42 • CAPÍTULO 41 •

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CAPÍTULO 41

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ㅡ Jisung, é sua vez de contar, nós vamos nos esconder! ㅡ A garotinha anunciou ao longe para o de fios castanhos de bruços para um dos pinheiros. ㅡ Vem, Binnie!

ㅡ Por que sempre sou o pega? Não consigo correr rápido igual a vocês! ㅡ Jisung inflou as suas bochechas, chateado, mesmo assim, fechou seus olhinhos e iniciou a contagem até o número consensuado. ㅡ Um... Dois... Três...

Os outros dois correram sorridentes, embrenhando-se na floresta, num raio de distância maior, do qual o Han não pudesse enxergá-los tão facilmente.

Ele gritou: "Lá vou eu!" ㅡ Dando princípio à sua busca, que perdurou minutos.

Os suficientes para que o seu amigo fosse encontrado e avançasse em direção ao pinheiro iniciativo, prestes a finalizar o jogo mais uma vez, naquele ruidoso entardecer carmesim.

ㅡ Não é justo! ㅡ Jisung tropeçou por sobre algumas raízes salientes, debruçando seu pequeno corpo pelo chão folhoso, e instintivamente fiz menção de ir ajudá-lo, no entanto, recuei assim que a garota de antes veio apanhá-lo de modo rápido. ㅡ Ralei meu joelho, Rosé.

ㅡ A brincadeira acabou, meninos, ㅡ ela se agachou ao lado do mais novo, que assoprava o próprio joelho, enquanto passava as costas de suas mãos em seus olhos para espantar o choro teimoso. ㅡ A senhora Nana deve ter um remédio, não chore.

Em diversos verões, situações como essas se repetiram para o garotinho.

Os três apareciam contentes, risonhos e eufóricos, porém, deixavam a floresta tristonhos, silenciosos e algumas vezes chorosos. E, curiosamente, de cem vezes noventa e nove era sobre o Han Jisung.

Com o decorrer do tempo, as brincadeiras foram perdendo a vozearia, a correria. Não havia mais arranhões, já que as cicatrizes agora formavam-se internas na estatura crescente do garoto de madeixas escuras e reluzentes.

Por vezes, os seus olhos acabavam alinhando-se aos meus e isso sempre me causava uma parcela de incômodo colapsante em meu peito, tendo em vista que nós dividíamos margens distintas; entretanto, nem uma vez sequer aquilo deixava de inquietar meu interior barulhento. Eu ansiava pela quebra da quarta parede e às vezes parecia, de verdade, que ele olhava para mim.

Mas, dos três, restaram apenas dois que retornavam para aquela floresta. Eu sentia que algo estava diferente no ar, o Jisung tinha seus lumes brilhantes para o seu amigo de infância, embora que o mesmo não devolvesse iguais para si.

Seus finos lábios tocaram os alheios sob a branda luz da manhã, ele desejava isso, ficou claro. O Jisung tinha sentimentos por ele.

E o meu interior encolheu assistindo aquilo, apertou-se de modo doloroso, eu não entendia o porquê. No entanto, doeu um pouco mais ao vê-lo perder o brilho de suas orbes ao fitar o garoto uma última vez antes de correr para fora daquela floresta, enevoado e constrangido.

Ele sumiu durante anos e retornou com aqueles mesmos olhos de antes ㅡ não pela primeira vez ㅡ direcionados para mim. Não pude me conter em cruzar a nossa linha, algo em meu interior explodiu ao vê-lo novamente. Desejei trocar palavras, tocá-lo e eu o fiz, minhas mãos o ergueram do chão folhoso repleto de gravetos.

Eu não queria assustá-lo e, por tal, fingi não conhecê-lo. Eu queria ouvir como seria a sua apresentação para mim. O seu nome soou tão belo vindo de seus lábios.

Han Jisung...

Ajudá-lo com sua família estava em meus planos, sim, porém, cativo por seu existir não consegui formar meios de não magoá-lo com minhas imperfeições. Me afugentava a ideia de vê-lo se afastar de mim.

VAISRAVANA • { minsung }Onde histórias criam vida. Descubra agora