Um enterro digno, ou quase.

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-Não foi terrível. - falei pro cinco enquanto abria a porta do meu quarto.

-Eles até que assimilaram bem, te vejo daqui a pouco vamos trocar de roupa e pensar num plano.

Concordei com a cabeça e entre no quarto, nunca pensei que estaria aqui outra vez, okay uma ducha rápida e trocar de roupa. Tudo estava exatamente da mesma forma de quando fomos embora, nunca pensei que iriam manter isso aqui habitável para alguém voltar.

Okay, banho tomado e eu me recuso a voltar a usar esse uniforme da Umbrella Academy, Deus por favor não! Allison! Ela deve ter alguma coisa decente, vou ao quarto dela e como a mesma não está, acho que posso me sentir livre para escolher o que quiser. Umas blusas pretas, algumas regatas, alguns jeans e eu com certeza vou pegar esse tênis e essa jaqueta. Pronto acho que isso é o suficiente. Voltei pro meu quarto e me troquei.

Voltei pro andar de baixo e fiquei na sala olhando pro quadro com uma pintura minha e do cinco, isso é tão estranho.

-Eu ficava aqui as vezes olhando vocês e me perguntando onde estavam.

-OI Vanya. - disse me virando para a mesma e colocando as mãos no bolso da minha jaqueta.

-Você me deixou, você foi embora e me deixou sozinha. Logo depois que prometeu não fazer.

-Eu tentei voltar, a gente tentou voltar todos os dias pra casa, mas não sabíamos como. Eu não queria te deixar sozinha aqui, me desculpa. E eu sei que não vale de nada agora, mas se você ainda quiser uma irmã na sua vida... - A verdade é que eu não sei como continuar, um "eu sinto muito" nunca resolveu nada, e não vai ser diferente agora. Eu dei um passo em direção a ela com cautela, como ela não recuou eu a abracei, esse abraço que eu passei anos e anos sem sentir, a minha irmã que passei tanto tempo sem ver! - Eu te amo Vanya e me desculpa por ter ido em bora, eu vou fazer de tudo pra que isso nunca, nunca se repita okay?

-Tudo bem zero, não deve ter sido fácil pra vocês dois lá também. - Responde suspirando depois de um tempo.

-A gente se virou. Um ajudando o outro no início foi mais complicado do que eu imaginava, mas o cinco não é de todo o péssimo.

-Eu fico tocado pelo elogio zero, obrigado. - disse o cinco entrando na sala com o seu antigo uniforme da Umbrella Academy, isso sim é uma coisa engraçada. - É bom saber que o velho não se esqueceu da gente. E por falar nisso, lemos o seu livro Vanya. A zero achou nume biblioteca que ainda tava de pé. - Ele se sentou no sofá e deu duas batidinhas ao lado dele me convidando pra me sentar ao seu lado, depois que me sentei falei.

-Muito interessante, Apesar de tudo, mas eu não diria que eu e o cinco tínhamos certa rivalidade por conta dos poderes, era só o nosso jeito de interagir. Eu tinha rivalidade com o Luther e aquele jeito de sempre querer comandar tudo e idolatrar o nosso pai.

-DE qualquer jeito você foi muito corajosa, expondo os segredos da família. Lemos aquele livro por semanas. Garanto que agradou.

-Eles me odeiam.

-Ah, sempre pode acontecer uma coisa pior.

- como o que aconteceu com o Ben?

-Fui ruim, não foi? - eu perguntei me inclinando para frente. E a Vanya apenas acenou a cabeça em afirmação. - Bom então imagine uma coisa 20 vezes pior é o que vai acontecer se algum deles pensar que ainda podem mexer com você. - Cinco colocou uma das mãos em minha coxa e eu respirei fundo. Acho que é hora do "enterro" do velho, já consigo ouvir eles discutindo lá fora. - Vamos. - Falei e peguei a mão do cinco e segurei do ombro de Vanya para irmos ao pátio.

-Aconteceu alguma coisa? - Grace pergunta e a Allison responde que o papai morreu, Diego intervém e diz que ela só precisa de uma calibrada, um descanso. Pelo visto Diego ainda é muito apegado a ela.

Cinco coloca o seu braço sobre os meus ombros para que possamos dividir o guarda-chuva que o mesmo segura e eu agradeço.

- Essa roupa é minha? - Allison pergunta me olhando estranho se pelo fato de eu estar com as suas roupas ou por estar abraçada com o cinco.

-Não mais. - Respondo simples.

Luther joga as cinzas do nosso pai no chão de forma bem anticlimática o que me dá vontade de rir, então escondo o meu rosto no pescoço do cinco e tento me segurar ao máximo, meu Deus isso aqui tá um desastre e nem começou direito.

-Se ventasse, seria melhor. - Luther se defende.

-Alguém gostaria de dizer algumas palavras? - Pogo pergunta. E recebe o silencio como resposta. - Muito bem. Em todos os aspectos, Sir Reginald Hargreeves fez de mim o que eu sou hoje. E, por essa razão eu serei eternamente grato a ele. Ele foi o meu mestre, e meu amigo. E eu sentirei muita falta dele. Ele deixa para trás um legado complexo...-

-Ele era um monstro. - Diego interviu, e Klaus ao meu lado riu. -Era uma pessoa ruim e um péssimo pai. E o mundo está melhor sem ele.

-Diego. - Allison chamou a atenção do mesmo.

-Meu nome é número dois. E sabe o porquê? Porque o nosso pai não se importava nem em nos dar nomes de verdade. Pediu pra nossa mãe fazer isso. Vocês querem fazer uma homenagem? Fiquem à vontade. Mas pelo menos digam a verdade sobre o tipo de homem que ele era.

-Cala a boca. - Luther falou entre dentes.

-De todos aqui, você era o que deveria me apoiar mais, número um. Depois de tudo o que ele fez com você, ele ainda teve que te mandar pra milhares de quilômetros daqui! Tudo isso porque ele não suportava olhar pra sua cara!

Luther tentou começar a bater no Diego que desviou com facilidade por conta do tamanho, Klaus entrou na minha frente e na de cinco como se ele fosse nos proteger, mas cinco o afastou da gente batendo em sua mão. Diego acertou múltiplos socos em Luther, então eu estava adorando o show, mas pronta pra intervir se necessário.

-Vem zero, temos coisas mais importantes do que isso pra lidar. - E cinco começou a me puxar para dentro da casa, mas antes disso era claro que eu tinha que com o Luther e com um simples movimento de cabeça o joguei no chão. E voltamos para casa.

ᴢᴇʀᴏ ʜᴀs ᴛʜᴇ ᴘᴏᴡᴇʀ || ғɪᴠᴇ ʜᴀʀɢʀᴇᴇᴠᴇsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora