligaria, contanto que recebesse bem por isso, e recebeu.

   Apesar de Los Angeles ser uma cidade de muito trânsito, eu não podia ficar correndo o risco de andar na rua a pé, pegar táxi ou usar o metrô.

   Por Dios, até andar de moto seria perigoso caso alguém estivesse atrás de mim. Não que um carro fosse seguro, mas como dirigir é o que eu fazia de melhor na vida, com certeza estaria mais protegida dessa forma, pelo menos na teoria.

   Não é fácil viver assim, com o medo constante de alguém atirar em você pelas costas, seja a máfia italiana por vingança ou alguém retaliando por algo que fiz em nome do Cartel de Medellín. Mas essa é a realidade que eu conhecia, era a minha vida há 10 anos e eu sabia que isso não mudaria, não tão cedo, pelo menos. Eu tinha que simplesmente aguentar, mas isso não significa que aguentar estava sendo fácil.

   Enquanto eu me encontrava deitada naquela banheira com meu cigarro e whisky barato comprado na conveniência do hotel, os pensamentos vinham com cada vez mais força. O silêncio era um convite de boas-vindas para todos eles. Era como se a água estivesse me consumindo, como se meu corpo fosse um navegante que em breve iria se afundar sem resistência alguma.

   Pensamentos intensos vinham à tona, como: "Por que a máfia me quer aqui? Por que já não haviam me matado? O que querem de mim? Por que um informante nos passou a informação errada, o que resultou no roubo de 4 caminhões italianos? Por que a família estava "animada" em saber de mim, assim como havia dito um dos italianos do assalto? Será que estavam me esperando para realizar uma maravilhosa sessão de tortura?"

   Eram muitas perguntas com respostas que, no momento, fugiam de mim.

   O que não fugia era esse sentimento que, apesar de estar me submetendo há 10 anos em um esquema sujo para me proteger deles, agora isso parecia ter sido perca de tempo.

   Talvez sempre estivesse fadado a ser assim, mas como não acredito nisso de destino e outras baboseiras similares, então na verdade devo apenas ter falhado. E não só eu falhei, mas também muitas pessoas falharam comigo desde que me entendo por gente, o que resultou nessa situação que me encontro hoje.

   E isso nem era o que mais me preocupava.

   Já era a noite e eu sabia que logo iria receber uma mensagem com o endereço do bar.

Plata o Plomo (Camren)Where stories live. Discover now