46- Um suicídio.

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O coração acelerou, a visão ficou turva, mal identificando os rostos

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O coração acelerou, a visão ficou turva, mal identificando os rostos. Paralisou, não sabia mais o que fazer. Não esperava por isso. O plano havia dado errado. Em nenhum momento ela incluiu a aparição de um fantasma nele. Estava delirando, essa era a única explicação. O Sol fritou o seu cérebro, era o efeito do Fulgor. Não importava. Nick estava morto. Não era verdade. Não podia ser verdade.

- Estrela, escute o que ela está dizendo. Você só precisa entregar o Novato e vir com a gente.

- O Novato? Quem você pensa que é pra chamá-lo assim? - Retrucou Minho, sendo ignorado.

- Estrela, por favor.

- Pare de me chamar de Estrela! Você não o direito de me chamar assim!

- Eu sempre te chamei assim.

- Quando você estava vivo! O Nick podia me chamar assim, você não!

- Eu sou o Nick!

- Não. - respondeu, a voz baixa e tremula, segurando o choro. - O Nick...morreu.

- Eu não morri. Posso te explicar tudo, Scar. É só vir com a gente.

- Por que? Por que eu iria com vocês?

- Não vou deixar te fazerem mal. Por favor, Scar.

- Mande ela soltar o Minho.

Nick olhou para Teresa, mas ela não ligou. Lançou um olhar para a loira, ao lado dela, que assentiu.

- Solta ele, Teresa.

- Ficaram malucos? Ela não vai fazer nada com Harriet enquanto a vida desse garoto estiver em perigo.

- Ela não vai fazer nada. Solte ele.

- Você não manda em mim, Nick.

- Pare de agir como uma criança.

Teresa o soltou. Minho se afastou, se juntando a Newt.

- Não confie nele, Scar.

- Por que está contra mim, Minho?

- Não sei. Talvez seja porquê você está morto!? Ou talvez porquê você esteja do lado do Grupo que está tentando nos matar? Ou, quem sabe, seja porquê você sumiu por dois meses, fez Scarllet sofrer e volta agora como se tudo estivesse cem porcento certo.

- Continua cabeça quente. Pra que está gritando?

Minho se remexeu, ameaçando ataca-lo. Newt o segurou.

- Como você sobreviveu?

- Eu não sei. Não lembro de quase nada. Só do Verdugo e depois de acordar em um quarto branco. Não sei quanto tempo fiquei lá, mas acho que fiquei em coma por algum tempo. Quando acordei, estava em um quarto cheio de beliches e então as garotas apareceram. Eu só lembro disso.

- A garra de um Verdugo atravessou sua barriga. Você morreu na minha frente. Eu te fiz uma promessa.

- Eu me lembro. Me lembro dessa parte. E você a cumpriu, Estrela. Cumpriu nossa promessa.

- Tire a droga desse sorriso do rosto.

Scarllet empurrou Harriet para o lado, passando a função de segura-la para Newt. Se aproximou de Nick, ficando a centímetros de distância. Pôde sentir sua presença, ele estava mesmo ali.

Lhe deu um soco, mais fraco do que o planejado. Nick deu um passo para frente, não pareceu ter sentido dor, muito menos algum impacto. Em seguida, a abraçou. Não disse mais nada. Envolveu os braços na cintura de Scarllet e encostou o rosto entre seu ombro e o pescoço. O ouvido de Scarllet tocou seu peito e ela pode ouvir o coração de Nick batendo. Ele sussurrou, um sussurro quase inaudível. O seu objetivo era que apenas ela pudesse ouvi-lo.

- Confie em mim. Eu tenho um plano.

Scarllet se afastou, lançando um olhar para Minho, que estava confuso, mas com uma pose ameaçadora. Segurou Harriet novamente e pensou por alguns segundos.

- Peguem o Thomas. - disse em um tom alto e firme.

Na mesma hora, as armas voltaram a serem apontadas aos garotos. Thomas tentou resistir, mas desistiu depois de levar outra pancada, dessa vez na barriga. Colocaram uma sacola em sua cabeça e o levaram para longe de seus amigos. Minho fixou os olhos em Scar, as sobrancelhas erguidas, com uma feição triste, como se não acreditasse no que ela estava fazendo. Scarllet estava traindo eles. Ela se sentiu mal por mentir, mas precisava continuar no personagem. Soltou Harriet, que passou a mão no pescoço e foi para perto da loira.

Deu uma última olhada discreta nos garotos e seguiu o Grupo B ao lado de Nick.

- Vamos embora. E se vocês nos seguirem, matamos aquele idiota que chamam de Thomas. - disse Harriet.

Então elas foram embora. Thomas foi arrastado por grande parte do caminho, reclamando toda vez que uma pedra arrastava em suas costas. Ao descer a montanha, Scarllet ouviu um grito. Um lamento. Tão alto que ecoou pelo vazio entre as montanhas.

"SCAAAAR!"

Minho.

Abaixou a cabeça, triste. Murmurou para si mesmo um pedido de desculpas.

"Sinto muito, Minho."

Um braço envolveu seu ombro, a puxando para perto. Viu Nick com um sorriso no canto da boca.

- Que bom que está bem. Fiquei preocupado.

- Nick...

- O que?

- Seja lá como tenha feito isso, você pediu para que eu não confiasse em Teresa. Avisou sobre as garotas. Não brinque comigo, Nick.

- Como assim?

- Estou aqui, mas não confio em você. Preste atenção, você e suas amigas não vão fazer nada com Thomas. Eu disse nada, entendeu?

- Precisa confiar em mim.

- Cale a boca. Eu não terminei. Quando você morreu, eu me senti péssima. Eu não sabia mais o que fazer sem você e eu ainda não sei, não completamente. Mas eu sei que eu não preciso de você, Nick. Eu não preciso mais de você na minha vida, aprendi a conviver sem sua presença. Eu te amo, e você não tem noção de como senti sua falta. Mas, estou avisando, se me trair, se não fizer com que Thomas fique seguro e eu volte a ver os garotos, eu te mato. Vou terminar o que o Verdugo não conseguiu, não importa o quão mal eu fique com isso. Então me prometa, Nick. Me prometa que ainda é o garoto que conheci na Clareira. Prometa que não vai me trair como Teresa fez com Thomas. Porque eu não quero te matar. Não quero ver você morrer de novo.

As palavras saíram ásperas e diretas, rasgando sua garganta. Scarllet teve que se segurar para não chorar. Não conseguia acreditar que acabara de rever seu melhor amigo e agora acaba de ameaçar terminar com sua vida. Se dissessem que isso aconteceria a dois anos atrás, se contassem que ela seria assim hoje, não acreditaria. Não tinha a mínima chance de acreditar. Mas era verdade.

- Eu prometo, Estrela. Mas você precisa confiar em mim, não importa o que aconteça.

Não disseram mais nada. Nick depositou um beijo na sua cabeça e se afastou, a deixando sozinha, pensativa. Esperava que ele cumprisse a promessa, torcia pra que isso acontecesse. Se tivesse que mata-lo, se algum dia tivesse que apertar o gatilho daquela arma contra Nick, não saberia o que aconteceria com ela depois. Aquilo, com certeza, a mataria.

Seria um suicídio.
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O Whatppad deu erro e tirou o capítulo do ar. Por favor, curtam e cometem de novo (se possível)

A Primeira - Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora