ᴢᴇʀᴏ ʜᴀs ᴛʜᴇ ᴘᴏᴡᴇʀ || ғɪᴠᴇ ʜᴀʀɢʀᴇᴇᴠᴇs

Os poderes da Vanya

Acordo com uma dor dilacerante que sobe do meu pescoço até atrás dos meus olhos e parece que a minha cabeça vai explodir. Posso sentir Vanya me segurando enquanto chora e afaga meus cabelos.

-Me desculpa... - Digo com dor e ela chora ainda mais.

-Você tá aqui por minha causa, Zero. - Ela diz e eu nego com a cabeça e tento me levantar com a ajuda das minhas mãos, e percebe o quanto elas doem, o sangue nelas já está seco, mas posso ver as feridas abertas.

-Eu falei que enquanto estivesse aqui ninguém ia te machucar, mas eu não consigo. - Ponho a mão no colar em meu pescoço derramando lágrimas. - Mas se você cair, eu caio com você, irmã.

Eu estou assustada pra caralho agora, mas não posso deixá-la perceber, minha irmã é minha responsabilidade. Se ela me ver desistindo agora eu não sei o que pode acontecer, é minha obrigação ser forte agora.

-Eu não queria machucar a Allison. Por favor, tem que acreditar em mim, por favor! - Ela implora chorando, com dificuldade levo minha mão pro seu ombro.

-Eu acredito. E ela sabe disso também. Não estamos bravas com você, eu prometo. - Ela me abraça e eu reclamo de dor.

-Desculpa, eu não quis te machucar. - Vanya se afasta alguns passos e eu tento me levantar pra ir até a mesma, mas me sinto fraca demais.

-Isso não é culpa sua. É essa coisa no meu pescoço. - Toco o colar. - Parece que isso tá me matando.

Ela me olha preocupada e deu um sorriso fraco. Tenho que nos tirar daqui, tento acessar meus poderes, mas é como se tivessem jogando lava em cada terminação nervosa minha. Sinto que vou apagar outra vez e tento me manter acordada.

-Obrigada, por lutar por mim. - Ela diz nervosa.

-Eu morreria por você Vanya. Eu sacrificaria minha vida por todos dessa família, eu faria isso com orgulho. Só não deixa o Cinco saber disso. - Ela ri parecendo perdida na própria mente.

Eu quero falar pra ela não fazer isso, quero falar pra ela continuar conversando comigo e se manter aqui. Porque seja lá o que ela tenha na mente agora, é uma tortura, é uma armadilha. Mas não consigo, só respirar agora me parece um pesadelo. Então eu também fico presa na minha mente.

Percebo que apaguei outra vez quando acordo com o barulho estrondoso de todo parte da frente da jaula caindo.

-Vanya? - Chamo, porém se ela me escutou fingiu que eu não estava ali e começou a sair sem sequer olhar pra mim. - Vanya! - Grito, mas de nada adiante ela continua andando.

Me levanto o mais rápido que eu consigo pra alcançar ela, mas o meu corpo grita para que eu não me mexa. Eu não me importo, continuo me movendo o mais rápido que posso. Eu não estou morrendo agora, mas sinto como se estivesse. Saio de elevador me escorando em cada parede que eu vejo, enquanto chamo pela Vanya.

Toda casa está desmoronando e tenho que me desviar do teto que parece querer me atingir. Vejo ela saindo de um quarto, mas antes que posso alcançá-la ele explode me jogando na parede oposta. E isso acontece no próximo quarto também, mas dessa vez sou mais rápida em passar pelo mesmo.

-Vanya! Por favor, me escuta! - Mas ela explode outros quartos levando o meu junto.

Chegamos na sala e é quando eu alcanço a mesma, mas ela ainda parece não me ouvir. Tudo parece que vai despencar de uma vez, uma coluna vem em minha direção, mas dessa vez eu não desvio o suficiente e ela caí em cima de uma das minhas pernas. Um vergalhão deve ter me perfurado, porque eu vejo sangue no piso em baixo da minha perna e ele não para.

