Capítulo 36

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Amália

— Preciso de sua ajuda Iara, só posso confiar em ti – exclamo.

Tento convencê-la de ajudar-me em meu plano, mesmo dizendo que seremos aliadas, minha amiga ainda não consegue ser tão ousada. A encaro por mais um tempo e junto às mãos como se suplicasse.

Vejo-a respirar fundo e sei que está analisando o meu pedido, sorrio com a possibilidade disso dar certo e quando um pequeno sorriso surge em seus lábios sei que posso contar com sua ajuda.

— Amália, o que me pedes é algo extremamente perigoso, não como ajudá-la – diz e levanta-se começa a andar de um lado para o outro, vejo quando aperta as mãos uma na outra mostrando claramente o seu nervosismo.

— Não se preocupe com isso, eu darei um jeito em tudo e tu serás apenas a distração – informo.

Ela continua andando e eu a sigo com o olhar, nosso quarto é tão pequeno que imagino que logo ficará tonta, não sei se vai aguentar isso por muito tempo, permaneço quieta esperando que se convença de alguma maneira já que ela é minha única esperança.

Os olhos de Iara tornam-se maiores, é como se ela estivesse criando um cenário em sua mente de como as coisas vão acontecer. Observando-a, acredito que ficar presa em pensamentos não fará bem a ela.

Preparo-me para falar-lhe algo que a acalme, que faça a tranquilidade lhe invadir a mente, no entanto antes que eu possa falar alguém bate na porta e minha amiga a abre apressada como se desejasse fugir de nossa conversa.

Alex encara-me parecendo indeciso. Meus olhos forçam os seus a dizer-me a verdade e o seu coração mostra-me que jamais poderei sentir raiva da pessoa que mais me amou.

Levanto-me e vou para os seus braços, o abraço com força é como se não o visse há mil anos, faço com que entre no quarto e Iara aproveita a oportunidade para retirar-se.

— Eu estava tão preocupada – murmuro enquanto nos acomodamos na cama.

— Eu também estava minha irmã, não sabia se conseguiria fugir. Tive que me controlar para não ir até ti – confessa e sinto sua angustia.

— Fico feliz por não ter ido, jamais me perdoaria se algo acontecesse com vós. Onde estão todos? – questiono.

— Foram tomar café, todos desejam muito falar contigo, não os julgue Amália, todos sofrerão demais. Lena está muito nervosa, ela a ama como a uma filha e teme que não a perdoe, Andrey deseja ardentemente falar com tu e Alie não deseja perder o que estavam construindo – esclarece.

Ele fala de cada um, sei que eu decepcionaria se não os perdoasse e não desejo acumular mágoa de ninguém, já fiz mais mal a eles do que fizeram a mim, devo lhes dar outra chance.

— Jamais os culparei meu irmão, prometo a ti – afirmo e ele sorri.

— Não imaginas como isso me tranquiliza – confidência.

— Talvez eu imagine, vamos eu quero vê-los e estou começando a sentir fome novamente – assumo.

Levantamos e ele me acompanha em direção a cozinha, conversamos um pouco e um pensamento vem em minha mente, aproveito que estamos sozinhos para perguntar.

— Alex, falou com nossos pais? – indago e ele me encara.

Parece ponderar no que realmente deve falar, não sei o que pode ser tão ruim, contudo ele sempre me protegeu, então provavelmente está em uma situação que o constrange.

— Não precisamos mais deles – exclama.

O tom de voz amargurado é algo que desconheço, ele sempre representou amor para mim, mesmo quando tudo o que recebia era a dor.

VendidaWhere stories live. Discover now