ᴢᴇʀᴏ ʜᴀs ᴛʜᴇ ᴘᴏᴡᴇʀ || ғɪᴠᴇ ʜᴀʀɢʀᴇᴇᴠᴇs

salto temporal

Depois que saímos do banho e nós trocamos encontramos a Lila, no lugar combinando pra tentarmos recarregar as maletas. Depois que Cinco conecta o cabo-chupeta numa fonte de energia do hotel e a outra ponta na maleta Lila fala.

-Belo terno. Mas prefiro a roupa da Zero. - Ela fala e eu dou mais uma olhada na minha roupa, calça de couro preta com espaço pra facas na lateral, coturnos, camisa de manga comprida também preta e como de costume a jaqueta que roubei da Allison.

-Valeu. Aquele alfaiate é muito bom no que faz. - Cinco informa.

-Mesmo assim eu sinto falta dos joelhos de fora. - Lila implica e eu rio.

-Eu falei pra ele que quanta menos pele exposta, melhor. - Sorrio e Lila entrega outro cabo pro Cinco. - Não é melhor nós dois fazermos isso?

-Nha. - Lila nega me olhando. - Ligação direta na maleta. E, ligando.

Quando ela liga, Cinco toma um puta choque enquanto a energia do hotel fica oscilando enquanto a maleta começa a pegar fogo, ela ri e eu pego de sua mão o aparelho e desligo. Ela sai da sala rindo e se senta em cima da mesa.

-Eu tinha 99 por cento de certeza que não ia dar certo, por isso falei só pro Cinco fazer. - Ela ri.

-Que bom que você acha graça da minha dor. - Ele fala enquanto vejo as mãos dele. - Tá tudo bem, o meu poder impediu as queimaduras.

-Você não faz ideia, é terapia pra mim. - Ela responde.

-Que bom que se divertiu, Lila. Mas ele podia ter morrido! - brigo. - Qual é, isso é sério.

-Tão sério que vocês tiveram tempo de transar antes de vir pra cá resolver isso? - Ela implica brincando e eu reviro os olhos. - Cuidado com o pescoço vocês dois, posso ver as marcas do outro lado do corredor. Tão tentando se matar?

-Okay! Isso não importa. - falo antes que ela continue e Cinco começa a falar me cortando.

-Agora, temos uma maleta meio morta. E os meus saltos e o da Zero só são precisos por alguns dias. Então: estamos ferrados.

-Talvez sim. Talvez não. - Lila fala e sorri.

-Ah eu odeio esse sorriso. - Cinco fala.

-Olha como ela é fofa. - Falo junto.

-Escutem: só vocês dois os saltos de vocês não vão nos levar onde precisamos, mas, se juntarmos nossos poderes, vocês pulando, e eu imitando o salto de vocês. A gente pode criar uma retroalimentação. E ter energia o suficiente pra dar a partida na maleta.

-Vocês teriam que confiar um no outro... - falo girando o corpo como uma criança hiperativa.

-Ela passou os últimos 10 dias querendo nos matar! - Cinco argumenta pra mim.

-Vocês mataram os meus pais biológicos! - Ela rebate.

-Os dois tem ótimos argumentos, mas. - Eu abro a porta novamente e dou passagem para eles. - É tudo ou nada. - E nenhum deles se movem. - Okay, não confiem um no outro. Confiem em mim, como eu confio em vocês. Ou melhor confiem na honestidade do ódio de vocês.

Entro na sala e estico a mão para os dois que apesar de não estarem com vontade acabam pegando as mesmas e me deixando puxá-los para dentro da sala, enquanto Cinco fecha a porta.

Arrumamos as coisas e nos preparamos para tentar o plano da Lila.

-Certo, relaxem. - Ela diz e eu concordo respirando fundo.

-Não dá, você tem muito bafo. - Cinco implica com Lila.

-A Zero não reclamou quando a gente tava no banheiro mais cedo. - Ela contradiz.

-Ah sua... - corto Cinco colocando a mão no seu ombro em quanto falo.

