Capítulo 12

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Amália

O suor começa a escorrer pelas minhas costas, sinto o medo começar a me paralisar, no entanto sei que não posso fraquejar agora, a minha vida depende apenas de mim e eu falhar provavelmente morrerei.

De tudo o que fiz lá dentro para ganhar tempo, nada parece ter adiantado penso em abrir a porta e me jogar, contudo na velocidade que ele está faria com que eu me matasse, todas as minhas ideias acabam em morte e isso não parece uma boa ideia para mim, quando sou eu que vou morrer.

Não sei para onde está me levando, mas sei que não pode ser algo bom, pois se fosse não seria nessas circunstâncias, também sei que por enquanto não serei vendida, já que não precisaria de tanto esforço para isso.

Se estás se esforçando dessa forma, é porque neste caso algo muito errado pode acontecer. Olho para Ricardo percebo que está apreensivo e completamente nervoso, sinto vontade de matá-lo, mas sei que não teria coragem e falharia, pois ele tem uma arma e eu não tenho nada.

Ele olha pelo retrovisor e me encara em alguns momentos, não consigo ver nada em seu olhar, além de sua loucura, chego à conclusão que talvez ele já não tenha mais nada para oferecer.

Chegamos a um prédio grande e totalmente murado, parece uma prisão devido à proteção que possui nos muros para que ninguém o ultrapasse. Neste lugar parece que não existe muitas cores, tudo é cinza e um pouco manchado, sinto um arrepio percorrer o meu corpo o medo começa a aumentar, não sei de fato o que ele deseja fazer comigo.

— Ricardo, o que estamos fazendo aqui? – indago tentando conter o desespero.

— Eu lhe disse Amália, a avisei que precisa aprender uma lição, vai poder aprender aqui – diz sem olhar para mim.

Ele para em frente a uma cabine e um rapaz autoriza nossa entrada. O forte portão é aberto após alguns minutos e logo estamos enjaulados. Tenho a impressão que jamais sairei daqui.

— Por favor, não me deixe aqui – imploro.

— Não depende mais de mim Amália, depende dos outros – informa olhando para frente.

— Não faça isso, eu ainda sou sua esposa – recordo-o.

— Acho que isso não tem mais importância – murmura e começa a sorrir.

Sinto-me perdida, não o reconheço e não sei o que será de mim agora. Nós entramos em um corredor com diversos prédios baixos, tudo aqui tem grade, nas portas e nas janelas, não encontro por onde poderia fugir.

As lágrimas vem de encontro aos meus olhos, mas eu não permito que saiam, sei que devo ser forte e é o que farei agora, ele só quer atingir-me não permitirei que ele me veja em meu pior momento.

— Realmente faz muito tempo que isso não tem mais importância – digo olhando pela janela.

Ele me encara pelo retrovisor e eu o olho desafiando-o, não preciso sentir medo dele, tenho que temer quem irei encontrar.

— Amália, tu dizes coisas das quais um dia se arrependerá para sempre – afirma com raiva.

Sorrio para Ricardo, assim como sorri para mim. Ele não precisa saber como realmente me sinto, não necessita que eu lhe mostre o medo que vai em meu coração, neste comento lhe dou exatamente o que precisa minha indiferença.

— Tu achas? Por que confio que digo tudo o que é necessário – falo como se nada disso importasse.

— Em muitos momentos, a necessidade é apenas ficar em silêncio – informa como se estivesse me ensinando uma lição poderosa.

VendidaWhere stories live. Discover now