capítulo 43

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chuva

***


A irmã do Augusto estava de visita a sua família no Brasil, juntamente com o esposo e o filho.

O garotinho de bochechas rosadas, grandes olhos azuis e cabelo ruivo era tão fofo!

Minha vontade constante era de apertar suas bochechas protuberantes.

Eles estavam sentados no sofá oposto ao que eu e Augusto estávamos.

Me vi encolhida e envergonhada assim que eles chegaram de "surpresa" às seis da noite com malas e tudo. Meu namorado não me avisou e agora sorria docemente para mim como se não tivesse feito isso de propósito toda vez que lhe dirigia um olhar assassino.

Ele foi a minha casa e me convidou para jantar em sua casa, já que o prato da noite seria uma receita nova. Como sou conquistada pela barriga, fui com ele na maior inocência e, somente quando a irmã surgiu magicamente pela porta, foi que entendi tudo.

Respirei fundo, me sentindo mais calma, pensando que não havia motivos para ficar tensa...está bem que ela ficou fazendo gracinha e me deixando com vergonha ao nos ver juntos e começar a pronunciar sobre o quanto éramos fofos juntos antes e agora, que ela sabia que iríamos namorar um dia, que era a maior torcedora do casal e blá blá blá. Resumidamente, ela é uma pessoa que gosta de relembrar o passado e de deixar envergonhada. Minhas bochechas ficaram vermelhas como dois pimentões, porque me lembro de ficar super acanhada antigamente com ela perto, pois me dava sorrisos maliciosos como quem diz "Hm...eu sei que você gosta dele", agora é a mesma coisa, nada mudou ela e nem eu.

Queria sempre encolher em torno de mim mesma como segundos atrás.

Tirei o peso dos ombros e sorri para todos, rindo nos momentos engraçados e conversando com os pais de Augusto e o casal a nossa frente segurando o bebê no colo até conseguir relaxar. Greta e Franz tinham seus olhos brilhantes ao fitarem o neto que sorria desdentado para eles com a boca babada.

Nunca achei a ideia de ter filhos super legal, mas... quando olho para Guto essa visão muda. Vejo o seu sorriso e imagino essas bochechas e boca sorridente em uma pessoa minúscula. Sei lá, eu meio que enlouqueço ao imaginar filhos nossos olhos verdes, mas tenho até medo de pensar nisso, porque não quero crianças nossas agora e, como dizem, você atrai o que fala, eu digo que deve ser o mesmo para o pensamento.

Uau, quando foi que me tornei tão brega?!

— Que tal pedirmos uma pizza? — Greta sugeriu ao se levantar — Acostumei a jantar nesse horário e estou morrendo de fome — olhou para o relógio cinza na parede e voltou sorrindo para nós.

Olhei para o mesmo local e vi que já eram 20:00 da noite. Levei um susto, tanto que me levantei em um pulo.

— Sim, mãe! — Sindy respondeu alegre.

— Eu tenho que ir agora, mas foi bom reencontrar você! — acenei para Cindy.

— Já? Fica mais um pouco, Jú — veio com os braços abertos em minha direção — Logo agora que você está aqui como namorada do Augusto — seu sorriso era imenso enquanto alternava o olhar entre eu e Augusto. O marido dela começou a rir, chamando-a de terrível.

Tampei o rosto com as mãos, antes de olhar para ela.

— Você é tão maldosa, Cindy!

— Ai, Jú, assim você me magoa

Apertei os olhos, antes de repetir mais uma vez que era melhor, que já era tarde.

— Já vi que não iremos conseguir convencer você

2002Where stories live. Discover now