- Eu realmente não sei o que aconteceu. Na verdade, não sei o que anda acontecendo. De vez em quando, eu perco o controle. Acabou de acontecer, quando briguei com Brenda. Eu acabo me irritando de repente, ou então o meu corpo passa a se mover sozinho. Não sei o que é, só sei que não sou eu.

- Temos que ir para Denver. - anunciou Brenda. - Tem alguém lá que pode te ajudar.

Os olhares caíram sobre ela.

- Sabe o que é? - perguntou Newt.

- O que ela tem? - Minho murmurou.

- Conheço um cara chamado Hans, que se mudou para Denver. Ele é Imune, assim como nós. E é médico. Trabalhou com o CRUEL e se envolveu com os chefões, portanto conhece os protocolos que envolvem implantes cerebrais.

- Espera. - pediu Minho. - Calma, calma. Implantes cerebrais? O que colocaram na cabeça dela?

- Ele me contou que as experiências do CRUEL eram muito arriscadas, que a organização havia transposto vários limites, chegando a ser desumana. O CRUEL não queria que ele partisse, mas Hans conseguiu escapar.

- Esses caras precisam melhorar o esquema de segurança. - murmurou Thomas.

- Ei, você não respondeu minha pergunta. O que colocaram na cabeça da minha namorada?

Todas as cabeças se viraram para Minho.

- Você a chamou de namorada? - a voz de Newt saiu com descrença.

- É. - ele olhou para Scar. - Nós namoramos, não é?

Scarllet sorriu e assentiu.

- Acho que sim. Mas você não fez um pedido formal ainda.

- Certo, eu faço isso depois. Primeiro quero saber o que colocaram na sua cabeça.

- Muito bem, pombinhos. - riu Brenda. - Escutem, todos vocês têm implantes na cabeça, não só Scarllet. Hans conhece essas coisas nos mínimos detalhes. E sei que foi para Denver porque me enviou uma mensagem pela Rede, poucos antes de eu ir para o Deserto. Se conseguirmos entrar em contato com Hans, com certeza ele saberá como retirar essa coisa que vocês têm. Ou pelo menos desabilita-la. Não sei com certeza como ela funciona, mas, se é que alguém sabe, esse alguém é ele. E Hans faria isso com satisfação. Ele detesta o CRUEL tanto quanto nós.

- Então o CRUEL está sob nosso controle enquanto tivermos esses implantes? - Brenda assentiu a pergunta de Nick.

- Por que está afetando mais Scarllet do que nós?

- Talvez o CRUEL esteja planejando algo que a envolva. Não sei.

Thomas chamou a atenção do grupo ao começar a falar;

- Se nos manipularem, como vêm fazendo, estaremos em uma bela encrenca. Já vi isso acontecer pelo menos três vezes.

- Exatamente. - disse Brenda. - Poderiam manipula-lo, obriga-lo a fazer coisas. Não podem vê-lo, ouvir sua voz nem nada do tipo, mas precisamos dar um jeito em vocês. Se os tiverem sob observação e decidirem que vale a pena arriscar a vida de vocês, farão isso. E essa é a última coisa que precisamos.

- Então vamos para Denver. - Anunciou Minho. - Para mim, o implante já é motivo o suficiente.

Por fim, depois da última hora de conversa, decidiram - por unanimidade - ir para Denver.

Planejaram aterrissar o Berg na cidade, argumentando serem Imunes a serviço do governo. Felizmente o Berg não exibia nenhuma marca de propriedade, aparentemente, o CRUEL não fazia propagando ao se mostrar no mundo real. Seriam testados e rotulados como Imunes ao Fulgor, o que lhes permitiria acesso à cidade. Todos, exceto Newt e Nick, que, por estarem infectados, teriam de permanecer no Berg até que descobrissem o que fazer em seguida.

Fizeram uma refeição rápida; em seguida, Jorge se aprontou para pilotar a aeronave. Alegou que estava bem descansado e queria que todos tirassem um cochilo, pois ainda demorariam algumas horas para chegar a Denver. Depois disso, quem saberia dizer quanto tempo demoraria ainda até encontrar um lugar para passar a noite.

Thomas dormiu em uma cadeira reclinável. Brenda saiu logo após a reunião, dizendo que faria companhia a Jorge.

Nick ocupara o sofá, enquanto Newt ficara com a poltrona macia ao lado da cama em que Scarllet e Minho estavam. O loiro ainda mantinha os olhos abertos, conversando com Scarllet por meio de sussurros. Scarllet fazia cafuné no cabelo de Minho, que apoiou a cabeça no seu peito e adormeceu.

- Acha que o CRUEL vai começar a me obriga a fazer coisas? - Ela o olhou. - Você sabe, começar a confundir minha cabeça, e me manipular?

- Por isso que estamos indo para Denver, não é? Vamos encontrar aquele cara e ele irá tirar aquilo da sua cabeça.

Ele olhou para Nick, que dormia no sofá encolhido no cobertor que Scarllet lhe entregara.

Então deu um sorriso discreto, fechando a cara logo depois. Scarllet riu do loiro. Newt e Nick sempre foram próximos na Clareira.

- Me diz. De quem você gosta mais? - ele franziu as sobrancelhas.

- Do que está falando?

Ela revirou os olhos.

- Na época da Clareira, você e Nick sempre foram próximos. Mas então ele morreu e ai veio o Thomas. Qual dos dois você gosta mais?

- Não vou responder essa pergunta.

- Por que não?

- Não quero escolher entre meus amigos.

- Você sabe que eu não estou falando de amizade. - os olhos de Newt praticamente a fuzilaram. Ela riu e continuou. - Hmm...então é o Thomas?

- O que?

- Você entregou o envelope a ele. Mas não entregou nada a Nick.

- Não significa que gosto menos dele.

- Significa que você confia mais no Thomas do que nele, já que Thomas é quem recebeu o envelope.

- Gosto dos dois. Tive meus motivos para entregar aquilo a Thomas.

- Eu sei o seu motivo. Você está apaixonado. - ela sussurrou, o mais baixo possível.

Newt arregalou os olhos.

- Você é idiota? - ela sorriu.

- Está bem, está bem. - Scarllet levantou apenas as mãos em rendição, sem mexer o braço para não acordar Minho. - Me empolguei. Desculpe. Vou esperar o seu tempo, prometo.

- Esperar o que?

- Você se assumir, cabeça de plong.
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A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now