03| A carta

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Hoje faz duas semanas que estou aqui na casa dos tios de Edmundo e Lúcia, estava sendo uma experiência ótima morar com os dois, tirando a parte do primo chato deles sinceramente ele conseguia ser bem mais desagradável do que o Edmundo quando criança

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Hoje faz duas semanas que estou aqui na casa dos tios de Edmundo e Lúcia, estava sendo uma experiência ótima morar com os dois, tirando a parte do primo chato deles sinceramente ele conseguia ser bem mais desagradável do que o Edmundo quando criança.

Algo de errado estava acontecendo comigo, eu andava chorando e minhas mãos começavam a tremer,sempre ficava com falta de ar, claro que eu sempre passava por isso no quarto onde eu dividia com Lúcia mas eu nunca chorava na frente de ninguém, não queria que pensassem que não dou forte o bastante. Eu acho que boa parte disso tem a ver com a distância entre eu e o Pedro...eu confesso que isso tudo não tem sido nada fácil para mim, ficar longe dele e pior ainda é eu ter recebido uma só carta dele nestes dois anos, não sei o que está acontecendo com ele e nem sei se ele está me evitando, só sei que sinto a falta dele, em todas as cartas que Susana me escrevia ela me dizia que ele estava bem mas nunca o por que dele não me escrever.

E isso me faz toda a noite chorar silenciosamente, por não saber o que está acontecendo e se ele está se cansando de mim, sinto que estou sendo um peso para ele.
Eu agora estou com Lúcia comprando frutas e verduras que tia Alberta havia pedido a ela, Edmundo veio conosco mas desde que chegamos ele foi para outro lugar e não o vimos, terminamos de pegar o que precisávamos e vamos procurar Edmundo para irmos embora.

Fomos até um lugar onde as pessoas estavam se alistando para o exército, ao entrarmos no local avistamos Edmundo falando com um soldado em uma enorme fila de homens.

- Edmundo. - eu falo fazendo ele olhar para nós na entrada do local.

- Você veio para nos ajudar com as compras. - Lúcia diz fazendo o garoto ficar sem graça, os rapazes que estão alí começam a rir de Edmundo.

- Mais sorte da próxima fedelho! - um garoto diz rindo da cara de Edmundo, o moreno vem até nós com a cara emburrada.

- Tá doido de se alistar para o exército! - eu brigo com ele enquanto o puxo para fora.

Saímos do lugar, eu estava carregando um pouco de coisa e Lúcia mais um pouco, Edmundo batia o pé zangado.

- Fedelho ? Ele era no máximo dois anos mais velho. - Edmundo diz irritado enquanto pega uma caixa da minha mão.

- Dá para parar de ser resmungão? - eu falo brigando com ele. - e você sabe que entrar no exército é uma besteira, você pode morrer. - falo brigando com ele, eu realmente não queria ver ele morrer que nem...meu pai... não suportaria perder mais alguém.

- Eu sou um Rei, e estive em guerras e liderei exércitos. - ele diz ainda irritado colocando a caixa na garupa da bicicleta de Lúcia.

- Não neste mundo. - Lúcia diz.

- Exatamente. - digo o olhando feio enquanto fico ao lado de Lúcia.

- Pois é, mas estou preso aqui, brigando com o Eustáquio Clarencio Mísero. - ele diz mais irritado enquanto organiza as caixas. - ele nem merece o nome que tem. - Edmundo diz com irritação, percebo Lúcia olhar um soldado paquerando uma garota loira, ele devia ter a idade de Pedro, Lúcia já havia visto ele umas três vezes e me disse o quanto ele chamou a atenção dela.

O Grande Rei e a Guardiã - As Crônicas de Nárnia Where stories live. Discover now