83 - Sanduíches.

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Dirigiram-se a uma cafeteria próxima, recomendada por Hans e pela esposa

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Dirigiram-se a uma cafeteria próxima, recomendada por Hans e pela esposa. O lugar estava bem cheio. Os clientes alinhavam-se diante do balcão, pegando café e bolinhos, e depois se dirigiam a uma mesa ou saiam para comer na rua. Scarllet observou como uma mulher idosa levantava e descia, com gestos nervosos a máscara cirúrgica para tomar sua bebida quente. Um daqueles guardas de camisa vermelha estava de pé ao lado da porta, testando aleatoriamente, de vez em quando, pessoas contra o Fulgor com seu dispositivo manual; a máscara de metal protetora cobria-lhe a boca e o nariz.

Scarllet sentou-se com Minho, Brenda e Thomas em uma mesa nos fundos, enquanto Jorge pegava comida e bebidas. Os olhos de Scarllet não conseguiam desviar de um homem, de uns trinta e cinco ou quarenta anos, sentado em um banco próximo em frente a uma grande janela que dava para
a rua. Ele mal havia tocado no café desde que ela e os amigos tinham chegado ali, e a fumaça não subia mais da xícara. O homem acabara de se curvar para a frente e colocar os cotovelos nos joelhas, as mãos frouxamente entrelaçadas, olhando para um ponto distante no outro lado da cafeteria.

Havia algo perturbador na expressão de seu rosto. Vazio. Os olhos quase flutuavam nas órbitas, e, no entanto, havia neles um indício de prazer. A garota percebeu Thomas apontar o mesmo homem para Brenda, que lhe sussurrou que o cara provavelmente era usuário da Benção e seria preso se fosse pego.

Scarllet desviou o olhar para o centro da sua mesa, pegando um guardanapo e um palito de dente, o tirando da embalagem. Abriu o papel sobre a mesa, arrastando o palito por cima dele com cuidado para fazer um desenho. Ao terminar, empurrou com o dedo indicador o papel solto ainda preso no meio do seu desenho para fora, e assim que ele saiu, a borboleta simples que ela havia feito ficou à vista. Ela arrastou o papel para o lado, deixando em frente a Minho, que sorriu enquanto analisava o desenho.

Ele pegou um guardanapo e colocou ao lado do que Scarllet lhe deu, tentando imitar a borboleta com toda calma possível. Mordeu os lábios inferiores e colocou a língua para fora, no canto da boca, a apertando contra os lábios, totalmente concentrado. Então, o guardanapo se rasgou quando ele fez uma curva brusca ao levar um susto com Jorge, que jogou uma bandeja de sanduiches sobre a mesa sem se preocupar se faria barulho, colocando a de bebida em seguida com cuidado. Minho lhe lançou um olhar irritado que desapareceu assim que Scarllet lhe entregou um dos sanduiches e sua bebida.

O grupo comeu em silencio, como se estivessem aproveitando o resto do tempo de paz que lhes restara. Terminaram de comer e já se preparavam para sair, mas Brenda permanecia na cadeira.

— Importam-se de esperar lá fora por alguns minutos? – perguntou. A expressão deixava claro que se referia a todos que não se chamassem “Thomas”.

— Como assim? – perguntou Minho em tom exasperado. – Mais segredos?

— Não. Não é nada disso. Juro. Só preciso de um momento. Quero contar uma coisa a Thomas.

Thomas estava surpreso, mas também curioso. Tornou a se sentar.

— Vá. – pediu ele, dirigindo-se a Minho. – Você sabe que eu não vou esconder nada de você. Ela também sabe disso.

A Primeira - Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora