Trentatre

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- Aí - Karin diz fazendo uma careta

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- Aí - Karin diz fazendo uma careta.

- O que foi? Sentiu alguma dor? - questiono nervoso.

- Eu acho que foi um chute - diz fazendo uma careta - Não doeu eu só me assustei.

- Um chute? - questiono, penso em levar a mão a sua barriga mas sei que ela não gosta - É normal, geralmente começam a chutar por agora mesmo.

- É estranho - diz alisando a barriga - Acho que vou nadar um pouco, está calor.

Ela fica de pé e retira o vestido ficando de biquíni, observo seu corpo e suspiro, vejo sua barriga que tem uma pequena elevação pelos três meses.

Ela caminha até a área da piscina e entra nadando devagar, vejo ela fechar os olhos e relaxar flutuando na água, fico olhando ela tocar a barriga e sorrir.

Me sento na beira da piscina e ouço ela começar a cantar uma música de ninar bem baixinha.

- Onde você ouviu essa música? - questiono e ela abre os olhos me olhando.

- Ah, foi a Vi... Amélia que vivia cantando - diz e para de sorrir.

Engulo em seco e ela suspira caminhando até a escada e saindo da piscina, ela me olha e vejo ficar triste, Karin faz que vai sair e vira para mim respirando fundo.

- Eu preciso questionar algo que nunca tive coragem - diz.

- Sabe que pode questionar tudo Karin - falo ficando de pé e parando na sua frente.

- Rocco é que eu... Que queria saber se todas as vezes em que escolheu roupas mais ousadas e diferentes das que costumo usar, você queria que eu fosse ela a Amélia - questiona - Eu passei muito tempo com essa pergunta em minha cabeça desde que você disse que queria que eu fosse como ela.

- O que? Karin não! Eu nunca quis que fosse de fato ela - digo e seguro seu rosto para que me olhe - Nunca passou isso pela minha cabeça quando escolhi as roupas.

- Eu nunca vou ser ela, mesmo que eu quisesse não conseguiria ser ela - diz - Muitas vezes já pensei em tentar ser como ela, assim talvez as coisas não tivessem sido como foram, mas eu não consegui ser ela.

- E nem eu quero que seja Karin! - exclamo - Eu quero que continue sendo você, essa mulher doce, calma que sempre foi, quero que continue sendo a Karin, a minha esposa, a mulher que eu amo - digo sincero a olhando nos olhos para que acredite em mim - Eu amei muito a Amélia, cheguei a achar que nunca amaria ninguém além dela eu confesso, mas foi no passado quando ela estava aqui, em meu coração sempre vai existir um lugar para ela, mas no passado quando tivemos nosso momento, agora eu só amo você amor, só você.

Deixo um beijo em sua testa e ouço ela soluçar.

- Meu coração bate totalmente por você Karin, por mais que não acredite é você que ele ama agora - digo - Eu fui idiota e sempre vou saber disso, falei muitas coisas que te machucaram, sinto muito por isso, sempre vou sentir muito pelo que falei, mas saiba que eu te amo, seria capaz de matar o mundo inteiro só para que ficasse bem.

- E se só tiver confundindo tudo? - questiona chorando - Ela era uma mulher perfeita, do jeito que você gosta, não é como eu.

- Tem razão, ela não é como você - falo e ela chora - Fez parte do meu passado e foi importante para mim, mas agora eu preciso olhar para o futuro Karin, não adianta ficar preso ao passado, tenho você, amo você e acredite em mim, você é a mulher mais perfeita do mundo e o jeito que gosto é o seu, seus olhos, lábios e cabelos, o jeito que sorri quando está envergonhada, o modo que morde os lábios quando está pensativa e concentrada, tudo em você, não ligue para o meu passado, ele tem que permanecer lá... No passado.

Beijo seu rosto sentindo o gosto salgado das suas lágrimas, aperto ela que soluça.

- Tire da sua cabeça que deve ser igual a Amélia, você precisa ser a Karin, a mulher que eu amo - falo - A Amélia ainda vai ser importante para mim, eu tive um passado com ela e de um jeito bagunçado ela te trouxe para minha vida, então será importante, sei que para você também, mas não precisa ser como ela, tenho certeza que ela não ia gostar disso.

- Ela era tão legal para mim e eu me sinto errada as vezes por amar você - confessa - Por mais que tenha sido ela a escolher que isso acontecesse.

- Não sinta amor, não é errado - digo olhando para ela, encostamos nossas festas e suspiro - Vamos esquecer o passado e focar no futuro de agora em diante, mas vamos focar sabendo que amamos um ao outro, quero que acredite em mim quando falo que te amo.

- Eu acredito - diz e sorrio, ela segura meu rosto e me puxa para um beijo, suspiro sentindo o gosto das nossas lágrimas mas não ligando para isso, me afasto e encosto nossas testas.

- Nós nos amamos e sabemos disso - falo ofegante - Mas eu ainda acho que só amor não é o suficiente, não estou desistindo de você, só acho que devemos esperar o fim da gravidez quando tudo estiver menos emocionante para tomarmos todas as decisões.

Ela se afasta e assente, engulo em seco e penso em beija-la mas me contenho, precisamos ser pacientes e esperar tudo se acalmar.

- Eu vou para o quarto, estou cansada - diz e assinto.

Sigo ela e a observo tomar banho, procuro uma roupa confortável e ajudo ela a vestir, ela deita na cama e pega um livro começando a ler.

- Uh, eu ainda não acostumei neném - diz olhando para a barriga e tocando o local, suspiro e olho para ela.

- Vou para meu escritório, se precisar de ajuda é só mandar uma mensagem, eu virei correndo - falo e ela assente.

Saio do quarto e paro no corredor respirando fundo, só mais alguns meses e tudo vai dar certo.

Viro pro quarto e entro direto no banheiro para tomar banho, coloco uma calça e me deito ao lado de Karin, vejo ela dormindo tranquila e beijo seu rosto.

Olho para sua barriga e seu rosto, levo devagar as mãos para ela e engulo em seco tentando vencer a fonia que sinto sobre isso.

Eu sinto que amo quem estiver aqui dentro, mas não se cura um bloqueio emocional de uma hora para a outra.

Tenho feito o necessário para vencer isso, vou continuar fazendo até quando achar necessário, mas preciso ir vencendo aos poucos.

- Ei você está acordado? - questiono passando a mão sobre a barriga, sinto um movimento quase imperceptível e sorrio - Pelo visto está.

Me abaixo e encosto minha cabeça na barriga espalmando mais minha mão.

- Quero que me perdoe também - falo para a barriga - Caso não saiba quem está falando, eu sou seu pai e apesar de tudo que disse antes amo muito você.

Sinto um chute e sorrio, beijo a barriga da minha esposa e abraço ela deixando a mão sobre o monte ainda.

Suspiro sentindo minha cabeça encostada em seus seios e sinto água na boca imaginando eles nela, mas isso não será possível agora, por vários motivos.

Rocco - Entre Dever e Poder - Série Santinni's Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora