19 • CAPÍTULO 18 •

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CAPÍTULO 18

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O tempo corrente em Takamagahara acontece com circunstâncias diferentes do que os humanos conhecem na Terra.

Poucas horas no céu podem ser semanas lá embaixo, por isso, acredito ter parecido ser um Deus negligente para o Jisung.

Muitas vezes, ele acabava me vendo depois de alguns dias, enquanto eu o via com apenas algum contraste de minutos, ao tempo que pisava em minha casa para resolver pequenos negócios familiares e retornava para Nakatsukuni.

E confesso que nunca foi fácil pegar todos os acontecimentos da Terra em recortes, pois, para mim, as pessoas podem parecer instáveis, já que as vejo de um momento para o outro e elas já não estão como quando as deixei antes de subir para o templo. No entanto, não as culpo, porque quem fez as coisas serem assim foram os meus pais.

Naquele tempo, quando finalmente tomei a forma de um Deus, eu não entendia muito bem sobre todas as coisas, mas conforme os anos foram passando e o bombardeio de informações me atingiu, simplesmente parei de me questionar sobre determinadas coisas imutáveis na criação de tudo.

ㅡ Já se passou o tempo necessário, filhos, retornem e tragam algum de seus aliados. A convenção de Deuses ocorrerá ao final do dia terreno!

No patamar do maior de todos os templos, meu pai anunciava em alto e bom tom, sendo rodeado por divindades de todos os cantos do mundo ㅡ pelo menos os seus descendentes ㅡ, pois nos céus vivem diversos seres cultuados, incluindo, é claro, os de outras religiões, que naquele momento cuidavam de seus próprios deveres.

ㅡ Antes do pôr do sol, todos devem retornar para o templo principal, ouviram?

ㅡ Sim, Lorde Izanagi! ㅡ Respondemos em uníssono.

Poderíamos chamá-lo de pai, mas muitas outras divindades descendem de seus filhos, portanto, para que não embaralhe a hierarquia, e possamos agir com respeito, até mesmo seus filhos os chamam pelo nome social; jamais o fraterno.

ㅡ Vão!

E numa única ordem, cada deidade usa de seu meio para chegar ao plano terreno. Alguns descem montados em animais; outros procedem sobre nuvens rasteiras; como também há aqueles que dançam alegremente o seu caminho; enquanto a mim e outra pouca parcela dos filhos de meu pai teletransportam-se em questão de instantes para o próprio destino, assim como fiz, indo em direção ao pé do Monte Ashibetsu, a consideráveis metros do vilarejo já tão conhecido.

ㅡ Esperei um tempão, pensei que havia escolhido um outro acompanhante. ㅡ O espírito loirinho diz, tirando alguns segundos para observar a minha vestimenta social, agora resumida num kimono kuromontsuki completamente preto, com o brasão da minha família posto nas costas, próximo ao colarinho. ㅡ Vejo que este ano eles mudaram o padrão para algo mais formal. Ficou ótimo em você, Lee-sama!

ㅡ Temo que os assuntos sejam ainda mais complexos nesse Kamuhakari.

ㅡ Não se preocupa, Lee-sama, estarei lá para lhe dar forças! ㅡ Fazendo sinal de positivo com ambas as mãos, noto o espírito elementar também vestir um kimono semelhante ao meu, ainda que fosse um tanto menos formal e, claro, sem o pequeno brasão branco de montanhas em suas vestes. ㅡ Então, vamos?

ㅡ Acontecerá ao entardecer terreno. ㅡ Aviso, fazendo-o ficar surpreso por um instante. ㅡ E ainda são quatro da tarde, não é mesmo?

ㅡ Então, o que pretende fazer dentro de uma hora e meia? ㅡ Questiona, mexendo em seus dedos das mãos como se estivesse tentando reprimir a ansiedade. ㅡ Vai visitar o Jisung? Quer dizer, eu não sei, o Hyunjin não me deixa chegar perto dele... Ele me falou que o garoto está tendo uns comportamentos estranhos e...

VAISRAVANA • { minsung }Where stories live. Discover now