32 • CAPÍTULO 31 •

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CAPÍTULO 31

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Kichijoten declarou ㅡ com todas as letras ㅡ a sua tamanha sede de me matar, e foi embora, deixando-me em colapso de confusão.

Diversas dúvidas agora rondam a minha cabeça, baralhando toda leve sensação construída pelas primeiras horas daquele dia, pelo menos a partir do terremoto; da informação de que abalos sísmicos são irracionalmente sérios lá em cima; seguida à aparição taciturna da jovem Deusa furiosa e, sobretudo, frustrada.

O Minho perdeu a imortalidade? O que isso significa, exatamente?

Ele não poderá renascer feito um Deus?

Como isso é possível? O meio não muda o princípio, certo? Não deveria.

Pensei que fosse algo imutável, já que o Bangchan me advertiu que o perigo de perder a vida seria somente meu. O que há com os Céus?

ㅡ Jisung, eu sei que ainda falta muito para a casa ficar em ordem, mas o que eu iria lhe mostrar infelizmente não vai esperar até amanhã. ㅡ Felix comenta, usando uma pequena pá para ajudar-me com a limpeza dos vidros.

ㅡ Por que você não parece mais preocupado do que eu quanto ao Minho? ㅡ Pergunto-o, terminando de posicionar as cadeiras de volta em seus lugares.

ㅡ O Lee-sama sempre dá um jeito quando as coisas não vão bem... ㅡ Despeja os cacos dentro de uma sacola transparente, logo fechando-a e colando o post it com o aviso de material cortante. ㅡ E eu sei que se fosse algo que ele não conseguisse suportar, ele teria me chamado.

ㅡ Certo... ㅡ Talvez eu deva ter um pouco mais de fé nele, assim como o espírito de sardinhas tem. ㅡ Na verdade, você tem razão. Devo estar me preocupando à toa, afinal, faço isso o tempo inteiro.

Ele oferece-me um suave sorriso linear, parecendo compreender que algo assim é incontrolável para um ansioso, embora a sua expressão não estivesse realmente tão relaxada quanto as suas últimas palavras.

Mas, até então, eu não havia notado que, sobre seu nariz, parte das bochechas e, também, acima de seus olhos, há minúsculos respingos cor de mel, que dão um contorno a mais em seus traços suaves.

Curiosamente, o Felix adotou uma forma animal e espiritual semelhantes. As sardas são bem bonitas em seu rosto, assim como em seus pelos, quando assume sua aparência de cervo.

ㅡ Então, vamos acabar com o suspense e ir antes que a minha tia volte, okay?

Ele concorda, seguindo junto a mim para fora da casa, pelo quintal, me guiando para além do lago cristalino, embrenhando-se na floresta densa ㅡ lugar que, meses atrás, pisei para buscar gravetos e tive a minha primeira experiência com a margem distante, a qual já não me parece tão afastada ou discrepante, feito antes.

A cada passo dado para dentro daquela floresta brandamente iluminada pelo sol, meu coração aperta em meu peito. Talvez não seja algo como o receio, embora a ansiedade insista em me angustiar.

No fundo, sinto que já suspeito sobre o que se trata, no entanto, nem mesmo assim fiquei ileso da pancada de sentimentos quando meus olhos avistaram uma mulher de meia-idade, de fios curtos e prateados, ajustar seu vestido claro e florido sobre seu corpo, assim que também me reconheceu, logo presenteando-me com um típico sorriso gentil ㅡ tal como recordo-me tê-lo visto em minha infância.

Felix também sorri para ambos nós, assistindo-nos, passo a passo, encurtar a nossa distância, imposta pelos limites espirituais e visuais do universo.

VAISRAVANA • { minsung }Where stories live. Discover now