Capítulo 30 Harpas e Regresso

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A recuperação de Yava foi lenta e gradativa. O sono revigorante durou uma semana, exigindo ser observada por Elrond e Galadriel que usaram sua medicina élfica e magias da natureza. Thranduil e seu grupo voltaram ao reino um tanto desapontados. A fuga de seus inimigos o deixou em alerta, bem como, o fez sentir-se culpado. Via como obrigação os vencer e novamente estavam livres, certamente planejando sua vingança. Sem seus comparsas negros que foram todos mortos, poderia se dar ao desfrute de pensar que sua paz seria mantida, mas ele possuía como aliado o mago e havia possibilidade de terem outros cúmplices em oculto. O rei élfico, se concentrou nas muitas atividades que exigiam sua liderança, tendo como auxílio seu herdeiro e iria a Valfenda ver sua amada tão logo estivesse livre.

A estação de outono, dava seus primeiros sinais, deixando as folhas cair levemente por sobre terra, a natureza correspondia a seus gestos de maneira adorável, enchendo o ar com o canto dos pássaros, iluminando o dia com raios de Sol que aqueciam a manhã e abrindo fendas de luz sobre os pilares do palácio de Valfenda. Os jardins mesmo com flores diminutas ainda despontavam seu cheiro pelo arredores e os elfos em sua lida cotidiana começavam mais um dia dispostos e unidos.

Yava teve seu despertar nesta manhã. O rosto pálido dera lugar a cor, sua saúde voltava ao normal. Sentada a cama, contemplou a paisagem suspensa que podia ser vista, pela grande janela que ficava ao lado do leito. Uma serva, jovem, de cabelos castanhos serviu o dejejum o que ela degustou prontamente. Não sabia como, mas tinha uma fome feroz. A refeição posta em uma travessa vinha acompanhada de frutas o que ela não teve cerimônia em comer. Devorou todas, sentindo prazer ao gosto adocicado e suculento de maçãs, uvas e peras.

-Seu apetite está excelente. Se alimentar bem irá recuperar suas forças.-disse a elfa retirando a travessa. Seu vestido longo e alvo balançou pela brisa, assim como os cabelos.

Yava sabia que se encontrava em Valfenda, um lugar ainda estranho para ela, mas com energias muito agradáveis e sentiu-se acolhida. Subitamente, seus pensamentos se focaram em Thranduil, onde estaria? Queria mais que tudo vê-lo e teve que perguntar. O que a elfa respondeu:

-Está no reino. Foi necessário seu regresso. Voltará em breve para Valfenda.

O rosto de Yava resplandeceu tristeza. Era inevitável ele não cumprir com suas obrigações e seu coração apertou com o pensamento negativo que ocorreu de que partira para sempre. A elfa não hesitou em dizer, vendo sua melancolia:

-Ele esteve quatro noites ao seu lado, velando seu sono.

Como um náufrago perdido no mar de pensamentos e ideias negativas, as palavras da elfa foram o socorro que precisava, um alívio ao saber que não desistira dela. Yava sorriu se depreciando por sua conduta mental. Ele era um rei, não podia viver vinte quatro horas ao seu lado.

Elrond e Galadriel, conversavam no saguão com vista para os jardins e cachoeiras. O lord observava a soberana das estrelas que desde o dia da luta contra o dragão, espremia um olhar enigmático, a postura sacerdotal que sabia muito mais que qualquer mistério na terra.

-O mal não teve força o suficiente para persistir. Em compensação, existe algo que se move contra o coração da floresta e não soa como um alarme ou simples contenda, é uma guerra sem espadas, a guerra de um coração.-disse ela mansamente.

Elrond a observou com seriedade e opinou:

-Ela.-respondeu Elrond -Pode ser a causadora desta guerra?

-Em partes, mas seu propósito não é este.-esclareceu Galadriel fitando o horizonte- Sabemos a força que uma alma possui quando quer ultrapassar seus medos. Foi essa força em seu coração que a trouxe até aqui. Não precisamos nos preocupar, Erú Iluvatar é amoroso. A chance que foi concedida será aceita.

No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)Where stories live. Discover now