Capítulo 25

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— Por acaso tu enlouqueceste? – questiona Enrico.

Por algum motivo quando soube o que aconteceu logo deduziu que eu estava envolvida, chegou em casa praticamente junto conosco, por sorte deixei Alie em casa antes, pois se ela o visse nervoso assim provavelmente ficaria assustada, mas eu não me sinto afetada por ele, não neste momento.

Ignoro a forma grosseira que se dirige a mim e permaneço sentada no sofá encarando-o com desprezo, sinto-me neste direito depois de vê-lo novamente com aquela mulher.

Seus olhos me imploram uma resposta que eu não dou, percebo que fica cada vez mais nervoso Hugo e Iara estão na sala conosco observando sua cena.

— Iara e Hugo, vós estão dispensados – exclama.

Eles saem rapidamente da casa, penso que de certa forma são dois covardes. Antes eu não sabia para onde Iara ia quando fosse dispensada, mas agora sei possui uma casa neste mesmo terreno, mas é bem longe desta.

Assim que eles se ausentam Enrico começa a se sentir mais a vontade. Ele tira a gravata e abre alguns botões da camisa social, eu o olho disfarçadamente. Meu marido é realmente muito bonito e se não fosse a minha insegura eu já teria cedido e talvez nosso convívio seria de outra forma, ou ele já teria me vendido.

Eu olho com atenção, absorvendo cada passo que dá para mim, assisto-o ir pegar uma bebida e desta vez ele não me oferece, acho que o deixei furioso demais e isso o impede de ser gentil.

Após tomar alguns goles de sua bebida, vejo-o encarar-me, seus passos voltam a minha direção e por algum motivo ele parece mais calmo, no entanto conforme se aproxima tudo dentro de mim fica nervoso.

Enrico pega uma cadeira e sentasse em minha frente, seu semblante preocupado está direcionado a mim, não se de fato o motivo que o fez ficar tão alarmado, no fundo sinto que está exagerando.

— Amália, sei que acredita que está fazendo o que é certo, mas isto pode ser perigoso. Não se deve mexer com o Estado desta forma, eles podem vir atrás de ti – murmura.

Percebo que sua raiva sumiu e a preocupação que sente é algo novo para mim, contudo não posso me deixar abater, não agora que sei que tudo começou, não posso lhe mostrar nenhuma fraqueza.

— Não tenho medo deles – afirmo encarando-o.

Seus lábios se abrem, no entanto sua voz não sai, percebo que está confuso sobre o que deve me falar e por um minuto sinto que sua segurança começou a se desfazer. Os olhos de Enrico são o mar mais intenso que já o olhei, isso é sempre tão novo para mim, por um momento tenho que controlar o meu coração ele disparou como sempre faz quando eu estou com ele.

— Por acaso já se esqueceu de como é estar lá? – indaga entristecido.

Mais uma vez me surpreendo, pois ele demonstra saber mais de mim do que jamais suspeitei. Eu não contei isso a ele, tenho um grupo reduzido de pessoas que sabem sobre aquela noite, quem será o seu informante?

— Como sabes disso? – investigo.

Seus olhos aumentam de tamanho como se tivesse visto um fantasma, sinto que posso ver o suor escorrer pelo seu rosto, ele para de encarar-me e virasse para o lado enquanto termina de tomar sua bebida, antes mesmo que ele responda sinto que não me falará a verdade.

— Isso não importa agora, o que fato é relevante neste momento é o fato de que não quero a minha mulher sendo perseguida – exclama e levanta-se, começa a andar de um lado para outro demonstrando seu nervosismo.

— Sinto muito por ti, mas eu não posso parar. Tem algo dentro de mim que me impulsiona, não posso simplesmente deixar que continuem agredindo mulheres como se nós não tivéssemos sentimentos, Enrico dessa vez eu não farei o que me pede – informo e levanto, ele vem rapidamente em minha direção.

VendidaWhere stories live. Discover now