B.M Consanguineo

Capítulo 10

-Tão fácil assim? -Elisabeth duvidou.

-Estou falando, a tubulação da Creche é ligada diretamente à salinha do castigo.-explica Oliver.

     Eles tinham passado para trocar de roupa antes de ir atrás de Luka.

-E por que nenhuma criança foge de lá?

-Porque na salinha a tubulação desemboca no teto. Nenhuma criança tem altura o suficiente.

-E vamos tirar Luka de lá...-analisa Nat.-E ninguém vai perceber?

-Na verdade eles vão perceber. Afinal quando alguém vier entregar o jantar e a sala estiver vazia, vai ser bem claro o que aconteceu. Principalmente porque é difícil demais esconder alguém dentro dessa base.

-O que vai acabar dando merda...-conclui Nat.

-Não teria sido melhor enfrentar aqueles homens e pronto? -indaga Lizzie. -Porque duvido muito que eles vão deixar isso barato agora.

-A diferença é que antes a responsabilidade de tudo iria recair sob os ombros do Luka, porque foi ele quem errou. Agora que ele foi levado até o castigo, se ele escapar a culpa vai ser inteiramente de vocês.

    Becker pausou no meio do caminho.

-Perai, não gostei do plano.

-Ele obedeceu, agora se vocês duas decidiram fazer o contrário não é mais culpa do garoto.

-Pensei que você tivesse um plano bom! -Nat cruzou os braços.

-Vocês duas são adultas, e ele é só uma criança. Então pra mim isso é um plano bom: não houve brigas, coisa que evitou a expulsão de vocês daqui, e ele se propôs na frente de todo mundo à cumprir o castigo. O único resultado é vocês serem punidas.

-Punidas como? -Becker quis saber.

-Talvez vão ter que limpar alguma coisa...ou...sei la, cozinhar. -deu de ombros.

-Eu não sei cozinhar! -as duas soltaram, em unissono.

-É brincadeira gente. -riu. -Sei la...antes eles costumavam punir com exercícios.

-Tipo flexões? -indaga Nat.

-É.

-Não parece tão ruim.-Lizzie deu de ombros.

-Só tentem dar um espaço de tempo antes de fazer a próxima bagunça, pra eles esquecerem um pouco os fatos. Ta?

-E aqui é a creche. -murmura Nat, parando em frente a porta.

-Já conhece esse lugar? -Oliver franziu a testa.

-Conheci hoje. -não quis dar muitos detalhes.

-Esse lugar cheira talco de nenêm. -diz Lizzie.

-Ai...isso me faz lembrar do Thomas!-Nat enrrugou o nariz, feliz.

-Ele é gordinho igual o Aidan era. -Oliver riu.

-Você viu aquelas dobrinhas?!

-Vocês vão ficar conversando mais um pouco, ou podemos tirar logo o garoto? -intervém Lizzie, revirando os olhos.

-Ela é sempre assim? -sussurra Oliver, retirando um grampo para abrir a porta.-Por sorte, a fechadura daqui é simples.

-Eu deveria estar jantando. -resmunga Lizzie. -E vocês dois ficam aí enrolando. Daqui a pouco aparece alguém pra trazer a comida do garoto, e os dois ainda estão tentando arrombar a fechadura.

-Você ofende as minhas habilidades...-Oliver parou o que estava fazendo, e girou a maçaneta. -Viu? Em menos de um minuto.

     Natasha empurrou a porta, ignorando a cara de satisfação do amigo por ter batido algum tipo de record pessoal, e acendeu a luz da sala.