capítulo 41

41 8 2
                                    

AVISO: esse capítulo contém cenas quentes. Então se você não curte cenas assim, vai rolando o texto até se deparar com uma linha assim  '##########'.



Quente como o inferno

***

— Já decidiu o que vai fazer, Augusto?

Ele estava compenetrado em uma folha de exercícios seus, enquanto que com seus fones de ouvido escutava uma música, então não me ouviu. Deslizei com sua cadeira de rodinhas na qual estava sentada até ele e abaixei o fone.

— Oi — respondeu perdido, erguendo sua face — desculpa, eu não tinha ouvido

— Percebi

— Fala aí

— Está estudando pra faculdade?

Sacudiu a cabeça, confirmando.

— Já decidiu qual curso?

—Não, ainda não — balançou a cabeça com os lábios comprimidos.

— Que pena, estou curiosíssima. Quero ser a primeira pessoa a saber, viu!

— Pode deixar, você vai — ele segurou os dois lados da minha cabeça e me deu um beijo nos lábios, antes de voltar sua atenção ao caderno e livros abertos com números e mais números.

Voltei a deslizar a cadeira até onde estavam meus cadernos, voltando aos estudos.

Decidi que continuaria estudando com ele, mas não com ele me explicando, porque era impossível me concentrar. Eu estudaria sozinha e, quando surgisse uma dúvida, ele estaria ali auxiliando-me, disponível para tirar minhas dúvidas.

Suspirei fundo, voltando a me concentrar no livro de física em minhas mãos. Não era o livro que usávamos na escola, era um que meu pai tinha em casa e me deu, dizendo que ele deixava tudo menos complicado. Eu até falei um "Até parece, pai!" dispensando com a mão, mas por mais incrível que parecesse, estava entendendo tudo, que até sentia medo de estar errado.

Meia hora depois, enquanto fazia alguns exercícios que estavam na seção do livro sobre campos elétricos, decidi que queria conversar. Meu pai tinha me explicado alguns, já que ele é excelente em física. Ele até me perguntou do porquê de eu não ter pedido a ele ajuda, já que trabalha com coisas assim. A resposta foi "Nem eu sei!".

— Agora eu decidi mesmo o que vou fazer!

— Ah, é — levantou a cabeça e olhou para mim — O que escolheu?

— Artes Visuais!

Abriu mais seus olhos e balançou a cabeça afirmativamente.

— Uh, é uma boa mesmo

— Sim, é uma ótima, na verdade! — pontuei,erguendo a caneta.

— Mas e História da Arte que você tanto queria?

— Ah... — apertei os olhos — Eu pensei bem e vi que ainda não é o momento. Vou ter tempo ainda

Olhei para o caderno e ele também, continuando a conversa assim.

— Posso saber sobre esses pensamentos?

— Pode!

Agora que eu não tinha mais amigas, era reconfortante saber que eu ainda podia contar meus segredos para alguém.Talvez estivesse sendo dramática em relação a Maria e Luana, mas eu ainda estava magoada.

2002Onde histórias criam vida. Descubra agora