Pensamentos de Shoto: ''O quê? Onde ela está? ... Ah não.. Kamari...''

Yaoyorozu: Ei, precisamos ir. - disse em baixo volume enquanto andava pra outra direção para escaparem, e o Shoto concorda e a segue. Ao chegarem em uma zona mais afastada, o Todoroki pega seu celular e liga para o Midoriya para verificar a situação, e o Deku atende á ligação.

Izuku: Ah, Todoroki. Estão seguros? Conseguiram escapar?

Shoto: Aparentemente sim.

Izuku: Ótimo, o Kazinho está são e salvo, mas...

Shoto: Onde tá a Kamari? Vocês viram ela ou algum rastro dela? - perguntou extremamente preocupado e aflito.

Izuku: ... (suspiro)... Não a encontramos... - nesse exato momento, o coração do bicolor quase parou, ele estava muitíssimo receoso antes só por causa do plano ter chances de falhar, mas agora... ele estava ainda mais.. porque sabia que a pessoa que ama.. não havia sido salva, então ele abaixa lentamente a mão com o celular e começa a despejar lágrimas por seus olhos.

Shoto: ... Não... não.. não pode ser... - ao perceber a reação do heterocromático, a Yaoyorozu também fica apreensiva e chocada ao saber de tal notícia, e todo o grupo tenta se acalmar mentalmente e fisicamente pelo ocorrido, e ainda mais com o resultado da batalha entre o All Might e o All for One, que revelou que o All Might, apesar de ter vencido, tinha revelado sua verdadeira forma para todos, dando um sinal de vitória.. e de temor, pois agora o herói número um teria que se aposentar...


*(4 dias depois...)*

  Mesmo o caos dos momentos passados terem se distanciado um pouco, para a Kamari... esse caos tinha se intensificado ainda mais. Ela ainda estava na prisão Tartarus, sendo mantida presa pelas autoridades para não causar mais problemas. No segundo dia, o Aizawa veio visitá-la, e os oficiais do cárcere lhe deram o diagnóstico de que os efeitos da adrenalina foram quase erradicados e que descobriram a real situação envolvida com ela, deixando claro que ela não havia traído a sociedade heroica, porém ela teria que cumprir dois dias em prisão domiciliar com acompanhamento policial quando seu estado melhorar. Já no quarto dia, ao meio-dia, o All Might também fez questão de ir para lá e ver como ela estava no geral, não se importando de estar na sua forma magra, mas quando ele chegou na frente da cela dela e se sentou em uma cadeira na frente da sala de confidência, e ele viu uma imagem muito dolorosa... o chão da cela com diversos pedaços e fragmentos das correntes que prendiam a Mitsubuji nos braços e pulsos, algumas pequenas marcas de sangue no chão e nas paredes, e sua aluna.. com a respiração um pouco acelerada.. encolhida em seus joelhos e virada para um canto da sala, tentando tirar a correia de cima da focinheira com suas garras, mas por consequência, ela não conseguia alcançá-la naquele estado de fraqueza.. e acabava arranhando em cima de sua queimadura, explicando as manchas de sangue, mas nesse momento de choque, um oficial caminha até o lado do herói e o mostra alguns papéis.

Oficial: Estes são os exames mais recentes que fizemos. Parece que o efeito da adrenalina no sangue dela estão zerados, mas ela continua se comportando de forma muito impulsiva e selvagem. Talvez seja melhor deixá-la aqui por mais uns dias. - ao ouvir aquele diálogo, a jovem olha de canto de olho para os dois indivíduos do outro lado do vidro bem grosso e resistente, e uns segundos depois, ela para de arranhar sua nuca e avança na vidraça, cravando uma mão nela com seus dedos com garras afiadas, conseguindo perfurar grande parte da espessura, e depois ela olha para o herói com uma cara de medo, tristeza e agonia, e com muitas lágrimas saindo de seus olhos enquanto passava sua outra mão pelo seu olho esquerdo.

Kamari: ... por favor... me ajuda... - os dois olham chocados para aquilo, mas o All Might enxergou isso de outra forma.

Pensamentos de All Might: ''Esse comportamento.. não se trata mais de um problema físico... agora... é de um problema psicológico...'' - depois de sua conclusão, ele cerrou seus punhos em cima de suas pernas e olhou fixamente para dentro da cela.

All Might: ... Deixe-me entrar. - disse com uma voz firme, declarando que era isso que ele realmente queria, mas o militar ficou inconformado com esse pedido.

Oficial: Você não pode senhor. É extremamente perigoso ali. - após essa frase, a jovem descolou suas garras do vidro e foi até um lado um pouco mais afastado da sala, no canto direito.

All Might: Me deixe entrar.

Oficial: Mas... - foi interrompido.

All Might: Agora.. por favor. - falou com muita seriedade e retidão, conseguindo convencer o soldado de levá-lo até uma salinha onde era possível ter acesso á cela, e ao tê-lo lá, o oficial olha para o All Might novamente.

Oficial: Tem certeza?

All Might: Absoluta. - o militar abre a porta para o herói entrar, e em seguida ele fecha a porta, deixando o símbolo da paz e a jovem sozinhos naquele cômodo. E como primeiro ato, ele dá curtos passos para frente e se ajoelha no chão, para depois recitar - Jovem Mitsubuji... - ao conseguir a atenção dela, ele abre um pouco os braços e a olha diretamente, a Kamari, ao ver essa cena, dilata um pouco suas pupilas e vai rapidamente em direção á ele, alertando o oficial, porém.. ao contrário do que ele pensava, ela não o atacou ou o feriu.. mas sim... o abraçou com muita força enquanto chorava copiosamente, deixando o oficial muito emocionado e surpreso.

Pensamentos do oficial: ''É... parece que vamos poder liberá-la ainda hoje...'' - e seus pensamentos estavam corretos, visto que umas cinco horas depois eles liberaram a garota para ir pra casa, inclusive enfaixando seu pescoço por causa das feridas e sendo levada por carona até seu lar. E ao chegar em sua casa, ela continuava com a mesma expressão de tristeza e pesar, mas logo na entrada, o All Might a explicou sobre o sistema que tinham esquematizado para ela, sobre a prisão domiciliar e outros detalhes como uma gargantilha que funciona como uma tornozeleira para medir seus níveis humorais e neurais durante os dois dias, e nada restou á ela se não aceitar tudo e se trancar novamente em sua casa. Lá dentro, ela se encostou em uma parede da sala, não queria mais nada com ninguém, era novamente uma casa vazia e sem vida, ou bem.. quase sem vida...

Toby: Quack. - a jovem toma um leve suto quando ouve o pato caminhando rapidamente em sua direção, mas ela o olha e enxerga uma expressão de preocupação e carinho por parte dele - Quack quack quack... quack... - o animal vai para perto dela e começa a se esfregar nela por muita saudade e preocupação pelo sumiço de sua dona, e a Kamari só segura o pássaro e o abraça, enquanto chorava levemente, tanto pelo que passou, quanto por saudades de seu bichinho, o qual também deixou escapar uma fina lágrima de seu pequeno olho, nada iria descrever a saudade que estavam sentindo de ambos, nada... e nem ninguém...

-.....

  Passados já os dois dias do sistema de casa de detenção, eram por volta das nove da manhã do terceiro dia, ela ainda estava naquela mesma parede, abraçada em seus joelhos e com seu patinho de estimação sentado ao seu lado. Ela não queria comer ou tomar qualquer coisa, o máximo que fez foi tomar um copo d'água, e ela só saía de lá para tomar banho e outras necessidades externas, mas depois... ela sempre voltava para a mesma posição de antes.. ela não queria ser incomodada e não queria falar com absolutamente ninguém.. ela permaneceria naquela solidão quase absoluta, até que alguém queira chegar para realmente conversar com ela, e bom... foi o que aconteceu naquele momento, pois alguém bateu á porta de sua casa, chamando a sua e a atenção do Toby.

Toby: Quack? Quack... - a jovem levanta os ombros e depois se levanta para ir atender á porta, e quando ela a abre quase totalmente, é permitida a vista do professor Aizawa, quem é recebido com um olhar indiferente da Kamari.

Aizawa: Mitsubuji.

Kamari: Professor.. - abriu totalmente a porta - O que foi?

Aizawa: Na verdade eu venho para trazer alguns recados. Um deles é da polícia, a corporação pede desculpas a você pelo modo que você foi tratada ultimamente, e querem que você volte a ter uma vida normal.

Kamari: ... Jura? Uma vida normal? Depois de ser acusada injustamente de agir contra os heróis por meros 32 segundos que eu ataquei outros policiais por influência inimiga e, além disso, ser forçada e ser presa na prisão para VILÕES mais rigorosa do Japão e ter uma pena de cárcere habitacional com acompanhamento policial, hmp.. isso não cola professor... - falou com total repulsa para o Aizawa, realmente mostrando o quão ruim aquela experiência havia sido para ela.

Aizawa: Mitsubuji, aquilo foi para te proteger e proteger as pessoas.

