Vendida

Capítulo 9

Amália

Os próximos minutos são tensos, sinto Evelyn em meus braços e percebo que consegue controlar muito bem a emoção, pois em alguns minutos o desespero passa dando lugar a raiva que sei que sempre vai estar ali.

Os empregados do homem que a comprou a buscam, o procuro pelo salão e não o encontro despeço-me dela sentindo-me penalizada e resolvo ir procurar o Ricardo, já que todos estão indo embora, acredito que não tem mais nada para fazermos no grande teatro.

Desço a escada que dá acesso aos pequenos quartos que este lugar possuí, dizem que é usado para reuniões já que geralmente todos são a provas de som, eu o vi descendo por aqui, então acredito que esteja em um dos quartos só terei que descobrir em qual.

O corredor é pintado de branco, mas as luzes parecem estar em falta aqui, caminho lentamente tentando encontrar alguma porta aberta, no entanto falho miseravelmente nisso, pois todas aparentam estar trancada.

Aproximo-me do fim do corredor, já começo a desistir de procurá-lo, contudo um som chama minha atenção, é um som que conheço melhor do que desejava.

No inicio assusto-me e paraliso onde estou, mas aos poucos caminho para uma porta no fim do corredor que está entre aberta, aproximo-me e o som fica mais alto, percebo que tem uma mulher junto, mas não é tão escandalosa.

Olho pelo vão da porta e não fico surpresa quando vejo o meu marido, resolvo observá-los para não esquecer essa cena e jamais perdoá-lo. Vejo um quarto sem muita mobília, a mulher loira que sempre nos serve bebida está deitada na cama, seu corpo nu reflete por conta da pouca luz que entra por uma janela.

Seus seios são acariciados por suas próprias mãos, enquanto Ricardo que também está nu parece deliciar-se no meio das pernas dela, ele parece devorá-la com uma vontade que jamais vi.

Enquanto a degusta, geme alto mostrando o quanto gosta do que faz. Ela acaricia-se e geme mais baixo, no entanto é notável como não é a primeira vez que fazem isso.

Continuo escondida observando-os, vejo-o sair do meio das pernas dela e a beijar com sofreguidão, em seguida a pega no colo sem largar os seus lábios, encosta-a na parede e a preenche com o seu membro que está completamente pronto, vejo que não usa camisinha e isso me assusta ainda mais.

Ele começa a sugar os seios da mulher que parece não ter controle quando está em seus braços, conforme os movimentos ficam mais ritmados os gemidos ficam mais altos, vejo-o aproveitar-se de seus seios enquanto a penetra com cada vez mais força e quando sinto que não aguento mais, fecho a porta lentamente e encosto-me a parede.

Fecho os olhos e me impressiono quando não sinto nenhuma lágrima pronta para sair. Sinto alguém se aproximar e quando abro os olhos vejo o homem do salão em minha frente.

Não me mexo, pois não sei o que acontece agora que fui pega bisbilhotando, aguardo sua reação, mas ele apenas olha-me. Seu olhar intenso parece invadir-me. Não sei se é pela cena que acabei de presenciar ou se estou enlouquecendo, mas sinto algo diferente e conforme aproxima-se sinto minha respiração acelerar, espanto-me quando percebo que estou desejando este homem ardentemente.

Sua respiração parece tão ofegante quanto a minha, estranho o que está acontecendo já não me recordo de tê-lo visto em outro momento.

— Acredito que aqui não é lugar para uma mulher como tu – diz olhando-me de cima a baixo.

— Temo que estejas certo senhor, contudo é o meu marido que estás neste quarto – informo e sorrio, tentando não parecer tão dramática.

Ele encara a porta que agora estás fechada, algo em seu olhar me deixa curiosa, pois acredito que vi a raiva crescer ali, no entanto logo desisto desta ideia já que não tem motivo pra que se sinta assim, a menos que também durma com a loira.