-Srta. Vanya, já chega disso! - Pogo grita e chama a atenção dela. - Eu entendo o quanto está chateada. Mas posso garantir que nenhum dos seus irmãos teve alguma responsabilidade pelo o que aconteceu com você quando criança.

-Você sabia? - Ela pergunta parecendo mais calma.

-Seu pai descobriu... que você era capaz de coisas extraordinárias. - Pogo fala. - Igual aos seus irmão e irmãs. Mas seus poderes eram... muito fortes. Ele só queria proteger você de si mesma. Assim como seus irmãos.

-Você... você sabia? - Ela pergunta novamente e Pogo olha para mim com olhos tristes.

-Sim, Srta. Vanya. Eu sabia. - Pogo fala e ela abaixa a cabeça, por um momento penso que ela vai desabar em lágrimas, mas então a casa volta a se destruir e ela novamente é consumida pelo poder.

Com um movimento de cabeça ela faz Pogo ser levantado no ar.

-Vanya, não! - Eu grito quando ela joga o mesmo pro outro lado da sala o matando com os chifres que ficam pendurados na parede. Vejo Luther saindo com Allison pela porta sem chamar atenção da nossa irmã. Allison dá um passo em minha direção com a intenção de me ajudar, mas eu levanto a mão e nego com a cabeça, ela chora e Luther me olha triste enquanto leva Allison dali.

Eu não me importo de morrer, mas não suporto a ideia de levar alguém que eu amo comigo.

-Vanya... - Ela finalmente parece me ouvir e vem em minha direção em passos lentos enquanto eu choro. - Tá tudo bem, tá tudo bem irmã. Eu sei que você tá com dor, eu sinto muito. Mas eu te amo, eu tô aqui. Tá tudo bem, eu te amo Vanya.

Quando ela se ajoelha ao meu lado fecho meus olhos pronta pra morrer, pra morrer pelos poderes da minha irmã que eu nunca vou parar de amar, pela minha irmã que eu sempre protegi de todas as maneiras que eu pude.

Eu penso nos meus irmãos, em cada um deles, eu penso que vou finalmente poder rever o Ben, o meu melhor amigo. Vou poder descansar depois de anos no apocalipse. Mas eu também penso que estou abandonando o Cinco, abandonando o meu primeiro e último amor, eu estou deixando todos pra trás. E eu choro mais, não por mim, mas por eles.

-Zero... - Ela me chama e eu espero, não me importo que não seja rápido, eu só não quero que eles vejam. Mas então sinto a pressão em minha perna se aliviar e vejo que Vanya a removeu com seus poderes.

-Me desculpa, eu não protegi você. - Eu não consigo parar de chorar, olhando pra ela agora eu não vejo minha irmã, eu não reconheço nada quando olho pra ela.

Ela não fala nada e me sinto ser levantada no ar assim como Pogo foi a poucos momentos, mas ela hesita, eu consigo sentir que ela está em conflito.

-Tá tudo bem, Vanya. - Eu confirmo com a cabeça. - Você não quer me machucar...

-Você não sabe o que eu quero! - ela me aperta mais com o poder, fazendo ser difícil de respirar.

-Somos só nós duas, irmã. Só a gente. - Falo com dificuldade. - Se eu pudesse, eu trocaria os nossos lugares. Eu não vou desistir de você, você pode me matar agora, mas eu ainda assim vou amar você, como eu sempre amei. Mas eu quero que saiba, que quando você voltar a si... eu não te culpo, e eu perdoou você, irmã.

Eu sufoco, e sou derrubada com força no chão, volto a respirar quando ela me solta, mas eu não me movo quando ela vem até mim novamente. Com a mão sobre o meu pescoço eu sinto a pressão e depois ouço o som do colar se despedaçando e caindo no chão. Ela derrama uma única lágrima e me joga pra fora da casa pela janela e eu caio em cima de um carro, vejo o resto da casa ser destruída e rezo pra que todos tenham saído a tempo. 

*o intuito era ter referências? Era.
Consegui? N sei dkdkdmksdm