Kamari: Me colocaram uma focinheira. - falou com mais seriedade e dando ênfase na última palavra - Eles não me viram como uma pessoa, eles me viram como uma besta, e eu tenho que lembrar que eu vi o All for One ser preso, mas ele só tinha uma máscara que o alimentava.. dava oxigênio e tudo isso? Professor... me acorrentaram do início ao fim do percurso da Tartarus com correntes que continham mercúrio.

Aizawa: Isso foi uma maneira de prevenção.

Kamari: Mesmo que eu tenha sofrido efeitos por causa dos vilões, e não por conta própria? Além de ter passado por ainda mais perigo nas mãos da polícia? Por favor... me diga o que te disseram quando você ou o All Might vieram pra minha cela. - o professor ficou em silêncio - Me chamaram de selvagem... e eu não ouvi uma palavra sequer do senhor... só me explica.. onde se encaixam as suas palavras diante de tudo isso?! - quando o professor ia respondê-la, uma voz o interrompe.

Tsukauchi: Eraser, por favor.

Aizawa: ... (suspiro) Tá bem, podem vir. - o professor sai um pouco do marco da porta para dar espaço aos policiais e ao diretor com cara de cachorro.

Tsuramagae: Senhorita Mitsubuji, nós, do corpo de polícia, viemos aqui para pedir desculpas por nossos atos agressivos au. A nossa apreensão para você foi um pouco exagerada, visto que uma ação como aquela é muito imprópria para uma aluna que é a favor dos heróis e é agregada á eles au.

Policial 1: Você agora pode sair da sua casa, e.. pode nos devolver a gargantilha. - a garota retira o objeto de seu pescoço e entrega ao policial.

Tsukauchi: Aliás, não precisa se preocupar com o restante de sua história. O seu nome e histórico desde o terceiro dia de detenção foram limpos, ninguém irá ver o seu histórico de julgamento, e seus exames e documentos judiciários vão ficar arquivados em propriedade privada no quartel da polícia, e nenhuma punição será agregada á você.

Pensamentos de Kamari: ''A frase correta deveria ser: 'Mais nenhuma punição será agregada á você' ''

Tsuramagae: Então, agora com tudo esclarecido, nós.. vamos deixá-la sozinha agora. E novamente... - fez uma reverência - Nossas sinceras desculpas au. - se recompõe e caminha para longe com seu grupo de policiais, deixando somente o Aizawa e ela no ambiente.

Kamari: ''Tudo esclarecido''... irônico...

Aizawa: Eu sei que isso não é nada natural pra você, mas você tem que entender que só queremos te ajudar.

Kamari: (suspiro) Professor.. sejamos francos... se fosse realmente uma ajuda, não teriam que limpar o meu nome ou o meu histórico dessas acusações, e muito menos usar de métodos tão... como o chefe disse.. agressivos, por favor só vai embora. - falou enquanto fechava a porta, mas foi impedida pela mão do professor, que voltou a abrir a porta.

Aizawa: Espere, eu tenho mais um recado. - ela abriu novamente a porta para ouvir o comunicado - A U.A implantou um sistema de dormitórios para a segurança dos alunos. E como você não tem outros responsáveis que não seja o Tadashi, se você quiser se mudar pra lá, a decisão é sua. - de início, a Kamari ficou com dúvida sobre sair de casa, tanto que ela olhou para trás e visualizou os arredores vazios de sua casa, mas por fim... ela voltou a olhar o professor e deu a resposta.

Kamari: ... Eu aceito. Mas.. eu posso levar ele? - perguntou apontando pro pato, e o Eraser assentiu com a cabeça.

Aizawa: Certo. Você pode ir para lá hoje pra arrumar suas coisas e se você for reformar o quarto. - ele fica somente com metade da sua silhueta no marco da porta - Todos da sala vão ter uma semana ou dez dias pra se adaptar, tente aproveitar o tempo lá. - andou para frente e fechou a porta atrás dele, deixando a Kamari pensar sozinha... e com o Toby sobre isso.

Kamari: (suspiro) Bem... vamos lá né.

Toby: Quack. - balançou um pouquinho a cauda, e a jovem foi primeiramente em direção ao quarto dos seus pais no andar de cima, e quando ela ficou de frente pro pequeno santuário deles, ela se ajoelhou, fechou os olhos e juntou suas mãos.

Kamari: Mãe.. pai.. eu tenho que dizer que... eu vou me mudar daqui. Eu sei que eu nunca deveria deixá-los, mas... eu não posso ficar só eu aqui entendem? Me.. me desculpem mesmo.. eu... - sua fala foi interrompida por um grande calafrio que ela sentiu, e foi tanto que ela abriu seus olhos novamente.

