O Camisa Vermelha deu um leve empurrão em Thomas, e continuaram a andar. Enquanto prosseguiam, Thomas não conseguia parar de pensar nas terríveis informações contidas no cartaz. A parte sobre o Fulgor ter sido produzida pelo homem não apenas o assombrava, mas cutucava algo lá no fundo da mente, uma lembrança que não compreendia com clareza. Embora o cartaz não dissesse abertamente, havia algo mais ali, e pela primeira vez em muito tempo desejou ter acesso ao passado, pelo menos por alguns instantes.

- É bem ali.

A voz do Camisa Vermelha fez Scarllet retornar ao presente. Um pequeno carro branco esperava no final do quarteirão, a apenas poucos metros de onde estavam. Ela ainda não tinha um plano. Pelo menos não um que evitasse um final infeliz onde Thomas ou ela levassem um tiro. Tudo seria mais fácil se o Camisa Vermelho tivesse levado apenas ela, mas com Thomas ao seu lado, não podia arriscar nada que o deixasse machucado, principalmente pelo fato de que não tinha nenhuma forma de explicar a ele seus planos de fuga. Ela segurou a mão de Thomas, pela primeira vez desde que o Camisa Vermelho encostou o cano da arma em suas costas, ela estava realmente nervosa com a situação.

Seu coração acelerava a cada passo que os deixavam mais próximos do carro. Se entrassem no veículo, as chances podiam ter chegado ao fim. Mas seria prudente se arriscar a levar um tiro?

- Vocês vão entrar calmamente no banco de trás, um de cada vez. - avisou o Camisa Vermelha. - Tenho algumas algemas lá e vou observá-los enquanto as colocam em si mesmos. Acha que conseguem seguir essas instruções sem tentar nada estúpido?

Eles não responderam. Torciam para que Minho e os outros estivessem por perto, traçando uma estratégia de resgate. Precisava que alguém ou alguma coisa distraísse seu captor.

Chegaram ao carro, e o Camisa Vermelha puxou um cartão chave e o pressionou contra a janela da frente do branco do passageiro. As fechaduras destravaram, e ele abriu a porta de trás, o tempo todo com o revólver apontado para Thomas. Scarllet não se importaria de tentar fugir se aquela arma estivesse apontada para ela.

- Entre você. - ele acenou a cabeça para Scarllet. - Com bastante calma.

Scar hesitou, espreitando as ruas em busca de alguém, de alguma coisa. A área estava deserta, mas pelo canto do olho percebeu um movimento. Era uma espécie de planador, quase tão grande quanto um carro. Virou-se para olhar, e o planador, a dois quarteirões de distância, manobrou e veio na direção deles. Um som semelhante ao de uma cigarra foi ficando mais alto à medida que o veículo se aproximava.

- Falei para entrar. As algemas estão no console, no meio do banco.

- Aquela coisa voadora está se aproximando. - avisou Thomas.

- É? E daí? É só uma patrulha, eles supervisionaram a equipe o tempo todo. As pessoas que a controlam estão do meu lado, não do seu. O que significa um destino cruel para você, companheiro.

Scarllet respirou fundo, repassando a última ideia de fuga que tivera. Teria que tentar a sorte. Não podiam, de nenhuma forma, entrar naquele carro. Olhou para Thomas, que ainda prestava atenção no planador. Scarllet o cutucou, fazendo o garoto se virar. Apontou para o carro como se pedisse para ele entrar, mas deu uma piscadela sutil, o olhar virando-se para o Camisa Vermelha que estava atrás dela. Thomas assentiu e entrou no veículo sem cerimônias. Scarllet voltou-se para o amigo, se certificando de que estava seguro, e de repente, o ar se encheu com o som de uma rajada de tiros.

A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now