Fúria impotente

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Cinco dirigia a caminho da fazenda com uma mão em minha perna, quando fizemos a curva vimos Vanya dirigindo outro carro e paramos automaticamente para logo descermos os três dos carros.

-Tão fazendo o que aqui? - Vanya pergunta.

-Procurando você. - Respondo. - Vamos voltar pra 2019. Entra no carro.

-Do que você tá falando?

-Não temos tempo pra explicar agora, mas conseguimos um jeito de voltar, tá? - Cinco olha o relógio enquanto fala. - Temos meia hora pra partir.

E vamos indo até o carro.

-E os meus amigos? Não posso deixá-los aqui.

-E nós somos sua família, você vem com a agente. - Respondo. - Ou é isso ou todo mundo morre.

-Tudo bem, então eles vão comigo.

-Não podemos levar pessoas dessa linha do tempo! - Falo exasperada.

-Quem disse? - Ela grita. - A Sissy merece uma vida em que ela não tenha que fingir ser quem não é. e o Harlan? tem nome pra isso que ele tem. Podemos dar uma ajuda pra ele.

-Vanya! - Cinco chama.

-Uma mãe e o um filho de cinco anos não vão estragar a linha do tempo. Eles são insignificantes.

-Ninguém é insignificante. - Cinco se aproxima. - Desculpa, tá. Mas a gente não pode correr o risco. Eles ficam. Vamos.

Cinco volta pro carro, mas para quando Vanya fala.

-Por que são vocês quem decidem isso? É por culpa de vocês que estamos presos aqui.

-Se a gente não fizesse nada, estaríamos mortos agora. - Eu já tô começando a me irritar.

-Eles vêm comigo.

Cinco se aproxima de Vanya e fala.

-Não testa a minha paciência agora.

-Que engraçado. Eu ia dizer exatamente isso pra vocês agora. - Ela se aproxima também e eu fico alerta, ela começa a ativar seus poderes e eu fico ao lado de Cinco com os olhos brilhando e vejo ele canalizar poder em suas mãos também.

-Vanya, você não quer começar isso. - Falo em tom de aviso.

-Tá. - Ela diz e para com os poderes e a gente também.

-Tá? - Pergunto.

-Eu vou com vocês, mas antes preciso me despedir.

-Vanya, não dá tempo. - Cinco suspira.

-Ou é isso ou eu não vou.

-Não se atrasa! Nos vemos no beco. - Falo e entro no carro.

-Merda! Isso é inaceitável. - Cinco pragueja entrando no carro.

-Vai dar certo, tem que dar. - Olho pela janela.

☂️

Chegamos no beco, pegamos a maleta, mas nenhum dos nossos irmãos chegaram ainda.

-Oi. - Luther diz. - Cadê todo mundo?

-Você é o primeiro. - Cinco sorri em desespero.

-O quê? Mas... - Ele para quando Klaus aparece.

-Nós conseguimos. - O mesmo fala e ficamos confusos.

-Ei, o que tá acontecendo com você? - Pergunto vendo o mesmo meio que se debater.

Até que ele vomita e eu fico com nojo me afastando rapidamente.

-Nós só temos mais oito minutos! - Cinco fala nervoso. - Cadê os outros?

Passamos os outros sete minutos discutindo e nervosos eu não posso acreditar nisso, não, eu me recuso é sério que eles não vão aparecer? Socorro eu vou matar alguém.

-Era bem simples. - Cinco fala. - Bem simples mesmo! A gente só tinha que estar aqui. Tínhamos que lutar contra um monstro do mar gigante? Não. Um exército de mutantes? Não. Era só estar aqui. Tava de bandeja.

-Reclama mais baixo que a minha cabeça tá estourando. - Klaus fala.

-Isso pode ser culpa minha, peguei o corpo dele emprestado. - Ben fala pra mim e eu arregalo os olhos.

-Tem como você fazer isso agora? E obrigada por trazer ele.

-De nada. E pelo visto tem sim, maneiro né? - Concordo com a cabeça enquanto Klaus fala.

-Maneiro é a sua bunda! Isso nunca mais vai acontecer.

A maleta começa a fazer um barulho e a armadura em meu braço surge quando jogo a mesma pra longe desaparecendo no ar.

-Mais que porra! - Xingo alto.

-E agora? - Luther pergunta.

-Agora nada, Luther, tá? - Cinco grita andando de um lado para o outro. -Faz as pazes com Deus.

-O quê? Mas e a Allison e a Vanya?

-Danem-se as duas, tá? Elas deviam estar aqui. - Ele responde.

-E o Diego? Ele é um jovem bem responsável, não é? - Klaus fala.

Vejo Cinco chutando e batendo em tudo o que vê pela frente, fervendo em fúria impotente.

-Deve ter acontecido alguma coisa com eles. - Luther fala.

-Dane-se todos eles! Eu e a Zero estávamos bem melhores sozinhos no apocalipse.

-Okay! Você tá com raiva, eu também, mas isso não ajuda. - Falo segurando no braço do Cinco.

-Qual é? - Luther fala ofendido.

-Quer saber, Luther? Agora é cada irmão por si. - Cinco fala me puxando com ele. - Que tal isso?

Entramos no prédio com Cinco xingando tudo e todos.

-Ei, vocês dois. O fim do mundo tá vindo temos que fazer alguma coisa. - Luther diz vindo atrás da gente.

-Acabou, tá legal? A gente já tá morto.

-Então a onde vocês vão?

-Vamos fazer o impensável. - Respondo.

-E o que isso significa?

-Que estamos completamente fudidos, é isso que significa. - Falo entrando no apartamento e Cinco e eu vamos direto para o quarto trancando a porta enquanto Luther fica batendo na mesma nos chamando.

Me jogo na cama junto com Cinco.

-Estamos perdidos. - Falo.

-Completamente. - Ele responde.

Me deito em seu peito e ele me abraça respirando fundo.

-Eu tô com medo, me sinto presa. Odeio isso.

-Eu sei, merda. Eu sei. Mas vamos sair daqui juntos e com a nossa família. - Ele beija o topo da minha cabeça. - Tenta dormir um pouco, isso o que vamos fazer vai exigir muito.

ᴢᴇʀᴏ ʜᴀs ᴛʜᴇ ᴘᴏᴡᴇʀ || ғɪᴠᴇ ʜᴀʀɢʀᴇᴇᴠᴇsWhere stories live. Discover now