Yota: Tá tudo bem filha...

Zetsuji: Nós sempre estaremos com você...

Pensamentos de Kamari: ''... Mãe e pai?'' - ao ter essa revelação, a jovem começou a chorar silenciosamente e depois deu um sorriso melancólico - ''Obrigada...''

  Ela só terminou de ajuntar suas coisas ás 16:00 p.m, incluindo levar seus três instrumentos favoritos, claro que ela iria dar um jeito de levar o piano depois, mas o restante necessário e alguns materiais para reformar seu quarto estavam todos com ela, e também o Toby estava num bolso grande na lateral da mochila dela (das três que ela levava, tirando a mala).

Toby: Quack quack.

Kamari: É... hora de ir... - andou até a porta e olhou para trás novamente - Adeus... eu acho... - abriu a porta, saiu de sua casa, a trancou e saiu em direção á escola. Ela não sabia, mas ela não sentiu uma ''última'' sensação de calafrio que ela sentiu dentro da casa, mas na verdade era os pais dela a observando enquanto caminhava.

Zetsuji e Yota: Fique bem.. filha...

Kamari: Hm... vou ver se o Tadashi pode cuidar daqui. - ela pega o celular e liga para ele.

Tadashi: Oi Kamari. - atendeu com felicidade, pois eram raras as ocasiões que ela ligava pra ele.

Kamari: Oi. Olha.. é o seguinte... eu vou me mudar agora pro sistema de dormitórios da escola, então eu queria saber se você tem como cuidar da casa, se.. não for muito incômodo.

Tadashi: Ora, claro que posso. Eu mesmo não vou poder ir por causa do serviço do orfanato e tal, mas eu vou mandar algumas pessoas irem cuidar daí em intervalos específicos, tá tudo bem assim?

Kamari: Sim, obrigada Tadashi.

Tadashi: Por nada, é um prazer ajudar você. Até mais. - se despediu com bastante alegria.

Kamari: Tchau. Novamente muito obrigada. - voltou a agradecer e em seguida desligou o telefone.

Pensamentos de Kamari: ''Hmp.. eu tenho que agradecer mais a ele pelo que ele já fez por mim...''

  Chegando bem perto do dormitório da U.A, já era quase fim de tarde, e a jovem avista o grande prédio que agora iria morar.

Pensamentos de Kamari: ''Caramba... que coisa hein'' - ela caminha até a porta e a abre com um pouco de esforço por conta da bagagem, mas ela a abre, só que quando a silhueta dela fica á frente da porta, os amigos (quase todos, o Shoto e o Bakugo não estavam lá na hora) todos da turma estavam no hall principal, e eles, ao verem-na, ficaram chocados, preocupados e aliviados de certa forma, assim então andaram até ela para perguntar coisas como: ''Você está bem? O que aconteceu? ou Que bom que voltou'', mas a Kamari realmente se sentia mal, ela não queria conversar ou qualquer outra coisa, e por isso.. ela abaixou seu olhar e andou em frente para ver onde seria seu quarto, mas esse ato preocupou a todos, visto que ela já tinha o coração mais amolecido do que antes, mas por algum motivo que eles desconheciam.. o coração dela voltara a endurecer novamente... - ''Uhum... quinto andar... ah, ô coincidência.. eu estou justamente no quarto em frente ao do Shoto... (suspiro) vida.. você quer me dizer alguma coisa?'' - a jovem foi em direção ao elevador e entrou no mesmo, para depois subir para o seu andar. E ao chegar lá, ela adentra em seu cômodo, fecha a porta e começa a arrumar tudo para ficar bem parecido ao seu quarto de casa.


*(Algumas horas depois)*

  Ainda nos dormitórios, já eram basicamente 19:40 da noite, e a Kamari já havia terminado a reforma e a organização de seu quarto, e agora só estava sentada em sua cama descansando do longo trabalho que havia feito, mesmo com as luzes apagadas e as cortinas fechadas, e é nesse exato momento que o bicolor acordou do seu sono de duas horas, e saiu de seu quarto para depois descer para a sala. Ao chegar lá, todos já estavam jantando, porém o Shoto percebeu que eles estavam com uma expressão um pouco mais confusa e um pouquinho soturna.

Shoto: Por que tão com essa cara?

