Trentuno

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Sinto Karin mexer a mão e abro os olhos vendo ela olhar devagar para os lados, vejo a percepção do que aconteceu chegando em seus olhos quando ela morde os lábios para não chorar

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Sinto Karin mexer a mão e abro os olhos vendo ela olhar devagar para os lados, vejo a percepção do que aconteceu chegando em seus olhos quando ela morde os lábios para não chorar.

- Amor, finalmente acordou - falo apertando ela - Não tem noção do quanto tive medo de te perder.

Me afasto e sorrio para ela beijando sua testa e rosto várias vezes.

- Eu não morri? - questiona baixinho.

- Não amor, você está bem, graças que está bem - falo apertando ela que chora, a vejo levar a mão a barriga e chorar ainda mais, engulo em seco e respiro fundo segurando sua mão - O bebê também está bem.

Alívio é visto em seu rosto mas ela continua chorando baixinho, Karin coloca as duas mãos na barriga e começa a falar baixinho.

- Me desculpe - falo e ela me olha soluçando - Amor me desculpe por ter feito com que fizesse isso, eu falei tantas coisas a você que te deixei com medo a ponto de fazer isso, espero que me perdoe amor.

Ela não diz nada só se encolhe na maca e chora baixinho, o médico chega e pergunta como ela está se sentindo, trás também uma comida para ela que come tudo.

Observo ela o tempo todinho e percebo que ela tem evitado olhar em meus olhos, respiro fundo e deixo tudo ser no tempo dela.

- Vamos devagar - falo quando ela entra no carro, tento segurar sua mão e ajudar mas ela retira entrando sozinha, suspiro e fecho a porta, me sento do outro lado e Ronald dirige devagar até nosso destino - O médico indicou repouso absoluto, nós estamos indo para aquela nossa residência na praia.

Ela me olha e desvia o olhar, suspiro e devagar coloco minha mão em cima da sua, ela deixa uns segundos e depois sutilmente afasta abraçando o corpo.

Durante os dois dias que permaneceu no hospital ela tem evitado falar comigo, quando chego perto ela sempre desvia o olhar e engole em seco.

Nós precisamos ter um conversa, mas adiarei um pouco já que ela ainda está bem abalada.

- Estamos indo pela estrada ao invés de pelo mar, assim é melhor para você não se sentir enjoada - falo.

Permanecemos em silêncio durante toda a viagem, ao chegarmos ajudo ela a sair do carro e entrar na casa.

- Não precisa necessariamente ficar o dia todo no quarto, aqui tem vários lugares onde pode ficar de repouso, tem a praia, a  área da piscina, as varandas, mandei colocar sofás em todos os cantos para que fique confortável - falo.

- Estou com sono - diz e respiro fundo.

- Ok, então vamos pro quarto - falo.

Ela sobe as escadas e fico atrás para alguma casualidade, abre a porta do quarto e caminha até a cama se sentando nela.

- Melhor que tome um banho já que chegou do hospital - digo caminhando até ela - Eu te ajudo.

- Eu consigo tomar sozinha - diz se afastando.

- Eu vou te ajudar amor, não se preocupe - digo sério.

- Não chega perto de mim - diz se afastando e paro no lugar vendo que ela está com medo de mim.

Me afasto tentando manter a calma comigo mesmo, isso é culpa minha, no mínimo deve achar que eu quero tirar o filho dela.

- Ok, pode tomar banho sozinha - falo ficando de costas.

Ouço seus passos e me viro observando ela ir ao banheiro, fico na porta para caso dela cair ou algo do tipo, depois a vejo trocar de roupa, apagar as luzes e deitar na cama enrolando todo o corpo.

Abro a janela para que não fique tão escuro no quarto e me sento na poltrona, suspiro percebendo que isso está pior do que eu imaginava.

Permaneço ali olhando para ela por muito tempo até ver que ela acordou, eu queria evitar conversar sobre isso para que ela se recuperasse, mas nós precisamos conversar pois ela acha que eu a machucaria.

- Está sentindo algo? - questiono, ela me olha e nega - Vou pegar uma coisa para comer.

Ouço ela dizer que não está com fome e ignoro indo buscar uma comida para ela, depois volto pro quarto e me sento perto dela estendendo a bandeja.

- Precisa comer, já faz três horas desde sua última refeição, o médico disse que isso é essencial para você e pro bebê - falo - Agora abre a boca.

Levo comida até sua boca quando ela abre e vou dando, ela termina de comer e bebe o suco, limpo o canto da sua boca com o guardanapo e retiro a bandeja colocando na poltrona.

- Nós podemos conversar? - questiono me aproximando devagar - Não vou machucar vocês Karin, sabe que eu seria incapaz disso.

- Você jurou não me machucar e eu acredito nisso, mas nunca jurou não machucar um filho se tivéssemos um - diz e apesar de tudo está certo.

- Juro não machucar ele também, só quero conversar - falo e me aproximo sentando perto dela - Meu amor não sabe como fiquei desesperado quando vi você naquela situação, o medo que senti ao saber que podia te perder por culpa minha.

Seguro suas mãos e beijo as duas, abraço ela mesmo sob seu protesto e não ligo, sinto as lágrimas descendo pelo rosto e aperto ela enquanto choro.

- Me perdoe por ter falado tantas coisas e  ter deixado você com a cabeça confusa a esse ponto - peço segurando o rosto dela - Sinto muito por tudo amor, juro que se pudesse eu voltaria atrás e faria diferente para que não se machucasse assim, mas eu não posso, então tudo que tenho que fazer é te ajudar a ficar bem a partir de agora.

Aperto ela mais uma vez e ouço seu cheio também, me afasto e limpo suas lágrimas, ela aperta a barriga e puxo sua mão vendo ela querer se afastar.

- Você vai querer tirar meu filho de mim? - questiona baixinho e com medo.

- O que? Jamais eu faria isso meu amor, não seria capaz de tal atrocidade - falo segurando o rosto dela - Eu sou sincero quando digo que cuidarei dos dois, você e quem estiver aqui dentro.

Mais uma vez ela me impede de tocar sua barriga, suspiro tentando não ligar para isso no momento.

- Por favor acredite em mim Karin, eu sei que fui idiota e um filho da puta, mas agora eu só quero cuidar de você meu amor, só cuidar - digo olhando em seus olhos.

Rocco - Entre Dever e Poder - Série Santinni's Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora