89- Palácio Dos Cranks

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O Palácio dos Cranks era um lugar horrível e imundo

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O Palácio dos Cranks era um lugar horrível e imundo. O guarda baixinho se revelou um falante inveterado e, ao caminharem em meio ao caos apavorante, deu mais informações do que Scarllet desejava saber.

Descreveu a aldeia dos infectados como um enorme conjunto de círculos concêntricos, sendo todas as áreas comuns - cafeteria, enfermaria, salas de recreação - localizadas no meio e, depois, círculo após círculo de alojamentos construídos de modo rudimentar ao redor deles. Os Palácios haviam sido concebidos como uma habitação humana - refúgios para infectados até atingirem um ponto em que a loucura saísse do controle. Após essa fase, eram removidos para locais remotos, que haviam sido abandonados durante a fase mais intensa dos clarões solares. Os idealizadores dos Palácios desejavam dar aos infectados uma última chance de vida decente antes do triste fim. Projetos como aquele haviam sido disseminados na maioria das cidades remanescentes mundo afora.

Mas a ideia original, bem-intencionada, sofrera alterações. Lotar um lugar de pessoas sem esperança e conscientes de que estavam prestes a sucumbir a uma espiral descendente de podridão e insanidade acabou gerando as zonas anárquicas mais miseráveis já conhecidas pelo homem. Com os residentes bem conscientes de que não haveria punição nem consequências reais piores do que já enfrentavam, os índices de criminalidade aumentaram astronomicamente. Assim, nessa sucessão de fatos, os Palácios haviam se tornado abrigos de genuína depravação.

Enquanto o grupo passava por casa após casa, nada além de barracos em péssimo estado de conservação, Thomas imaginou como deveria ser terrível viver em um lugar daqueles. E Scarllet se perguntou se eles deixavam crianças viverem nesse tipo de lugar, mas a princípio, ainda não vira nenhuma pelas ruas do Palácio. A maioria das janelas estavam quebradas, e o guarda explicou que tinha sido um grave erro de projeto permitir vidros ali. Estes haviam se tornado o primeiro arsenal.

As ruas estavam recobertas de lixo, e, embora ainda não houvessem encontrado ninguém, Scarllet sentia que ela e os amigos estavam sendo observados a distância. Ao longe, ouviu alguém gritar obscenidades; em seguida, veio um grito de outra direção, deixando Thomas em pânico.

- Por que não fecham este lugar? - perguntou, sendo o primeiro do seu grupo a se manifestar. - Quer dizer... se está indo tão mal...

- Indo tão mal? - repetiu o guarda. - Garoto, mal é um termo muito relativo. Está indo como tem de ir. O que mais podem fazer com essas pessoas? Não podem deixá-las no meio de pessoas saudáveis nas cidades fortificadas. Não poderei coloca-las em um lugar cheio de Cranks, que já atingiram a Insanidade, e deixa-los lá para serem comidos vivos. E nenhum governo ficou ainda suficientemente despreparado para começar a exterminar pessoas que contraiam o Fulgor. Não há saída. E é uma forma de nós, Imunes, ganharmos um bom dinheiro, pois ninguém mais aceitaria trabalhar aqui.

As declarações do guarda provocaram uma profunda tristeza em Thomas. O mundo se encontrava em uma situação lastimável. Talvez estivesse mesmo sendo egoísta, recusando-se a ajudar o CRUEL a terminar os Experimentos.

A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now