B.M Consanguineo

Capítulo 19

     Como Elisabeth tinha previsto, não precisaram nem conversar com o conselho novamente e apresentar os prós e contras daquela ideia pra que aceitassem. Até onde sabiam, Mason foi o último a seder, mas no final Elisabeth e Natasha tiveram o aval para seguir adiante com o plano maluco delas. Becker iria planejar a emboscada, enquanto a outra encontrava o que eles precisavam.
    Faltando segundos pra sair, Natasha observava a pequena equipe conferir os últimos detalhes do que iriam levar nessa mini escurção, se concentrando principalmente em analisar a forma prática e tática que Alisson escondia as armas no corpo. Ela só esperava realmente que dessa vez não houvesse eventualidades lá fora, porque ainda não tinha contado aos filhos que o pai deles estava vivo e trabalhando para o governo. Não por falta de tempo, mas por um motivo que no momento nem ela sabia explicar.

-Toma cuidado mãe.-Aidan se despediu com um abraço.

      Com aquela altura toda, Natasha quase se sentia um ursinho sendo apertado por um gigante.

-Vou tomar. -garantiu, beijando a bochecha dele. -E vai fazer essa barba garoto! Ta parecendo espinho!

       Ele riu.

-Ravi gosta assim. -apontou a esposa.

-Ah, claro. Minha opinião que se dane, né? -riu.

-Sem barba ele parece um bebê.-explica Ravi.

-Vamos? -intervém Oliver.

      Natasha estava um pouco tensa de levar ele, porque já tinham conversado sobre os problemas cardíacos dele, e até agora não encontraram remédios que ajudassem na sua condição. No entanto, aquele pequeno grupo foi estrategicamente escolhido para ser as pessoas que iriam lhe ajudar nessa rebelião. Nesse tempo que passassem juntos, ela iria apresentar a idéia e esperava que todos topassem.

-Vamos.-decidiu Nat.

      A equipe entrou no elevador, e o agente Boff digitou a senha, tirando oficialmente todo mundo daquele buraco subterrâneo. Quando as portas abriram, a sensação de estar no mundo exterior foi a melhor, ainda mais porque era de madrugada e a brisa fria ainda tomava conta do ar.
      
-Nós vamos precisar de um carro.-diz Natasha.-A cidade mudou muito...mas acho que deve ser longe...

-Carros costumam fazer barulho, e vai ser difícil achar um com gasolina por aí.-diz Oliver.

-Alisson e Boff, vocês dois encontram o carro, e se precisar de gasolina recolham os restos do taque daqueles que estão parados. -comandou.

-Isso vai demorar.-avisa Ravi.

-Eu sei. -deu de ombros.

         Os dois que foram apontados sairam pela porta do prédio abandonado, claramente revoltados de precisarem fazer a parte difícil, mas mesmo assim não discutiram.

-Qual é o plano? -indaga Oliver, cruzando os braços.

-Tenho um esconderijo nos arredores da cidade. Espero encontrar o que precisamos lá.

-Nos arredores? A cidade cresceu muito.-fala Ravi. -É bem possível que não exista mais, ou que alguém já tenha invadido.

-Vamos torcer pra que ainda exista. E quanto a invadir, na época tinha um sistema de segurança bom, espero que ele tenha funcionando.

-Então, vamos fazer tudo isso na esperança de dar tudo certo?-resmunga Oliver.

-Um pouco de esperança não faz mal.-deu dois tapinhas no ombro dele.-E se não funcionar, vamos recorrer ao plano B.

-Que é? -incentiva Ravi.

-Ainda estou terminando de formular.-mentiu.

     Ela não tinha a mínima idéia do que fazer se desse errado.