-Okay! Primeiro, Lila para de provocar com o Cinco. Segundo, Cinco para de cair nas provocações da Lila. Vamos fazer logo isso, me deem as mãos. - E eles o fazem, Cinco e eu começamos a canalizar energia pro salto com Lila imitando nossas habilidades.

-Me deixei entrar! - ela grunhe por conta da força que temos que fazer.

-Não dá! É demais! - Cinco responde.

-Calem a boca! E saltem, agora! - Mando e quando vejo estamos no meio de neve em lugar nenhum. - Por que é sempre neve?

-Que ideia brilhante, Lila. Bem-vindos à Era do Gelo. - Cinco fala e eu me encolho contra o mesmo que me abraça forte.

-Calem a boca e olha. - Ela diz sorrindo e nós viramos para trás.

-A comissão... - Digo e Lila ri e corre pra dentro com a gente logo atrás, e quando entramos eu não consigo deixar de ficar surpresa. - Mas que porra. Isso aqui tá acabado.

-Eu saí faz pouco tempo. Por quanto tempo eu fiquei fora? - Lila fala.

-O Paradoxo do Avô deve estar afetando tudo. - Cinco informa.

-Até mesmo os lugares fora do tempo. Como aqui. - Falo também.

-Isso é possível? - Lila pergunta.

-Pelo visto é. Cuidado! - Puxo os dois antes que uma parte do teto cai em cima dos mesmos. - Não morram. Temos que achar o Painel de Controle Infinito. - Falo puxando Cinco pelas escadas.

-Eu vejo a sala do herb. Aquela barata sobrevive a qualquer coisa. - Lila fala e depois continua. - Tchau.

-Até mais. - Cinco fala.

-tô com saudades, Zero! - Ela brinca e eu mando um beijo pra mesma.

-Deixa a minha noiva em paz! Desgraça. - Cinco pragueja e me puxa para fora do campo de visão da Lila.

-Quem divide multiplica! - Ela grita.

-Relaxa. - Digo rindo. - Ela faz isso só pra te irritar.

-E tá conseguindo. - Ele responde bravo e eu aperto sua mão. - Eu vou dividir o corpo dela ao meio com uma espada.

-Não seja um velho ranzinza. - Brinco e ele revira os olhos.

Fomos até a sala do Painel de Controle Infinito e ela não está em condições melhores do que o resto da Comissão.

-Aqui isso ainda funciona. - Cinco fala mexendo alguns botões e conseguimos ver um vídeo gravado do Herb.

-Há uma fenda no continuum espaço-tempo. Que está engolindo tudo. Ah, minha doce Dot, Iris, o Josh da contabilidade, todos se foram. Eu tentei de tudo! Não sei mais o que fazer. A linha do tempo está em colapso. Isso é... o fim. - Herb fala e desaparece.

-Isso é culpa nossa. - Falo em choque.

-Eu daria tudo por uns ovos mexidos agora. - Lila fala entrando na sala.

-Isso é maior que a linha do tempo, Lila. - Cinco reprende.

-O que é maior que a linha do tempo?

-O universo inteiro. - Falo. - Tudo que tá desaparecendo... é o oposto do Big Bang.

-Em vez do universo estar se expandindo, ele tá desmoronando sob si mesmo. - Cinco termina.

-Toma aqui, Zero. - Lila me entrega um livro grande. - Pode ter respostas.

-O manual mestre. Onde achou isso? - Pergunto.

-O primeiro e único. Tava na sala da minha mãe.

-Okay. - Começo a ler em voz alta. - Protocolo. "Em caso improvável do Paradoxo do Avô, os fundadores e o pessoal imprescindível devem ser imediatamente remanejados para o bunker de operações."

-Os fundadores. Que fundadores? - Lila pergunta e eu dou de ombros.

-Nós temos que achar esse bunker agora. - Cinco e Lila falando juntos a última palavra.

-Toca no verde. - Lila fala e Cinco pega minha mãe e saímos andando. - Não tocou no verde. Se ferrou, não pode falar!