Mina: Ah, é que... a Kamari chegou aqui faz umas horas e.. ela não falou com ninguém. Inclusive não saiu do quarto desde que chegou. - ao ouvir essa notícia, o heterocromático se focou mais na parte que a Kamari havia voltado, e imediatamente, uma alegria e um calafrio o invadiram brutalmente - Ah, é mesmo... - ela se levantou de sua cadeira e pegou uma bandeja com comida, para depois se dirigir ao bicolor e entregá-la - Entregue isso pra ela tá. - ele assentiu com a cabeça e se foi em direção ao elevador para subir pro quinto andar. Quando chegou lá, ele se lembrou aonde era o quarto da heterocromática, e se dirigiu para lá, e bateu á porta, porém... não conseguiu nenhuma resposta, portanto ele bateu á porta novamente e abriu a mesma, se deparando com uma visão no mínimo desconfortante... a Kamari sentada em sua cama, que fica no canto da parede oposta a porta, e a garota estava abraçada em seus joelhos e com o olhar baixo, as luzes estavam apagadas e a cortina estava fechada, mas ao ver que a porta havia sido aberta, ela mirou para a mesma direção. Apesar da cena, o Shoto esboçou um pequeno sorriso enquanto dava um só passo adentro do quarto, mas... esse sorriso não duraria muito... pois a heterocromática fixou seu olhar para baixo novamente e disse em baixa voz...

Kamari: ... Vai embora... - essas duas palavras.. fizeram toda a felicidade do bicolor se esfumar e ser substituída por preocupação, e ele também apagou seu sorriso e sentiu como se seu coração tivesse sido quebrantado.

Shoto: Mas... você não vem?

Kamari: .. Vai embora...

Shoto: Kamari, eu... - foi interrompido.

Kamari: Por favor... só vai embora... - nesse instante... o Todoroki ficou parado por uns segundos no marco da porta, com uma expressão confusa, desolada e melancólica, mas ele escolheu por deixar a bandeja no chão amadeirado escuro e saiu lentamente do cômodo, e fechar a porta á sua frente, porém... dentro do quarto... a jovem olha para a bandeja deixada no chão, e ao perceber o peso de suas palavras, ela começou a cair em prantos, choro esse que o bicolor escuta e se sente muito mal por ela, e não lhe restou muito a fazer.. senão sair dali com um peso enorme em sua mente.

  Mais ou menos dois dias depois, já era bem de noite, mais ou menos umas 21:00 da noite, e nesse tempo todo, desde o primeiro dia, o Todoroki levava as refeições á Kamari, por mais que ela quisesse ficar sozinha e o rejeitasse de forma bem fria, e o garoto estivesse com um estado sentimental bem abalado. Naquele horário, a maioria das pessoas da sala já tinham ido para seus quartos, não diferente dos dois heterocromáticos (embora a jovem estivesse em seu quarto desde que entrou nele). Algo havia acontecido nos dormitórios que ninguém sabia, primeiro: o piano da Kamari já havia sido entregue sem ninguém saber, e segundo... ela estava trabalhando em uma coisa nesses pouquíssimos dias... ela estava terminando o desenho que o Shoto havia de ganhar, e nessa mesma noite, a heterocromática terminou a pintura completamente, e então ela se levanta de sua cama e caminha até a porta de seu quarto, para depois abri-la e se ajoelhar para passar a folha por baixo da fresta da porta do quarto do Todoroki, e em seguida voltar para seus aposentos, porém... o bicolor só percebeu a folha alguns segundos depois por causa de sua distração, mas mesmo assim ele andou até o dito papel e o pegou, primeiramente ficando muito curioso por um pequeno recado no verso em branco á mostra, escrito com a letra indisfarçável da Kamari.: ''desculpa.. e obrigada'', e logo depois ele virou a folha, se deparando com o desenho totalmente pronto. Ele ficou tão surpreso, que imediatamente se dirigiu ao quarto da jovem, se deparando com ela na mesma posição, mas desta vez, segurando um pincel, e então ela olha para ele e continua na mesma pose, porém... o heterocromático não... ele deixa a porta quase fechada e se ajoelha no chão, deixando o papel da pintura ao seu lado, e então ele estende um pouco os braços, deixando em seu rosto.. um leve sorriso, a jovem encara tudo isso com dúvida e surpresa, mas mesmo assim... ela resolve fazer algo... a Kamari deixa seu pincel seco em cima da cama, e então se levanta lentamente de seu leito e fica parada na lateral do mesmo por alguns momentos, mas depois ela anda um pouco mais rapidamente em direção ao Shoto e se ajoelha para abraçá-lo fortemente pelo torso, e o Todoroki corresponde-o imediatamente.

Kamari: ... Shoto... Shoto eu... - falou em uma baixa voz de choro, mas ela é interrompida pelo bicolor.

Quatro metades.. duas inteiras (Shoto Todoroki x Oc)Where stories live. Discover now