Venti

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Vejo Karin descer as escadas e olho para ela vendo o quão perfeita é, ela me olha e dá um sorriso

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Vejo Karin descer as escadas e olho para ela vendo o quão perfeita é, ela me olha e dá um sorriso.

- Bom dia - falo caminhando até ela e beijando seu rosto no canto da boca.

- Bom dia - responde.

- Vamos tomar café, hoje virão alguns membros aqui para resolvermos algo - falo segurando na mão dela, a ouço suspirar e assentir - Eles trarão suas esposas, talvez possa ficar com elas.

- Claro - diz e suspiro, aperto a mão dela e chegamos na sala de jantar, ajudo ela a sentar e olho em seus olhos.

- Não vou te tratar mal não se preocupe, mas não vou ser carinhoso enquanto estiver na frente deles sabe disso não é? - ela assente, beijo sua mão e levanto seu rosto - Eu só te quero protegida meu amor.

- Eu sei - diz e sorri.

Começamos a comer, após terminarmos ela diz que vai passar rapidamente na biblioteca, vou para meu escritório e fico lá até me avisarem que chegaram, peço para dizerem a Karin também e vou até a sala.

- Rocco meu irmão, muito bom vir aqui em sua casa - Enzo diz.

- É igualmente recebê-lo - falo estendendo a mão, cumprimento o irmão dele também e vejo duas mulheres e três crianças - Vamos até meu escritório, Karin ficará fazendo companhia a esposa de vocês.

- Claro - dizem - O papai volta nestante.

Olho para duas das crianças que correm até ele o abraçando e beijando, contraio meu maxilar e vejo Karin olhar para as crianças também e desviar o olhar.

Suspiro e coloco as mãos nos bolsos, espero eles e então seguimos para meu escritório.

Começamos a conversar sobre as cargas de drogas que eles são responsáveis.

Vamos conversando e o tempo vai passando, chamo eles para almoçarem aqui já que ainda temos algumas coisas para resolvermos e então saímos do escritório.

Ao chegar na sala vejo só as mulheres deles.

- Onde está Karin? - questiono.

- Ah ela saiu a poucos minutos, disse que já voltava - uma das mulheres responde.

- Com licença - começo a caminhar para nosso quarto e abro a porta não vejo ela ali e procuro no banheiro que também não está, entro no closet e vejo ela sentada na poltrona que há ali e ouço seu choro bem baixinho - Karin o que aconteceu?

- Nada - diz se assustando e se senta limpando o rosto - Eu já ia voltar.

- Ei esse choro não quer dizer que é de nada - chego perto dela e toco seu rosto, ela soluça e me aperta - As mulheres fizeram algo com você?

- Não, elas são legais - diz chorando, passo os braços em volta dela apertando.

- Então me diz o que foi para que eu possa resolver amor - falo e ela nega - Foi algo que eu te fiz?

- Não - ouço ela soluçar.

- Por favor me diz o que aconteceu então - peço olhando para ela.

- Eu já tô bem - diz parando de chorar, a vejo limpar as lágrimas e respirar fundo - Só vou lavar o rosto para poder descer.

- Não vamos descer enquanto não disser - falo segurando ela no lugar, vejo seus lábios tremendo e ela suspira.

- É só que foi tão legal brincar com as crianças lá embaixo, elas são tão fofinhas e por um momento pensei em mim brincando com um meu, mas isso não será possível - diz me fazendo engolir em seco - É bobagem eu sei, foi só pro um momento, estou bem agora.

Ela se coloca de pé e caminha para o banheiro, fico parado um pouco e respiro fundo, me coloco de pé e vou atrás dela vendo ela lavar o rosto.

- Karin - a chamo e ela me olha.

- Estou bem - diz enxugando o rosto.

Ela passa por mim e vai para a porta abrindo ela e saindo, vou atrás e descemos para almoçar.

Passo o braço na cama procurando pro Karin e não encontro, abro os olhos e não vejo ela deitada, me sento e olho pro relógio vendo que são duas da manhã.

Me levanto e olho no banheiro e closet não a vendo, abro a porta da varanda e vejo ela sentada no sofá olhando para o céu.

- Você está bem? - questiono caminhando até ela que me olha.

- Uhum - murmura, paro na sua frente e toco seu rosto, ela dá um sorriso mais é um pouco triste.

- Acho que precisamos conversar sobre hoje - falo e ela respira fundo.

- Rocco por favor, não quero falar sobre isso, entendo e me conformei com isso, falar só vai me deixar triste - fala e engole em seco - Eu só pensei naquela hora, mas já passou.

- Não parece que passou - digo a olhando.

- Por favor não queira que eu fale sobre isso, não ia adiantar já tem uma escolha definida, então para que vamos conversar sobre isso? - questiona e fecho os olhos respirando fundo - Estou com sono, vou para a cama.

Ela beija meu rosto e levanta caminhando para dentro, me sento no sofá e fico pensativo, eu amo Karin, faria de tudo para proteger ela, mas sinto que não posso dar um filho a ela.

A idéia de ter filhos não me agrada em nada no momento e talvez nunca agrade, só de pensar que posso viver outra vez aquele sentimento de perder alguém importante para mim me causa arrepios.

Se há algo que não desejo nem para meu pior inimigo é que veja um filho seu morto.

Ver a minha menininha morta daquele jeito me dá pesadelos até hoje, saber e imaginar todas as coisa spot qual passou não é nada bom.

Então para evitar eu não quero filhos, por mais que tenha tudo para proteger um, existe dentro de mim um bloqueio e até mesmo medo.

Eu poderia até dar o divórcio a Karin, mas além de ser apaixonado e não abdicar dela de maneira alguma.

Assim que eu desse o divórcio e ela fosse embora poderia ser morta por algum membro do conselho.

O meio onde estou não é um mar de rosas, não é um conto de fadas de livros de romance.

É sangue, suor e lágrimas, há crimes, drogas, não é nada colorido, é um lugar onde não deve confiar nem em si próprio.

Então não posso deixar ela livre para que viva seu sonho, mas também não posso dar a ela um filho pois não conseguiria.



Rocco - Entre Dever e Poder - Série Santinni's Livro IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora